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segunda-feira, 31 de maio de 2010

O que está em jogo é a disputa de dois projetos bem diferentes e antagônicos, não pessoas.

Preludiando o texto abaixo. O que é importante discuitr nos blogs é que a disputa não é entre pessoas, mas entre projetos distintos representados por Lula-Dilma e aliados x FHC-Serra e aliados. 

Na verdade, a velha mídia tenta despolitizar as eleições de 2010 colocando que Serra é mais preparado e tal. Se diploma fosse critério fundamental para definir competência, FHC seria o pai da competência, mas é apenas não vale.

O que vale, de acordo com palavras do Lula, é ter sentimento de Brasil e de soberania de um país para o povo brasileiro. E ter sentimentos, orgulho de ser brasileiro e defender os interesses nacionais, o que não lá grande coisas dos tucanos, quando são aliados inconcionais dos EUA.

Como todo mundo sabe os EUA não tem amigos e nem alidos, têm interesses e aqui os demotucanos são defensores incondicionais dos interesses americanos, principalmente quando queriam aceitar a ALCA, tal qual como os americanos idealizaram. 

Seria, para os americanos, a cereja no bolo mais uma vez ao longo de dois séculos de exploração das riquezas da América do Sul., quando aqui pessoas representadas  por FHC-SERRA com os seus pensamentos colonizados da América. 

Portanto, o que precisa estar bem claro é que está em disputa dois projetos bem diferentes, de país, de Nação e de soberania com desenvolvimento sustentável. 

Vamos à leitura do texto
Serra: o anti-Lula


Emiliano José , em cartacapital.com.br

As eleições deste ano apresentam um quadro curioso: o candidato da oposição tenta ser situação. Faz um esforço danado para não se contrapor ao presidente Lula. Quer fazer a simulação de que a disputa se dará entre pessoas, entre ele e a candidata do governo, Dilma Roussef. Ao menos tem sido essa a movimentação do ex-governador de São Paulo, José Serra, mesmo que oriente seus cães de guarda para bater no presidente e em sua política, resguardando alguns pontos que considera imbatíveis, como o Bolsa-Família, por exemplo. Serra faz das tripas coração para não ter parecença com o anti-Lula. Quer individualizar a campanha, evitar a todo custo o confronto de projetos nacionais. Será que essa estratégia tem futuro? Não creio.

Serra é o anti-Lula, por obviedade. Lidera um projeto diverso daquele que vem sendo executado pela atual conformação de forças no poder, liderada pelo Partido dos Trabalhadores. Serra é o líder de um conjunto de forças sociais e políticas que representa inegavelmente o pensamento neoliberal no Brasil, pensamento que ganhou consistência exatamente nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso, cujo personagem virou quase maldito hoje nas hostes do PSDB. Querem escondê-lo, mitigar o discurso dele, evitar que ele fale exatamente por conta da estratégia serrista. Se Collor foi o marco inaugural do neoliberalismo tardio no Brasil, o PSDB, com FHC à frente, Serra então como ministro, foi o verdadeiro condutor desse projeto no País.

O PSDB foi competente na condução da política neoliberal, isso ninguém pode esconder. Collor foi uma figura tosca, sem consistência, dada ao espetáculo, embora procurasse dar os primeiros passos para fazer avançar o pensamento neoliberal no Brasil. Caiu da forma que se sabe, e não compensa gastar mais tempo para explicar o episódio do impeachment. O neoliberalismo, com sua face cruel, fria, perversa veio com toda carga sob a direção do PSDB, e seu condottiere foi exatamente FHC. Durante os oito anos do PSDB, quase que o País vai à falência. Com a ideia básica de que o mercado tudo pode, com a afirmação do Estado mínimo, fez-se a privatização criminosa que se conhece, endividou-se o País da forma que se sabe, nos colocaram de joelhos diante do FMI, tudo com as graves consequências sociais, por demais conhecidas.

O governo Lula, e não poderia ser diferente, fez o contrário disso. O projeto encabeçado pelo PT, cuja execução iniciou-se em 2003, com a posse de Lula, que eu prefiro chamar de projeto da revolução democrática, seguiu roteiro inverso ao do PSDB. Nele, o Estado passa a ter outra dimensão. Não se trata mais do Estado mínimo. Havia que se reestruturar o Estado no País, depois do furacão neoliberal peessedebista. Não é por acaso que uma das críticas centrais do PSDB ao governo seja exatamente o do “inchaço da máquina”, tradução da incorporação de milhares de pessoas via concurso para garantir serviços de boa qualidade e para assegurar capacidade técnica ao Estado para cumprir as metas de melhorar a vida do povo brasileiro.

Para o projeto da revolução democrática, não se tratava mais de usar os fundos públicos para satisfazer os apetites do grande capital, característica do governo do PSDB. Agora, tratava-se de desenvolver políticas sociais capazes de enfrentar a tragédia da profunda desigualdade social existente no País, usar os fundos públicos para isso, e garantir assim a inclusão de milhões de pessoas à cidadania ativa porque com fome é difícil exercer a cidadania. O projeto da revolução democrática leva a sério a ideia de fazer do Brasil um país justo para todos, e para tanto leva em conta a desigualdade e as disparidades de gênero, de raça e até mesmo as diferenças regionais. É dessa maneira que devem ser encarados o Bolsa-Família, o Prouni, o Pronaf, o aumento do salário mínimo acima da inflação, entre outras medidas que tem assegurado que milhões de pessoas ascendam de modo mais pleno à cidadania.

Dessa maneira, olhados os contornos dos dois projetos, seria possível reduzir o embate eleitoral apenas a um cotejamento de personalidades, como pretende Serra? Seria possível escamotear a existência de dois projetos distintos para o País? Não creio. O povo brasileiro, nas eleições presidenciais, tem votado em projetos, sem que naturalmente desconsidere as características individuais de cada candidato. Se um projeto está dando certo, se tem efetivamente melhorado a vida das maiorias, estas maiorias normalmente optam pela continuidade porque tem razões de sobra para tanto. Creio que o comando da campanha do PT sabe que não deve deixar o debate caminhar apenas para o terreno das personalidades, embora não possa deixar de tratar das tantas qualidades, dos tantos atributos de Dilma Roussef.

Serra não poderá esconder o seu programa para o Brasil. E não poderá dizer que vai continuar o governo Lula. Se o fizer, joga água no moinho de Dilma. Afinal, entre a cópia e o original, o povo preferirá o original. E mesmo que o faça, não terá credibilidade para isso. Todo mundo reconhece nele a continuidade do governo FHC, com suas adaptações para a conjuntura em que vivemos. Não poderá tentar vestir a camisa do Estado forte, como chegou a propagar no lançamento de sua candidatura, quando se sabe que o ideário dele e de seu partido está profundamente vinculado ao Estado mínimo, com todas as suas consequências. Aquela afirmação, a do Estado forte, constitui uma vacina ao programa de Dilma que, aliás, foi violentamente atacada pela mídia ao defender a mesma idéia, aí com absoluta propriedade pelo fato de o governo Lula ter, nesses dois mandatos, se oposto à mitigação do papel do Estado, não ter privatizado nenhuma empresa estatal e ter fortalecido os serviços públicos.

Serra, quando a sua equipe econômica falou à agência Reuters recentemente, deixou claro o quanto está comprometido com o programa neoliberal, ao contrário do que quer fazer parecer. Isso foi revelado em artigo de Emir Sader, publicado pela agência Carta Maior, em 6 de maio deste ano. Primeiro, ele faria um duro ajuste fiscal. Promoveria a renegociação de contratos e o corte de despesas públicas, conforme um receituário antigo do FMI. Serra é mais real do que o rei. Nem sei se o FMI, a essa altura, exigiria isso de um Brasil que tem lhe emprestado dinheiro. Seria o que os tucanos gostam de chamar de choque de gestão, sempre um choque que afeta duramente o povo, com trágicas conseqüências sociais. “As despesas da maquina pública estão sob um controle muito frouxo”, disse a fonte tucana à Reuters, que é critica também em relação ao que chama de aumento das despesas públicas.

Diz ainda a mesma fonte, que o papel dos bancos públicos será “relativizado”, um claro recado ao mercado. Aí, Serra quer dizer que seguirá o mesmo receituário do governo de São Paulo, quando ele privatizou o Banespa, e colocou a Nossa Caixa à venda, essa, para sorte do povo, resgatada pelo Banco do Brasil. Na visão tucana, o fortalecimento dos bancos públicos contribuiria para “aumentar a pressão inflacionária”. Tudo, como se vê, de acordo com o receituário neoliberal. Imaginemos nós o que seria do Brasil face à crise econômica que começou em 2008 se não contássemos com os bancos públicos.

Diz a fonte tucana que os bancos públicos “não precisam ter uma política tão protagonista neste pós-crise”. Ou seja, vamos privatizar os bancos públicos, já que não há mais crise. Se vier outra crise, e o capitalismo vive delas, bem, aí veremos o que fazer... E aí, quem sabe, fariam o mesmo que fizeram durante a gestão tucana, particularmente o desastre de 1998/99, quando quase faliram o País. Na entrevista, a fonte tucana, ecoando o pensamento serrista, diz que foram exagerados os estímulos fiscais dados pelo governo Lula durante a crise recente. “Não precisava dar para toda a linha branca e depois para os móveis”. Tucano acredita sempre que o mercado tem soluções mágicas para as crises. Tivesse, e o Estado, no mundo, não teria que intervir tão fortemente como teve de fazê-lo para fazer frente à crise.

