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domingo, 6 de julho de 2025

🌍 O Mundo em Xeque: Irã, China e Rússia desafiam a Ordem Unipolar dos EUA

Por Luis Moreira de Oliveira Filho

Enquanto os olhos do mundo ainda estão voltados para o massacre em Gaza e as tensões crescentes na Ucrânia, uma nova frente geopolítica se fortalece silenciosamente: a aliança estratégica entre Irã, China e Rússia. Mais do que acordos militares, trata-se de um possível redesenho da ordem mundial.

A recente aquisição de caças chineses J-10C pelo Irã, somada à negociação com a Rússia por sistemas de defesa aérea avançados, é apenas a ponta do iceberg. Por trás disso, há um movimento mais profundo que pode abalar os alicerces da hegemonia ocidental e da chamada “ordem unipolar” liderada pelos Estados Unidos desde o fim da Guerra Fria.

Três potências, um mesmo destino?

Segundo analistas como Mark Sleboda e Danny Haiphong, Irã, China e Rússia vivem hoje uma encruzilhada estratégica: ou fortalecem sua cooperação militar, tecnológica e política, ou serão derrotados individualmente pelas táticas de desestabilização do Ocidente.

A guerra de 12 dias entre Irã e Israel foi um alerta: apesar de sua autonomia estratégica, o Irã enfrentou sérias limitações por não contar com apoio direto de aliados de peso. Israel, por sua vez, sofreu danos inesperados. Os ataques iranianos, segundo os analistas, foram cirúrgicos e contaram com tecnologia de navegação por GPS fornecida pela China, um sinal de uma cooperação mais profunda que está apenas começando.


Tecnologia, satélites e soberania digital

Na guerra moderna, os mísseis precisam de precisão cirúrgica e isso depende de satélites e inteligência artificial. A grande lição? A soberania nacional no século XXI não se mede apenas em tanques ou soldados, mas em controle sobre redes, softwares e informações.

O Irã precisa se libertar das tecnologias ocidentais, tanto digitais quanto bélicas, para evitar espionagem e sabotagem. A proposta dos analistas é ousada: que o Irã adote uma soberania digital plena, eliminando todo software e hardware ocidental de suas redes. Um passo assim só seria possível com o apoio técnico direto da China e da Rússia.

Acrescento que o Brasil, também, precisa aprender com estas lições – desenvolver os seus sistemas e abandonar todo e qualquer software ocidental.

A ordem unipolar está em colapso?

As derrotas do Ocidente em guerras como Iraque, Afeganistão e Líbia revelam um padrão: os EUA e seus aliados buscam enfraquecer países estratégicos antes de mirar a China. A tentativa de destruir a Rússia na Ucrânia, por exemplo, seria um passo nessa direção, que falhou.

Agora, a nova peça no tabuleiro é o Irã. Ao endurecer sua postura com a Agência Internacional de Energia Atômica e considerar sair do Tratado de Não Proliferação Nuclear, o país envia um recado direto: a era da diplomacia submissa ao Ocidente chegou ao fim.

Palestina: a peça esquecida da geopolítica global?

No pano de fundo dessa disputa, está a tragédia palestina. Gaza, destruída sistematicamente por Israel com apoio logístico e político dos EUA, é retratada por Haiphong como uma “causa perdida”. Mas seria mesmo?

A verdade é que o destino da Palestina pode estar atrelado à capacidade do Irã de resistir e se fortalecer, formando um verdadeiro Eixo da Resistência com Rússia e China. Não se trata apenas de salvar uma nação, mas de enfrentar o projeto sionista de criar a “Grande Israel” às custas da limpeza étnica e da destruição de um povo inteiro.

O dilema estratégico: orgulhosos ou unidos?

O Irã é uma civilização milenar, forjada na resistência, mas também marcada por momentos de ingenuidade diplomática, como acreditar na boa fé do Ocidente. O mesmo se aplica à Rússia pós-soviética e à China antes da ascensão de Xi Jinping.

Hoje, dizem os analistas, não há mais espaço para ilusões. Ou essas três potências constroem uma aliança militar e tecnológica real, ou serão derrotadas uma a uma, exatamente como o Ocidente deseja.

A OTAN mostrou ao mundo como até países europeus abriram mão de sua soberania em nome de uma segurança ilusória. Será que o Irã seguirá pelo mesmo caminho, com orgulho, porém sozinho?

Energia como arma: o preço da resistência

Fechar o estreito de Ormuz, onde passa 30% do petróleo mundial, ou interromper rotas energéticas vitais ao Ocidente seria um golpe mortal às economias americana e europeia. Esse é o trunfo estratégico do Irã.

Com o apoio de China e Rússia, um colapso no sistema energético global seria mais do que possível, seria catastrófico para o Ocidente e benéfico para os cofres das potências emergentes, com o Brasil, Rússia e países da OPEP.

Conclusão: estamos à beira de um novo mundo?

O vídeo de Danny Haiphong, com as duras análises de Mark Sleboda, não é um delírio conspiratório, mas um alerta. O mundo vive o fim da ordem unipolar. Mas essa transição não será pacífica nem automática. Exigirá decisões corajosas, alianças reais e uma ruptura com o velho mundo, inclusive nos modos de pensar.

A pergunta que fica: o Brasil está pronto para entender isso? Nossa neutralidade tem limites. O xadrez geopolítico global já mexe suas peças também aqui e as eleições de 2026 serão peças-chave para o futuro desta nação e seu povo. Ou seremos um país soberano, ou seremos condenados à vassalagem dos EUA.

Se o mundo está em jogo, qual será o próximo movimento?


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