Se alguém quiser se enganar, que se engane. Não há dúvida: o PSDB tem um projeto claro para o Brasil. Serra é a continuidade de FHC, é a continuidade daquele projeto. As biografias individuais devem ser levadas em conta, naturalmente. E não deve haver qualquer receio de comparações. Afinal, a tentativa de pretender uma Dilma inexperiente, por exemplo, é de um primarismo completo. Ela tem uma longa vida política e administrativa.

E Lula, antes, aliás, não havia ocupado nenhum cargo executivo, e se tornou o maior presidente da República que o Brasil teve. Essas comparações de biografias, no entanto, não podem nem devem ser o centro da campanha. O que temos de ressaltar é que há um projeto Lula – vamos chamar assim para efeito simbólico – com todas as suas extraordinárias e positivas conseqüências para o povo brasileiro, e um projeto Serra, neoliberal, o anti-Lula, cujo impacto negativo o Brasil conheceu e não gostou. O que está em jogo é se continua a revolução democrática em curso, ou se ela é estancada pelo projeto neoliberal, pelo anti-Lula.

domingo, 30 de maio de 2010

Brasil como referência para a América Latina.

Realmente o país vive uma nova era. Que bom que somos agora referência para os nosso países-irmãos. Isso já é uma grande conquista para este país. O importante agora é entender que temos um modelo de desenvolvimento e de nação. 

E o povo, nas eleições de 2010, não vai votar apenas em Dilma para a vitória, mas neste projeto que está dando certo. 

Esqueçam nomes, pessoas neste momento companheiros, o que está em debate é este modelo de país e o futuro desta Nação. 

E devemos lembrar que a próxima década será a mais importante deste século, porque será a década de afirmação do Brasil no mundo dos países mais ricos de um lado, de outro o desafio para superar os graves problemas sociais dos séculos passados.

Vamos então, à leitura do texto abaixo. Vale conferir porque os nossos irmãos estão nos referenciar porque aqui, parece, que encontramos o nosso caminho para o desenvolvimento de Nação. 


Brasil vira modelo para a Argentina
Autor(es): Ariel Palacios
O Estado de S. Paulo - 30/05/2010

País deixou de olhar a Europa e os EUA como exemplo e passou a admirar o vizinho

Há 100 anos a Argentina se empenhava em imitar a Europa. Empresários, políticos e formadores de opinião sustentavam que o estilo de administração governamental e empresarial a seguir era o europeu.


A diplomacia local tentava adular o governo britânico com a esperança de entrar para o Commonwealth (comunidade britânica) e ter um pedaço permanente desse mercado. Nos anos 30, o chanceler Julio Roca provocou polêmica ao afirmar que a Argentina era "uma das joias da coroa britânica".

Essa ideia de estar ligada à Europa por uma espécie de cordão umbilical comercial e cultural persistiu ao longo de nove décadas e intercalava-se com admirações pelos Estados Unidos.

O Brasil, durante o século 20, foi encarado inicialmente com desprezo e depois como rival econômico e político. Mas a crise de 2001-2002 alterou os modelos argentinos.

O país deixou de olhar para o Velho Continente e os EUA como exemplos. O Brasil deixou de ser visto como rival e começou a ser avaliado como líder regional e o novo modelo a seguir.

Muitos argentinos indicam que já existe uma relação de dependência com o Brasil. Um dos primeiros a trazer a imagem a público foi o empresário Franco Macri - símbolo do capitalismo local nos anos 90 - que, em 1995, afirmou: "Em breve, a Argentina se transformará no Estado número 27 do Brasil." Há um mês, Macri repetiu o conceito, mas como fato consumado: "A Argentina é uma província do Brasil."

Nos últimos meses, o peso crescente do Brasil no cenário mundial, junto com a expansão das empresas brasileiras na Argentina, fez com que o modelo agora seja o brasileiro. Jornais, revistas e programas de TV em Buenos Aires dedicam grande espaço ao "sucesso" do Brasil.

O analista Rosendo Fraga, diretor do Centro de Estudos Nueva Mayoría, ressaltou ao Estado como o cenário entre os dois países deu um giro de 180 graus em um século: "Em 1910, o PIB argentino era o dobro do brasileiro. Mas em 2010 o PIB argentino é a quinta parte do brasileiro".

Série de crises. As desventuras argentinas acentuaram-se a partir de 1975, quando começou uma série de seis pesadas crises econômicas, acompanhadas de turbulências políticas que implicaram a passagem de 16 presidentes (o Brasil teve sete presidentes nesse período). Além de fuga de divisas, a Argentina sofreu um êxodo de profissionais que minou a capacidade técnica do país.

No entanto, apesar das crises, o país consegue manter elevado IDH (índice de desenvolvimento da humano, que mede a qualidade de vida da população). No índice elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Argentina ocupa o posto número 49 entre 180 países, o segundo lugar na América Latina, atrás do Chile (no ranking mundial, o Brasil está no 75.º lugar). Mas, quando o índice começou a ser elaborado, há 20 anos, a Argentina estava no 38.º lugar nesse ranking.

Sem estratégias. O ex-vice-ministro da Economia Orlando Ferreres disse ao Estado que, ao contrário do Brasil, a Argentina "careceu de estratégias de longo prazo". Segundo o economista, por esse motivo o país vive um cenário no qual até a carne - símbolo nacional - possui uma presença cada vez maior do Brasil: "Frigoríficos argentinos são comprados por empresas brasileiras, com respaldo do BNDES, organismo que invejamos, sem similar na Argentina."

Ceferino Reato, autor da primeira biografia de Lula escrita fora do Brasil - Lula, a Esquerda no Divã -, disse que os argentinos admiram do Brasil "a pujança dos empresários, a estabilidade econômica, o bom ambiente para negócios. Na política, admiramos o estilo negociador e conciliador das elites brasileiras."

Os líderes da oposição na Argentina elogiam o Brasil para, por tabela, criticar o governo da presidente Cristina Kirchner. Mas esse fenômeno também é usado na contramão pela presidente Cristina, que há uma semana afirmou ter "melhor relacionamento com os empresários brasileiros que investem na Argentina do que com os próprios industriais argentinos".

No discurso de lançamento de campanha, em 2007, Cristina Kirchner citou uma única empresa - a Embraer - como modelo a ser imitado.

Produtos brasileiros. Os produtos "made in Brazil" já fazem parte do cotidiano dos argentinos e resistem a qualquer tentativa de boicote. Ao longo da década, em várias ocasiões, sindicatos e associações empresariais tentaram deflagrar campanhas contra produtos brasileiros. Todas fracassaram.

Um portenho pode acordar de manhã, lavar o rosto e secá-lo com uma toalha da Coteminas, produzida na Província de Santiago del Estero.

Depois, poderá vestir um jeans (70% do denim argentino está em mãos de empresas brasileiras) e colocar nos pés um calçado produzido pela indústria brasileira Paquetá em Chivilcoy. Na sequência, ao sair de casa em seu automóvel, abasteceria o tanque em um posto de gasolina da Petrobrás.

Na hora do almoço, em restaurante construído com cimento da Loma Negra (comprada pela Camargo Correa), poderia saborear um bife de um dos vários frigoríficos brasileiros - entre eles o Friboi e Marfrig - que nos últimos anos adquiriram empresas na Argentina. Na hora de pagar, poderá fazê-lo com seu cartão de débito do banco Itaú.

Vejam os possíveis motivos que levaram os EUA a negarem o acordo Brasil, Turquia e Irã.

É,  não deixa de ser interessante a matéria abaixo. Nós sabemos que os EUA não tem aliados, mas apenas interesses. 

Como Lula disse certa vez: primeiro os EUA, segundo os EUA, terceiro os EUA .... e assim caminha todo esta coisa, a qual a mídia entreguista deste país faz de conta que não sabe os motivos da não aceitação por parte dos EUA do acordo envolvendo Brasil, Turquia e Irâ. 

Vejam então o medo dos EUA e os reais motivos da negação do acordo. 


O verdadeiro medo dos EUA
Informe JB
Jornal do Brasil - 30/05/2010

Um grande canal de TV dos Estados Unidos exibiu na sexta-feira à noite longa reportagem em que coloca contra a parede o próprio país, na questão envolvendo o acordo do Irã com o Brasil e Turquia sobre o urânio. A análise da reportagem foi clara: além do temor natural sobre os iranianos, a grita dos EUA em especial da secretária de Estado Hillary Clinton tem motivação econômica.

Está em articulação a entrada da Turquia no grupo dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Os EUA temem o poder de barganha de um BRICT no mercado. Segundo a reportagem, será impossível conter a influência do quinteto se a Turquia entrar e incentivar adesão de países da Europa, justamente nesse momento de crise, que, para os americanos, vai durar e muito.

Brizola Neto: o perigo da volta do Serra que “já foi”


Caríssimos,

Tenho acompanhado o excelente trabalho que faz  Brizola Neto no seu espaço maravilhoso de clarear as estratégias demotucanas,com a colaboração de setores da mídia neste início do processo eleitoral. 

O seu "Tijolaço" é hoje referência na blogosfera de esquerda que está vigiando, orando e lutando para que este projeto demotucano e PIG não vingue. 

Também estou de acordo que virá coisas piores do que aconteceu nas eleições de 2006, quando Globo e CIA conseguiram levar a eleição para o segundo turno. 

Neste momento, parece que a tática também está neste sentido, porqu este blog não acredita em segundo turno pelas situações que estão postas tais como: economia crescente com mais empregos e dinheiro no bolso dos trabalhadores; aliança partidária que permite Lula-Dilma exporem todas as realizações do governo Lula e os projetos que deverão ter continuidade nos próximos quatro anos. 

As inserções de 30 segundos serão um massacre na candidatura demotucana. E por fim, a forma como será explorada a imagem e realizações do governo Lula será fatal para o demotucano Serra. 


Então, convido à leitura do texto do blog Tijolação de Brizola Neto


O projeto que a direita brasileira traçara, cuidadosamente, para tentar retormar o poder total – porque totalmente do poder ela jamais saiu – está arruinado.

A essência deste projeto era a desinformação e o esfriamento do debate político. O desconhecimento de Dilma, o seu quase anonimato, era o seu trunfo. E, convenhamos, isso correspondia a uma realidade.

Um realidade que prevaleceria, se dependesse apenas do processo político convencional, inclusive das estruturas partidárias que apóiam Dilma, perdidas em composições eleitorais, disputas por “cabeças de chapa” e disputas de “espaço interno”. As estruturas políticas convencionais da nossa “esquerda” estão acomodadas, sofrendo da “modorra” criada por anos de governo, de cargos, de praticar uma política que, embora diferente do ponto de vista dos seus objetivos, ia se tornando semelhante, em matéria eleitoral, à dos políticos conservadores.

Alguns fatores, porém, mudaram esta situação.

O primeiro, e mais importante deles, é que Lula nem de longe trabalhou com a tese de que seu retorno ao poder em 2014 fosse o objetivo central e, portanto, nunca adotou a posição de d’après moi le deluge (depois de mim, o dilúvio, que teria sido uma frase dita por Luís XV, rei da França). E olhem que isso não é raro com governantes populares e bem avaliados, e os mais velhos podem traçar paralelos com o que ocorreu com JK.

Ao contrário. Lula, desde o momento em que escolheu Dilma sinalizou que quem enfrentaria o processo eleitoral não seria o PT ou os partidos da base do Governo, mas ele, pessoalmente. Ele, que pela sua origem e estatura, sabe que o sucesso de seu governo deveu-se não à máquina, mas a si mesmo, quis alguém externo à máquina partidária, que não tinha como desafiá-lo e a quem não restava alternativa de, mesmo sem grande ânimo, senão aderir – para alguns com certo contragosto – à candidatura Dilma.

Tenho certeza que foi enorme o sofrimento pessoal do presidente ao sacrificar Ciro Gomes- que não apenas foi um aliado fiel como é uma figura humana cativante – em nome desta identificação única: Lula é Dilma e Dilma é Lula.

E Lula enfrentou, pra valer, o processo eleitoral. Expôs-se até ao um risco de quebra de sua “unanimidade”, jamais recolheu-se a uma falsa posição de árbitro ou de alheio ao processo, não seguiu o modelo “Bachelet” de manter-se um tanto quanto afastado da dinâmica eleitoral para que um eventual insucesso eleitoral não maculasse sua “canonização” política, o que era algo tão forte que até mesmo Serra – o prévio Serra – não hesitava em exaltar.

Ficou claro o que Lula queria deixar claro: Lula é Dilma e Dilma é Lula.

O segundo fator foi, por conta disso, a lucidez do povo brasileiro. Na sua simplicidade, soube – e está sabendo cada vez mais – ler o que dizia o presidente e corresponder a este entendimento. A adesão à candidatura Dilma espalhou-se como uma imensa hera, incontrolável, por vezes – para escândalo dos sabichões elitistas – de forma aparentemente irracional (mas, no fundo, totalmente lógica e razoável, por identificação a um momento novo na vida do país). Era “a muié do Lula”, termo que nossos “punhos de renda” desprezavam, mas que para o nosso povão, na sua sincera e genial compreensão, resumia perfeitamente o significado da candidatura que ele propunha às massas. Ah, como este nosso povo é lúcido quando os líderes se oferecem a ele como referência!

Ficou-lhe claro que Lula é Dilma e que Dilma é Lula.

O terceiro fator, menos importante do ponto de vista de massas, mas importantíssimo para que o debate formal e midiático não ficasse totalmente sob as rédeas da direita – como sempre aconteceu – foi esta nossa incipiente comunicação via web. As manobras, a parcialidade da mídia, as manipulações das pesquisas, tudo isso que sempre se fez impunemente nos processos eleitorais, de repente, viu-se sob o crivo de dezenas de milhares de olhos e suas contradições foram expostas, escritas num lugar em que centenas de milhares ou até milhões de pessoas poderiam ver.

Se a crise do capitalismo mundial abalou o mundo do pensamento único, foi aqui – e não na mídia convencional – que os outros pensamentos, as outras análises, os outros enfoques, as outras verdades encontraram o seu canal de expressão aberta, já não mais restritas aos circulos acadêmicos, partidários, corporativos.

Uma leitora, num depoimento que me comoveu profundamente, disse outro dia aqui que tinha largado as panelas do jantar de sua família para ler uma determinada análise política. Será que os nossos analistas políticos se dão conta do que vem a ser isso? Será que se dão conta do sentido sublime e genial desta participação de alguém que, para eles, é uma pessoa amorfa, conduzida de forma inciente pelo marketing?

A mudança de posição de Serra, abandonando o “lulismo”, tem dois significados.

O primeiro é que desabou a pretensão da direita de, sob mil artifícios de mídia e de pesquisas (e ambas se confundem, não é?), inaugurar a campanha eleitoral, com o “favoritismo” de Serra. Este favoritismo seria sua legitimação. Seria sua “ligação com o povo”, que o absolveria de ser, como é, o candidato anti-povo.

Ele a perdeu. Ele está fadado a começar a campanha como o candidato das elites , do “grand-monde” , ordem interna e da obediência externa.

E isso quer dizer que seu “teto” baixou para algo como os 30% dos votos que a direita, em geral, consegue reunir em qualquer pleito eleitoral. São estes que Serra busca consolidar. Ninguém ache que o sentimento anti-Lula se resuma aos 5 ou 6% que aparecem como avaliação de “ruim e péssimo” nas pesquisas sobre seu Governo. Ele é correspondente, isso sim, aos 24 ou 26% que não são classificados como “aprovação”.

Você mesmo pode verificar entre o seu círculo de relacionamentos que os que classificam o Governo como “razoável” são, em geral, eleitores do candidato anti-Lula.

Mas não se ganha eleição com 25 a 30%.

É preciso criar uma crise que desestabilize esta tendência natural.

Econômica, seria o ideal. Mas o caminho para isso parece estar fechado pela pujança que a economia brasileira tem, neste momento e, ao que tudo indica, terá nos próximos meses.

Resta a crise institucional. E ai, já vimos que estamos diante de alguém desligado de qualquer princípio ético e moral, que é capaz de mentir, de camuflar, de esconder ou de intrigar de todas as formas.

Nosso dever, aqui nesta nossa pequena janela que lança luz sobre os fatos, é não descuidar e nunca achar que o inimigo está derrotado. Porque ele não segue as regras do jogo democrático e eleitoral.

Vamos vencer, sim. Mas o preço desta vitória ainda nos será muito caro. Virão ainda mil e uma armações, além das que já estão em curso.

Talvez nos sirva o preceito bíblico: vigiai e orai. Mas com um acréscimo: vigiai, orai e lutai.

Comecemos mais uma semana de combate, meus amigos.

Com a serenidade dos que têm a razão a seu lado.

Mas com a dedicação e coragem dos que sabem que estão lutando uma grande batalha histórica.

Estava demorando: programa nuclear do Brasil é investigado após acordo com o Irã

 Estava demorando as ilações e contragolpe dos defensores da guerra. O Brasil, para EUA e outros países, não pode sair bem nesta história. 

E de outro é preciso matar dois coelhos de uma paulada agora. Vamos agora, isso no pensamento maquiavélico destes países nucleares, pressionar o Brasil pelo seu desenvolvimento da tecnologia nuclear. 

E sabido, que estrategicamente, o Brasil mantém um programa de desenvolvimento e produção de conhecimento da energia nuclear, não para fabricar a bomba, como a ilaçao destes países aponta, mas para o desenvolvimento de conhecimento estratágico. 

Passa a ser ingênuo, que um país do porte do Brasil possa prescindir de desenvolvimento do conhecimento do ciclo nuclear para fins pacíficos e de estratégia de defesa, como os propulsores para os submarinos movidos a energia nuclear. 

E isso o Brasil não precisa pedir licença alguma porque é questão estratégica e de sua soberania

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de auditoria da Organização das Nações Unidas, iniciou em segredo neste mês uma força-tarefa para avaliar as atividades nucleares do Brasil. A operação ocorre após o acordo firmado entre os governos brasileiro e iraniano sobre a transferência de urânio do Irã para a Turquia. A AIEA reclama de áreas secretas no programa nuclear do Brasil. As informações são do jornal Le Monde.

Segundo o diretor da Agência de Energia Atômica, Yukiya Amano, que visitou o Brasil em março, é "frustrante" que seus inspetores não possam acessar todas as atividades de enriquecimento de urânio realizadas no país. O governo brasileiro justifica a parte secreta de suas centrífugas por razões de concorrência comercial. O importante papel desempenhado pelo Exército - em especial a Marinha - no programa nuclear brasileiro reforça as preocupações apresentadas pela AIEA. Algumas fontes do Le Monde consideram que o Brasil é um país "em risco" porque tem garantias suficientes e nunca mencionou a posse da bomba como um elemento crucial do poder por sua própria conta.

A dupla face de Obama.


A dupla face de Obama
Os meios de comunicação no Brasil, reproduzindo a avaliação das agências internacionais saudaram a nova doutrina como uma visão muito diferente daquela revelada pelo ex-presidente Bush quando anunciou, oito anos atrás no mesmo lugar (West Point) a estratégia de combate ao terrorismo. Mas, apesar de reiteradamente tentar diferenciar a sua estratégia de combate ao terror, daquela empregada por Bush, Obama voltou a utilizar, a mesma expressão empregada anteriormente: "Este é um tipo diferente de guerra". O artigo é de Reginaldo Nasser.
A semana que passou foi extremamente reveladora do que tem sido a política externa do governo Obama. Em discurso pronunciado na academia militar de West Point ( 22/05/2010), prenúncio da nova doutrina de segurança nacional, o presidente Obama destacou o “engajamento diplomático e as alianças internacionais”, repudiou a ênfase de seu antecessor no poder unilateral americano e o direito de travar uma guerra preventiva contra o terrorismo. O documento enfatiza o fortalecimento de alianças já existentes e manifesta a intenção de trabalhar para "construção de novas parcerias” e de forma mais consistente com as normas e instituições internacionais.

Os meios de comunicação no Brasil, reproduzindo a avaliação das agências internacionais saudaram a nova doutrina como uma visão muito diferente daquela revelada pelo ex-presidente Bush quando anunciou, oito anos atrás no mesmo lugar (West Point) a estratégia de combate ao terrorismo. Mas, apesar de reiteradamente tentar diferenciar a sua estratégia de combate ao terror, daquela empregada por Bush, Obama voltou a utilizar, a mesma expressão empregada anteriormente: "Este é um tipo diferente de guerra".

Mas proponho olharmos para outra dimensão do governo Obama que pode ser facilmente encontrada nas páginas da grande imprensa norte-americana. No mesmo dia em tomava posse e o mundo comemorava o fim dos anos Bush, um ataque dos temíveis Drone (veículo aéreo não tripulado que tem por objetivo vigiar territórios e bombardear alvos inimigos) matou dois supostos líderes da Al-Qaeda. Era o primeiro de uma dramática escalada de ataques na fronteira entre o Afeganistão e Paquistão (AFPak). Durante o ano de 2009 foram realizados 44 ataques, mais do que os cinco anos anteriores em seu conjunto com uma estimativa que varia entre 600 a 700 mortos. O número de mortes de civis causadas pelos aviões é uma questão polêmica que já provocou uma ação judicial nos Estados Unidos, pois ninguém sabe exatamente quais os critérios que a inteligência norte-americana usa para distinguir um "militante" de um civil. É alguém que porta armas? Ora, um grande número de homens naquela região tem o hábito de portar armas. É alguém que oferece hospitalidade de um membro do Taliban e, portanto, um alvo legítimo, mesmo que inclua toda a sua família? Obama ainda não respondeu como e quem toma essas decisões? (Conn Hallinan, Foreign Policy In Focus, May 19, 2010)

Aliás, como bem observou o neoconservador Robert Kagan, embora a administração de Obama tenha demonstrado maior preocupação em prover defesa legal para os terroristas capturados, é preciso reconhecer, por outro lado, que ele tem feito um esforço maior para assassiná-los, eliminando assim a necessidade de julgamentos. (Forein Policy Magazine, Bipartisan Spring, March 3, 2010)

O New York Times revelou essa semana (Mark Mazzetti, NYT May 24, 2010) uma ordem secreta assinada pelo general David H. Petraeus, principal comandante militar no Oriente Médio, no dia 30 de setembro de 2009, autorizando o envio de tropas especiais clandestinas em um esforço para perseguir e capturar grupos militantes, recolher informações e construir laços com as forças locais no Irã, Arábia Saudita, Somália e outros países da região para "preparar o ambiente" para futuros ataques por forças americanas. Além disso, a ordem militar especifica as operações no Irã para recolher informações sobre o programa nuclear do país, e identificar grupos dissidentes que possam ser úteis para uma futura ofensiva militar, ao mesmo tempo em que o presidente Obama insiste em punir o Irã por suas supostas “más intenções”.

O colunista da Folha de São Paulo, Clóvis Rossi (27 de maio de 2010) obteve a íntegra da carta de Obama a Lula e concluiu que o acordo celebrado em Teerã segue todas as solicitações do presidente norte-americano. Destaco o seguinte trecho da carta que não deixa dúvidas em relação à iniciativa do Brasil:

“Caso o Irã não esteja disposto a aceitar uma oferta que demonstre que seu LEU (iniciais em inglês para urânio levemente enriquecido) é para usos pacíficos e civis, eu instaria o Brasil a insistir junto ao Irã quanto à oportunidade representada por essa oferta de manter seu urânio como "caução" na Turquia enquanto o combustível nuclear está sendo produzido.”

Enquanto isso a secretaria de Estado Hillary Clinton, dizendo praticar o “smart power”, constata que existe uma divergência muito séria em relação à diplomacia do Brasil com o Irã", e que o caminho trilhado pelo Brasil, deixa o mundo mais perigoso".

Independemente da forma governo (democrático ou ditatorial) e de ser teocrático ou não, como será que um iraniano, tomando conhecimento desses relatos, e assistindo o cerco militar gradativo de seu pais desde 2001 (Afeganistão, Iraque e bases militares norte-americanas no Uzbequistão e o Tadjiquistão) deve reagir? É irracional pensar em sentir-se seguro? Em qual Obama o mundo deve confiar?

(*) Professor de Relações Internacionais da PUC-SP
 

sábado, 29 de maio de 2010

Lula inaugura a diplomacia da nova era!!!

Lula inaugura a diplomacia da nova era!!!
"Ou cuidamos da humanidade para que não se bifurque entre os que comem e os que não comem (...) ou então não teremos futuro algum. Estamos vinculados definitivamente uns aos outros"
Fonte: Adital
Leonardo Boff - pseudônimo de Genézio Darci Boff - é um teólogo brasileiro, escritor e professor universitário, expoente da Teologia da Libertação no Brasil. Foi membro da Ordem dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos.

O acordo alcançado por Lula e pelo primeiro ministro turco com o Irã a respeito da produção de urânio enriquecido para fins pacíficos possui uma singularidade que convém enfatizar. Foi alcançado mediante o diálogo, a mútua confiança que nasce do "olho no olho" e a negociação na lógica do ganha-ganha. Nada de intimidações, de imposições, de ameaças, de pressões de toda ordem e de satanização do outro.

Essa era e continua a sendo a estratégia das potências militaristas e imperiais que não se dão conta de que o mundo mudou. Elas estão encalacrados no velho paradigma do big stick, da negociação com o porrete na mão ou da pura e simples intervenção para a qual tudo vale, a mentira deslavada como no caso da guerra injusta contra o Iraque, a violência militar mais sofisticada contra um dos países mais pobres do mundo como o Afeganistão ou os conhecidos golpes armados pela CIA em vários países, nomeadamente na América Latina.

Curiosamente, esta estratégia nunca deu fruto nenhum em nenhum lugar. Os EUA estão perdendo todas as guerras, porque ninguém vence um povo disposto a dar a sua vida e até suscitar "homens-bomba" para enfrentar um inimigo armando até os dentes mas cheio de medo e exposto à vergonha e à irrisão mundial. O que conseguiram foi alimentar raiva, rancor e espírito de vingança, fermento de todo o terrorismo.

A maior ameaça para estabilidade mundial hoje são os EUA pois a ilusão de serem "o novo povo eleito" - pois assim reza o "destino manifesto" que os neocons, muito fortes, como Bush, acreditam piamente - faz com que se sintam no direito de intervir em todo o mundo. Pretendem levar os direitos humanos quando os violam vergonhosamente, querem impor a democracia quando, na verdade, criam uma farsa, visam abrir o livre mercado para suas multinacionais para que livremente possam explorar a riqueza do pais, seu petróleo e seu gás.

A diplomacia de Lula se contrapõe diretamente àquela do Conselho de Segurança e a de Barack Obama. A de Lula olha para frente e se adequa ao novo. A de Barack Obama olha para traz e quer reproduzir o velho.

O paradigma velho supõe que haja uma nação hegemônica e imperial, no caso o EUA. Esta se rege pelo paradigma do inimigo, bem na linha do teórico da filosofia política que fundamentou os regimes de força como fez com o nazismo, Carl Schmitt (+1985). Em seu livro "O Conceito do Político" claramente diz: "a existência política de um povo depende de sua capacidade de definir quem é amigo e quem é inimigo. O inimigo deve ser combatido e psicologicamente deve ser desqualificado como mau e feio". Não fez exatamente isso Bush chamando os países donde vinham os terroristas de "países canalhas" contra quem se deve fazer uma "guerra infinita"? Essa argumentação é sistêmica e funciona ainda hoje na cabeça dos dirigentes norte-americanos. Políticas inspiradas nesse paradigma ultrapassado podem levar a cenários dramáticos com o sério risco de destruir o projeto planetário humano. Esse paradigma é belicista, reducionista e míope pois não percebe as mudanças históricas que estão ocorrendo na linha da fase planetária da história que exige estratégias de cooperação visando proteger a Terra e cuidar da vida.

O paradigma novo, representado por Lula, assume a singularidade do atual momento histórico. Mudou nossa percepção de fundo: somos todos interdependentes, habitando juntos na mesma Casa Comum, a Terra. Ninguém tem um futuro particular e próprio. Surge um destino comum globalizado: ou cuidamos da humanidade para que não se bifurque entre os que comem e os que não comem e protegemos o planeta Terra para que não seja dizimado pelo aquecimento global ou então não teremos futuro algum. Estamos vinculados definitivamente uns aos outros.

Lula, em sua fina percepção pelo novo, agiu coerentemente: não se pode isolar e castigar o Irã. Importa trazê-lo à mesa de negociação, com confiança e sem preconceitos. Essa atitude de respeito trará bons frutos. E é a única sensata nesta nova fase da história humana. Lula aponta e inaugura o futuro da nova diplomacia, a única que nos garantirá a paz.

Para sociólogo, Brasil ainda vive um abismo social imenso

"A Ralé Brasileira":
Brasil ainda vive um abismo social?

por Eduardo Sejanes Cezimbra

Para sociólogo, Brasil ainda vive um abismo social imenso

Na contramão dos estudos que apontam melhora da distribuição de renda no Brasil, o sociólogo Jessé Souza afirma que o país ainda vive uma "desigualdade abissal" em sua sociedade.

A reportagem e a entrevista é de

Uirá Machado

Coordenador do Centro de Pesquisa sobre Desigualdade Social da Universidade Federal de Juiz de Fora, Souza lançou recentemente o livro "A Ralé Brasileira", em que estuda as características dessa "parcela da população que vive como subgente".

Eis a entrevista..

A proporção de brasileiros vivendo abaixo da linha da miséria caiu nos últimos anos. Em seu último livro, o sr. diz ser falsa a tese de que a desigualdade brasileira está desaparecendo. Por quê ?

Esses índices mostram apenas que a pobreza absoluta diminuiu. Mas a desigualdade é um conceito relacional. O Brasil é uma das sociedades complexas mais desiguais do planeta. Entre 30% e 40% de sua população tem inserção precária no mercado e na esfera pública. Somos uma sociedade altamente conservadora, que aceita conviver com parcela
significativa da população vivendo como "subgente".

Essa classe social, que chamamos provocativamente de "ralé", é a mão de obra barata para as classes média e alta que podem -contando com o exército de empregadas, motoboys, porteiros, carregadores, babás e prostitutas- se dedicar às ocupações rentáveis e com alto retorno em prestígio. É isso que chamo de "desigualdade abissal" como nosso problema central.

Qual sua avaliação sobre o Bolsa Família?

O programa Bolsa Família tem extraordinário impacto social, econômico e político, com investimento público relativamente muito baixo. É incrível que não se tenha pensado nisso antes. Mais incrível ainda que exista gente contra.

Por outro lado, o Bolsa Família não tem condições, sozinho, de reverter o quadro de desigualdade e "incluir" e "redimir" a "ralé".

Esse é um desafio de toda a sociedade, e não apenas do Estado. É claro que houve avanços nas duas últimas décadas, mas mudança social é muito mais do que condições econômicas favoráveis.

O senhor tem argumentado que não é possível limitar a discussão de classe à questão da renda e que é necessária uma nova compreensão das classes sociais.

A redução das classes sociais ao seu substrato econômico implica perceber apenas os aspectos materiais, como dinheiro, e "esquecer" a transmissão de valores imateriais, como as formas de agir no mundo. E são esses valores imateriais que constituem os indivíduos como indivíduos de classe, com comportamentos típicos incutidos desde a mais tenra infância.

Como regra, as virtudes são todas do "espírito", como a inteligência. Os vícios são ligados ao "corpo". As classes superiores "incorporam" as virtudes espirituais, e as inferiores, as virtudes ambíguas do corpo. As virtudes do espírito recebem bons salários, prestígio e reconhecimento social. As classes do "corpo" tendem a ser animalizadas, podendo ser usadas e até mortas por policiais sem que ninguém se comova com isso.

E o senhor afirma que mesmo a educação é insuficiente?

É claro que a educação é um fator fundamental. O problema é que a competição social não começa na escola. Sem considerar que crianças de classes diversas já chegam à escola como vencedoras ou perdedoras, o que teremos é uma escola que só vai oficializar o engodo do mérito caído do céu de uns e legitimar, com a autoridade do Estado e a anuência da sociedade, o estigma de outros.

"Os Estados Unidos não têm amigos; têm interesses!"

E sabido de norte a sul deste país que os EUA participaram do golpe militar que destruiu a pobre democracia pobre deste país.  Por conta disto perdemos 03 décadas e que poderia poderíamos ser um país como menos pobreza e melhor desenvolvimento.

E sabido também que os EUA não têm amigos, tem sim interesses. E neste jogo de interesses os governos militares eram fortes aos brasileiros que lutavam contra a ditadura e "gatinhos" diante do império ianque, mas para não dizer subservientes aos interesses americanos no Brasil e na América Latina. 

Aqui o demotucano SERRA, mas o capacho da família Clinton - FHC -  são os mais legítimos defensores desta doutrina americana - "construir uma América unida", desde que seja para os interesses das corporações americanas. 

Afinal, devemos questionar os motivos destes arroubos do Serra para a sua diplomacia do porrete para os países-irmãos como Bolívia e sua diplomacia "dos sapatos", capitaneada pelo guru FHC.

Só ajuda quem não atrapalha

Por Mauro Santayana

É natural que o presidente Barack Obama concorde em postergar a visita que faria ao Brasil ainda durante o governo do presidente Lula. O governo norte-americano tinha interesse na visita de Obama ainda no ano passado, mas as dificuldades da agenda impediram a viagem. A visita foi adiada para este primeiro semestre. O governo brasileiro ponderou que, se ela se fizesse depois disso, poderia “contaminar” o processo eleitoral. Novamente a pressão dos fatos políticos, internos e externos, com a exigência da ação presidencial junto ao Congresso norte-americano, em decisões cruciais para o país, impediu Obama de vir nesta primeira metade do ano. Não há nada, portanto, que se possa considerar desaire para o presidente Lula e o Brasil.

Mas as razões de Estado, que a diplomacia conhece, não as conhecem a inveja nem a esperteza política. Começou a circular – e foi acolhido por um jornal de São Paulo – a informação de que, por detrás dos fatos, houve manobra vitoriosa de contre-diplomatie, praticada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Senhor da intimidade do ex-presidente Bill Clinton, com quem participa de um clube de ex-presidentes (para o qual nunca foi convidado Itamar Franco), o autoproclamado líder da oposição teria persuadido Clinton e sua mulher a dissuadirem Obama de realizar a viagem. Há, nesse boato, que os partidários do ex-presidente se encarregam de espalhar, a intenção deliberada de ofuscar os grandes êxitos da diplomacia brasileira no atual governo – sobretudo quando obtivemos, juntamente com a Turquia, acordo alentador com o governo de Ahmadinejad.

Se houve realmente essa intervenção de Fernando Henrique, tratou-se de chover no molhado, porque, ainda que Obama o quisesse, não lhe teria sido possível vir, e coube ao próprio governo brasileiro desaconselhar a visita no segundo semestre.

Há que se considerar que a vinda de Obama tanto poderia ser favorável à candidata do PT quanto prejudicial. Tudo dependeria das circunstâncias, e as circunstâncias não têm agenda prévia, nem obedecem aos protocolos diplomáticos.

De qualquer forma, coube a Obama seguir a prudência de nosso governo. Ele terá que esperar o próximo governante brasileiro para uma visita, que será importante para os dois países. Por mais o presidente se informe, mediante os canais diplomáticos e a imprensa, do que é o Brasil, a presença pessoal é decisiva para que ele “sinta” o nosso país, para que conheça o nosso povo, com o qual ele se disse identificado, quando ganhou as eleições de 2008. Há uma observação de Ortega y Gasset – e, provavelmente de outros, pela sua forte obviedade – de que qualquer um pode ler dez anos seguintes sobre Paris e não a conhecerá mais do que aquele que nela estiver e a sentir por dez minutos. Por isso mesmo alguns espertalhões enlatavam o ar de Paris e o vendiam aos turistas encantados.

Obama, se tiver a oportunidade de sobrevoar algumas cidades brasileiras, visitar uma universidade pública e conversar com alguns integrantes da verdadeira intelligentsia nacional, na certa entenderá que não somos, como pensam muitos, entre eles certos brasileiros, apenas uma banana republic mais extensa e mais populosa. Entenderá que os Estados Unidos nos devem ter como interlocutores sérios, e não dóceis vassalos. Uma associação livre, honrada, de plena igualdade, entre os nossos dois povos, seria conveniente ao Hemisfério e ao mundo, nestas horas de grande incerteza. Mas, até hoje, a diplomacia norte-americana se tem pautado pela arrogante divisa – atribuída, entre outros, a Summer Welles, e repetida depois por Henry Kissinger – de que “os Estados Unidos não têm amigos; têm interesses”. Esses interesses os fazem aproximar-se de nosso povo, como ocorreu para o esforço comum contra o nazifascismo, e os fazem cooptar os seus deslumbrados admiradores brasileiros, para golpear as nossas instituições, como fizeram em 1954, contra Vargas, e em 1964, contra Jango.

Não faria mal o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desmentir – se é que ainda não o fez – a aleivosia que lhe atribuem. Ela só pode prejudicar a candidatura de José Serra, como a prejudicaram outras trapalhadas de que tem sido protagonista o ex-presidente.

Clima e comércio após o encontro de Copenhague

Autor(es): Antonio Meirelles Neto, Carolina Lembo e Diego Z. Bonomo
Valor Econômico - 28/05/2010

Na relação mudanças climáticas e comércio, países em desenvolvimento preocupam-se com a nova geração de barreiras comerciais

O Acordo de Copenhague trouxe avanços em compromissos internacionais sobre mudança do clima. No entanto, apenas reconheceu os "potenciais impactos" das "medidas de resposta" - em linguagem diplomática, a noção de que medidas comerciais relacionadas ao combate ao aquecimento global adotadas por um país podem gerar danos econômicos e sociais a outros. Na prática, o acordo não oferece soluções sobre os limites de interação entre as regras internacionais de comércio e aquelas relativas ao clima.

Desde a COP-13, em Bali, a relação entre clima e comércio tem avançado em três eixos de discussão: a liberalização de bens e serviços ambientais; o estímulo à transferência de tecnologias ambientais e de energia limpa; e a utilização de subsídios e medidas comerciais para redução dos custos de ajuste incorridos por setores intensivos em energia e expostos à concorrência internacional. Apenas os dois últimos fazem parte das negociações no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e do Protocolo de Kyoto.

O primeiro eixo, já parte da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), incorpora proposta dos EUA e de outros países desenvolvidos para sua retirada do pacote único dessa negociação com a justificativa de que sua vertente equivalente sobre mudança do clima exige soluções imediatas. Os países que formam o Basic - Brasil, África do Sul, Índia e China - são contrários. O Brasil, em particular, só aceita negociar o tema fora da OMC se as barreiras ao etanol forem incluídas na lista de obstáculos a serem eliminados.

O segundo eixo replica, na negociação sobre clima, a retórica da liberalização comercial como forma de países emergentes acessarem tecnologias limpas. Destaca-se, nessa discussão, a proposta da China, apoiada pelo Basic, em favor da flexibilização dos direitos de propriedade intelectual. A proposta sugere que países desenvolvidos viabilizem a transferência de tecnologia para países em desenvolvimento no contexto das ações de mitigação e adaptação à mudança do clima. Não há, no entanto, posições claras sobre como torná-la operacional.

O terceiro eixo examina, de um lado, o crescente uso de subsídios nos regimes domésticos dos países desenvolvidos - concessão gratuita de licenças de emissões para setores regulados, subvenção à atividade agrícola por esquemas de offsets e transferência de recursos em condições favoráveis para programas de investimento, desenvolvimento tecnológico e modernização industrial - e, de outro, a tentativa de uso de barreiras comerciais na fronteira para equalizar custos entre produtores domésticos e exportadores de países sem regimes "comparáveis" de combate à mudança do clima. De fato, trata-se do eixo mais relevante. A provável aprovação de legislação norte-americana com a inclusão de barreiras comerciais e a agressiva retórica francesa nessa mesma direção são exemplos alarmantes.

Resultaram da COP-15 três propostas nessa última área.

A primeira é de autoria dos EUA e conta com apoio da União Europeia. Trata-se de uma "não proposta", pois apenas reafirma o princípio previsto no Art. 3.5 da Convenção: o de que um país pode adotar medidas comerciais relacionadas à estabilização do clima desde que estas não resultem em discriminação arbitrária ou injustificada, ou em restrições disfarçadas ao comércio.

A segunda é de autoria da Índia e conta com apoio da China. Trata-se de proposta que cria proibição para qualquer medida unilateral adotada por país desenvolvido contra bens e serviços importados de países em desenvolvimento em nome da estabilização do clima, do combate ao "vazamento de carbono" ou da equalização dos custos de ajuste à legislação ambiental doméstica.

A terceira é de autoria do Brasil e conta com apoio da África do Sul. Diferente da versão norte-americana, implementa a Convenção, pois especifica que os países não devem adotar barreiras comerciais relacionadas ao clima, em especial medidas unilaterais de natureza fiscal e não fiscal aplicadas na fronteira. No entanto, difere-se da proposta indiana, pois não cria proibição total - ao contrário, permite que medidas sejam adotadas, desde que não constituam discriminação arbitrária ou injustificada, ou resultem em restrições disfarçadas ao comércio.

A proposta da Índia, embora percebida pelos que a apoiam como a panaceia para as barreiras comerciais, cria outros problemas. Primeiro, discrimina entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, o que é inconsistente com o princípio da Nação Mais Favorecida da OMC. Segundo, parte da premissa de que qualquer medida comercial relacionada ao clima não acordada de forma multilateral é protecionista. Terceiro, cria proibição inconsistente tanto com a competência da UNFCCC, como com as exceções gerais da OMC utilizadas como justificativas para políticas ambientais (Artigo XX do GATT).

A proposta do Brasil, mais equilibrada, implementa a Convenção e envia sinal político à OMC de que o assunto precisa ser negociado no fórum apropriado. Captura, também, a preocupação dos países em desenvolvimento com a nova geração de barreiras comerciais. Ademais, é, do ponto de vista político e negociador, mais realista que a indiana.

Os EUA, por razões óbvias, não aceitarão proibição às medidas previstas em sua legislação doméstica. Assim, a proposta defendida pela Índia e pela China pode, em nome de tentar resolver o que é urgente (evitar barreiras comerciais), não solucionar o que é importante: a inclusão, no acordo sobre clima, de disposições que possam amparar o Órgão de Solução de Controvérsias da OMC em eventuais disputas comerciais e que criem condições para o futuro tratamento do tema nessa organização.

Em 2010, os debates prosseguirão e seus resultados terão impacto significativo e de longo prazo para as regras internacionais sobre comércio e para o setor exportador brasileiro.

A bomba relógio do agrotóxico no Baixo-Jaguaribe - CE.

Caríssimos,

E isso nos leva a perguntar se o Baixo Jaguaribe hoje é um boma relógio a explodir a qualquer momento pela grande quantidade de uso de agrotóxicos e outros problemas sociais com avanço do que se chama hoje "agronegócios".

Na verdade existe um projeto de expulsão dos agricultores familiares de suas terras com o uso de todos os instrumentos, inclusve através do agrotóxico e de assassinatos.

Assim como foram assassinados barbaramente tantos brasileiros que lutaram por seus ideais e por um país mais justo e por mais justiça social, a morte do companheiro Zé Maria não ficará ipune.

Só podemos nos calar quando os seus assassinos estiverem na cadeia.


Uso indiscriminado de agrotóxicos ainda em debate 

Estão na ordem do dia as discussões sobre o uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos e seus impactos.
Discussões e mais polêmicas à parte, a semana segue decisiva na discussão sobre estratégias no combate ao uso indiscriminado de agrotóxicos. Acontece amanhã, na Assembleia Legislativa do Estado, audiência pública para discutir o impacto dos agrotóxicos no Ceará, Estado considerado atrasado nas discussões sobre o tema e que, também, não tem infraestrutura para analisar os principais alimentos que consome. A Rede Nacional dos Advogados Populares (Renap) encaminhará pedido para revisão da Lei Estadual de Agrotóxicos, sugestão também elaborada pelo Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam). Movimentos sociais recolhem assinaturas de populares contrários à pulverização aérea com veneno em Limoeiro do Norte. Apesar das evidências de contaminação por agrotóxicos ao meio ambiente e à saúde humana em relatórios de algumas das principais instituições de pesquisa do Ceará, do Brasil e do Exterior, vereadores de Limoeiro questionam a legitimidade dos dados e se articulam para que a lei que proíbe a pulverização seja derrubada.
A correlação de forças no litigioso debate envolvendo os agrotóxicos na lavoura agrícola está com dois antagonistas bem nítidos: de um lado, movimentos sociais e institutos de pesquisa (entre órgãos estaduais e universidades) apontando a contaminação do solo, da água e das pessoas com o uso abusivo de agrotóxicos; de outro, produtores rurais defendendo a "importância" dos venenos na luta contra as pragas e alegando, sempre como argumento mais forte, a geração de empregos que o desenvolvimento potencial da agricultura irrigada tem gerado na região jaguaribana, notadamente na Chapada do Apodi, entre Limoeiro do Norte e também em Quixeré.

Na Chapada do Apodi, o cultivo de frutas utiliza agrotóxicos causando contaminação no solo, água e pessoas. Pesquisa da Anvisa divulgada pelo Diário do Nordeste apontou contaminação de verduras por agrotóxicos. (Foto: Divulgação)
Saiba mais:
No meio disto está boa parte da população de Limoeiro do Norte, especialmente da Chapada do Apodi, evitando se pronunciar diretamente sobre o problema, principalmente desde a morte do líder comunitário José Maria Filho, que há vários anos denunciava o problema. Na comunidade do Tomé, do líder assassinado, as pessoas não querem comentar. "Eu participei dos protestos, com muita gente, mas a gente aqui num pode se expor, então não bote meu nome aí não", pede um agricultor da comunidade do Tomé, na Chapada do Apodi. Mais do que do veneno, tem medo da pistolagem, modelo de crime comum na região e que, segundo a Polícia, teria vitimado José Maria (a causa do crime ainda não foi elucidada até agora).
A Câmara Municipal de Limoeiro do Norte está aguardando o laudo oficial da Universidade Federal do Ceará (UFC) sobre as 46 amostras de água para consumo humano e que, em todas as análises, foi verificada a presença de princípio ativo de diversos herbicidas, fungicidas, acaricidas e herbicidas usados principalmente nas plantações de abacaxi, melão e banana da Chapada do Apodi. Por telefone com a reportagem, a médica e professora Raquel Rigotto, que coordena o grupo de especialistas pesquisadores, afirmou não ter recebido o ofício da Câmara pedindo o laudo, pois está participando de um congresso no Rio Grande do Sul.
Conforme o Caderno Regional antecipou na semana passada, essa pesquisa desenvolvida pelo Núcleo Trabalho, Saúde e Meio Ambiente para a Sustentabilidade (Tramas), da UFC, se tornará instrumento jurídico por meio de convênio celebrado entre a universidade e o Ministério Público do Ceará. O vereador Heraldo Holanda, de Limoeiro, teme que a articulação de vereadores se reverta de forma contrária às evidências técnicas de contaminação: "por incrível que pareça, se a sociedade não se mobilizar, a lei vai ser derrubada, vergonhosamente", afirmou, referindo-se à lei municipal que proíbe a pulverização aérea e que, depois de sua aprovação, gerou a pressão de grupos econômicos que defendem a utilização de agrotóxicos nas lavouras do perímetro-irrigado Jaguaribe-Apodi. Movimentos sociais estão recolhendo assinaturas da população de Limoeiro defendendo a manutenção da lei. A meta é alcançar 1.500 assinaturas de munícipes até amanhã, quando em reunião ordinária poderá ser votado o pedido de revogação da lei.
Evidências
Na última segunda-feira (17/05), o Jornal Nacional, da TV Globo, divulgou estudo feito pela Academia Americana de Pediatria, nos Estados Unidos, comprovando que o consumo de alimentos com agrotóxicos aumenta em duas vezes o transtorno do déficit de atenção e a hiperatividade em crianças. Foi o maior estudo realizado em relação ao efeito dos agrotóxicos no comportamento infantil.
No último sábado (15/05), o Caderno Regional publicou, com exclusividade, pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado dando conta que, de 20 tipos de frutas, verduras e legumes, pelo menos 17 tiveram suas amostras com resíduos de agrotóxicos acima do permitido para consumo. Foram 135 amostras recolhidas em grandes e pequenos supermercados da Grande Fortaleza. A pesquisa, a pedido do Programa de Análise de Agrotóxico em Alimentos (Para) foi realizada nos laboratórios de Saúde Pública (Lacen) de Goiás, Minas Gerais e Paraná, que avaliam alimentos de todo o País.
Abaixoassinado
1.500 ASSINATURAS estão sendo coletadas até esta quinta-feira (20/05), em Limoeiro do Norte, em abaixoassinado contra a revogação da lei que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos no Apodi.
Mais informações:
Assembleia Legislativa do Estado do Ceará: (85) 3277.2500
Câmara Municipal de Limoeiro do Norte: (88) 3423.4140
Informações: Diário do Nordeste / Reportagem: Melquíades Júnior

Informações: Diário do Nordeste / Reportagem: Melquíades Júnior
Leia também:

Pe. Augusto: “A vida não espera para brotar. Como a árvore foi plantada, plantemos o sonho do Zé Maria”

 A vida por estes lados de cá vale muito pouco. O  companheiro Ze Maria lutava contra o paradigma da exclusão pela violenta concentração fundiária e conta o agravante uso de agrotóxicos na Chapada do Apodi.
A verdade é que as autoridades de nossa regiao não querem reconhecer a existência de uma bomba relógio do agrotóxico contaminando trabalhadores, terras, alimentos e princípalmente os "corpos d'água de nossa regiao. 

VAmos ler o texto abaixo publicado no Diarío do Nordeste.
 
Movimentos sociais realizaram ato para lembrar morte do líder comunitário José Maria antecedendo audiência
 
 Limoeiro do Norte. “A vida não espera para brotar. Como a árvore foi plantada, plantemos o sonho do Zé Maria”. Enquanto o padre Augusto seguia na celebração de luta contra a contaminação por agrotóxicos na Chapada do Apodi, centenas de trabalhadores davam as mãos e oravam de frente para o lugar onde três semanas atrás tombava com 19 tiros o líder comunitário e que agora a família planta duas mudas de mangueira. Sua morte e sua luta ganharam repercussão internacional, e 34 Organizações Não Governamentais (ONGs) europeias divulgam carta em repúdio à situação na Chapada do Apodi e de solidariedade aos movimentos sociais brasileiros.


Alemanha, Áustria, Suíça, Suécia estão representadas em 34 ONGs que acompanham os conflitos de terra e problemas ambientais e de saúde no Brasil e na América Latina. Em carta aberta distribuída por vários outros países da Europa, o movimento compartilha com a reivindicação local de apuração rigorosa no caso do assassinato e ressalta a luta contra a contaminação por agrotóxicos. Por e-mail com a reportagem, o professor alemão Tobias Schmidt, que soube da situação pelo site do Diário do Nordeste, relatou a indignação e surpresa com que recebeu a notícia.
“O assassinado do Zé Maria foi um choque para mim, nunca pensei que isso seria possível nessa região. Foi difícil ficar aqui sem ser capaz de fazer nada. Escrevi artigo e divulguei a notícia aqui, escrevemos uma carta de solidariedade que foi assinada por 35 ONGs e 175 pessoas dos quatro países”, contou Tobias, da Cooperação Brasileira na Alemanha (Kooperation-Brasilien) e que, no ano passado, esteve no Nordeste estudando as estratégias ambientais e de recursos hídricos, além dos conflitos na Transposição do Rio São Francisco, como pesquisa de seu trabalho de doutorado acadêmico na Alemanha.
Em um dia de audiência pública (ver matéria na Editoria de Cidade), mas antecedida de protestos e gritos por justiça, a viúva, Lucinda Xavier, as filhas e as irmãs de José Maria Filho levaram mudas de mangueira para plantar no local do assassinato, após terem participado de ato na igreja da localidade do Tomé, do qual também participaram representantes dos trabalhadores rurais.
Movimentos sociais
Ainda abalada, a família empunha faixas, cartazes, segura a muda para o ato simbólico, mas evita falar sobre o caso, e mesmo sobre as reivindicações que estão ali representando. O que a comunidade do Tomé, receosa, evita falar, representantes do Movimento dos Sem Terra, Via Campesina, Pastoral da Terra, Cáritas Diocesana e pesquisadores das universidades dão voz a essas reivindicações.
Na carta, os movimentos da Europa afirmam ser “de conhecimento das comunidades locais e de nós, organizações sociais no Brasil e no exterior, que Zé Maria lutava contra os coronéis do agronegócio do Vale do Jaguaribe e contra o uso excessivo de seus agrotóxicos. Com sua atuação resoluta e corajosa frente às comunidades, ele colocou a Chapada do Apodi no mapa das injustiças ambientais, realizado pela Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA)”.
Segue o documento: “Através de sua iniciativa, liderança e coragem, Zé Maria conquistou a aprovação da lei na comunidade de Limoeiro, que proibiu a pulverização de agrotóxicos na mesma. Todos que acompanhavam sua luta sabiam que ele incomodava os grandes produtores e que ele próprio já havia comentado sobre pressões e ameaças que sofria”.
Durante o dia de ontem, em caminhada pela estrada principal da Chapada do Apodi, a pé e de mãos dadas, os trabalhadores e militantes sociais gritavam nomes de vários líderes que foram assassinados no Brasil, como, por exemplo, o ambientalista Chico Mendes e a missionária Dorothy Stang, seguidos de frases como “vive, vive, vive”, e “a luta continua”.
EXPROPRIAÇÃO DE TERRAS
Concentração fundiária gera conflitos
Limoeiro do Norte. Uma região rica, das mais valiosas para a fruticultura irrigada do Nordeste, com terras entre os estados do Ceará e Rio Grande do Norte, a Chapada do Apodi era, 20 anos atrás, terra da agricultura de sequeiro, mas a transformação pela qual tem passado, tornando-se grande polo agrícola, tem como pano de fundo o problema da concentração fundiária ilegítima segundo o próprio Dnocs, que gerencia o perímetro irrigado. Além de faltar título de terras, as novas propriedades geraram a expropriação de 81% dos antigos trabalhadores rurais do local.
Em 1992, da área-piloto e da primeira etapa do Projeto Irrigado Jaguaribe-Apodi, criado pelo Dnocs, possuía 316 irrigantes. Estrutura com canais, tanques e dutos de irrigação foram construídos para que se pudesse plantar na região o ano todo; em 2009, apenas 61 dos antigos irrigantes continuaram na área-piloto e na primeira etapa do projeto. Assim, de cada dez irrigantes que viram o projeto “nascer”, apenas dois continuam na área. Os números são do Dnocs e do Ministério da Agricultura e foram levantados pela geógrafa e pesquisadora Bernadete Freitas, que há uma década estuda os impactos da concentração fundiária na Chapada do Apodi.
Muitas das terras foram apropriadas de forma ilegítima, segundo o próprio Dnocs, por grandes empresas fruticultoras, que compraram terras em nome dos irrigantes e, embora não pudessem “ainda” ter a titulação da terra, comprometiam-se a pagar, dentre outras coisas, as dívidas rurais assumidas pelos antigos irrigantes junto aos bancos.
Denúncia na Procuradoria
O líder comunitário José Maria Filho, que na época fundou a Associação dos Ex-Irigantes do Jaguaribe-Apodi, levou a denúncia para a Procuradoria Regional da República em Limoeiro do Norte, depois encaminhada e acatada pela vara da Justiça Federal nessa mesma cidade, solicitando que o Dnocs realizasse o trabalho de demarcação das terras da União, que teriam sido “invadidas” pelas empresas. Grosso modo, após comprarem sem documento as terras dos irrigantes, os produtores aumentavam o espaço da cerca para além de sua propriedade.
Uma semana após reportagem do Caderno Regional denunciando o fim do prazo para a demarcação de terras por parte do Dnocs, uma equipe desse Departamento foi deslocada para Limoeiro com a missão de catalogar as posses.
Documento assinado pelo então diretor de produção do Departamento, Felipe Cordeiro, dava conta de que “existem muitas áreas que foram invadidas, algumas até arrendadas pelo invasor a terceira pessoa, existem irrigantes oficiais que são arrendatários de outros irrigantes”, anotou ele.
A resolução da demarcação de terras na primeira etapa do projeto de irrigação Jaguaribe-Apodi é o condicionante para que a segunda etapa, ainda ociosa mesmo com estrutura de canais de irrigação, possa ser distribuída para outros produtores, essencialmente os ex-irrigantes que, liderados por José Maria, reivindicavam pela titulação das terras.
Melquíades Júnior
Colaborador

A diplomacia do porrete de Serra para a América do Sul.

Meus caros, a depender de uma possível vítória de Serra, o que teremos é uma diplomacia do porrete do demotucano Serra aos países da América do Sul, principalmente os países com política de desenvolvimento de seus povos.

No entanto, o que teremos é uma diplomacia do demotucano Serra à base do porrete para países da América do Sul e uma diplomacia subserviente para os interesses americanos. 

E isso é verdade, quando a política externa do governo demotucano liderado por SERRA-FHC colocou o Brasil de joelhos aos interesses americanos. 


Enquanto isso Lula dissemina paz  e reafirma nossa soberania entre os povos de nosso planeta diz:

“Não temos procuração de ninguém – e não queremos ter – para tratar da questão nuclear do Irã. (...) [O acordo] era tudo o que eles [EUA] queriam e foi tudo o que nós fizemos. Agora, é preciso que as pessoas digam claramente se querem construir possibilidade de paz ou querem construir possibilidade de conflito. A Turquia e o Brasil são pela paz.”
“Se no Conselho de Segurança da ONU, entre os membros permanentes, tivesse países que não têm armas nucleares, possivelmente a possibilidade de fazer acordo seria muito maior.”
“É preciso arejar a cabeça dos negociadores, é preciso que eles saiam de casa pensando na paz e não na guerra, que saiam de casa pensando no diálogo e não no confronto, que não façam apenas o diálogo daqueles que utilizam da sua prepotência para não negociar.”
“Nós fizemos o que eles estão tentando fazer há muitos anos, alguns países há 30 anos, nós conseguimos fazer, porque as pessoas precisam aprender que a política do século XXI exige mais parceria, mais transparência e mais diálogo. Com truculência a gente não resolve nem os problemas dentro da casa da gente, em família.” *
*Presidente Luís Ignácio Lula da Silva

Importante conhecer a atuação de Afif e Serra na Constituinte.


O Brasil, o Diap e o zero à esquerda

Carlos Ramiro de Castro*,
No Portal da CUT

"Quem fez a fama - no caso, má fama - de Afif foi um livro de quase 700 páginas, onde, na de número 579, fica-se conhecendo o comportamento do então liberal na votação de matérias de interesse dos trabalhadores, como direito de greve, Piso salarial, jornada de 40 horas, entre outros. Foi assim: zero no primeiro turno da Constituinte; zero no segundo turno; e zero na média final".

Numa das definições mais precisas para o "zero" que logo vamos abordar, seja de Afif, Alckmin ou Serra, o "Aurélio" fala de "pessoa ou coisa sem valor ou préstimo", cuja nulidade pode ainda ser descrita como "zero à esquerda".

Passados cem anos do nascimento de Aurélio Buarque de Holanda, autor do excelente dicionário, ainda está para ser escrito termo mais exato para o comportamento de parlamentares ou governantes que traem o acordo firmado com seus eleitores. Ainda mais, quando envolvem aspectos essenciais para o desenvolvimento e a soberania nacional, como o petróleo e a energia, ou a defesa dos direitos da classe trabalhadora, expressos na Constituição Cidadã de 1988.

Infelizmente, tal "traição" está longe de ser um paradoxo como foi a descoberta do zero, que quantificava a representação do nada, do inexistente. Ela somente revela, conforme o nosso dicionário de referência, "crime de quem, perfidamente entrega, denúncia ou vende alguém ou alguma coisa ao inimigo".

Ao ser questionado recentemente por um programa de TV sobre a nota "zero" que recebeu do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), quando era deputado-constituinte, no final dos anos 80, Guilherme Afif Domingos, atualmente candidato a vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin, foi taxativo: "O Diap é um órgão fascista".

A histeria contra quem congrega e presta serviços para mais de 900 entidades sindicais de trabalhadores, como centrais, confederações, sindicatos e associações, faz sentido. Em vez de se calar diante do poder financeiro, como a imprensa venal, o Diap informou que na Constituinte, Afif "certamente contrariou seu eleitorado. Votou contra a proteção da empresa nacional e disse não à nacionalização das reservas minerais. Absteve-se quanto à licença-paternidade, mas não teve dúvidas em apoiar a UDR, votando contra a reforma agrária. Disse não ao direito de voto aos 16 anos e votou contra o tabelamento de juros".

Para completar, "foi a favor da comercialização de sangue humano ao votar contra a emenda que vedava a mercantilização de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplantes, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados".

A "resposta" de Afif foi, portanto, digna de um sem argumentos, como recorda o site da Agência Sindical, pois "quem fez a fama - no caso, má fama - de Afif foi um livro de quase 700 páginas, onde, na de número 579, fica-se conhecendo o comportamento do então liberal na votação de matérias de interesse dos trabalhadores, como direito de greve, piso salarial, jornada de 40 horas, entre outros. Foi assim: zero no primeiro turno da Constituinte; zero no segundo turno; e zero na média final".

Na página 621 do mesmo livro, os votos de José Serra, "média 3,75", atual candidato de demos e tucanos à Presidência: 1) contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo; 2) contra garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego; 3) contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas; 4) contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias; 5) negou seu voto pelo direito de greve; 6) negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário; 7) negou seu voto pelo aviso prévio proporcional; 8) negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical; 9) negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio; 10) negou seu voto pela garantia do salário mínimo real.

Nem é preciso falar sobre a prática de Serra como governador de São Paulo, pois aí seria covardia. O arrocho salarial e a repressão e perseguição ao funcionalismo, a desvalorização e desmantelamento da escola pública, o alastramento dos pedágios o furor privatizante falam por si.

Embora tenha conseguido passar raspando em 1988, nota 7 do Diap, Geraldo Alckmin logo resolveu se desculpar com a direita, passando a abraçar as teses mais reacionárias e entreguistas, das quais tornou-se um ardoroso e fiel defensor. O macacão com o logo das estatais, que vestiu no embate contra Lula em 2002, só estampou o que todos já sabiam.

Como ex-presidente do Programa Estadual de Desestatização do governo estadual e posteriormente desgovernador de São Paulo, é um dos grandes responsáveis, junto com Fernando Henrique Cardoso, pela desnacionalização do setor energético paulista, entregue a multinacionais norte-americanas, como a AES-Eletropaulo, ou aos colombianos da ISA, que abocanharam a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP).

O resultado a população paulista está sentindo na pele: apagões, aumento de tarifas, precarização e multiplicação dos acidente