Abaixo traço uma pequena análise deste vídeo - Guerra de Trump contra os BRICS dá errado: Putin e China detonam o dólar. Primeiro que os diálogos no vídeo, BRICS: ameaça à hegemonia do dólar e à geopolítica dos EUA, logo no início do vídeo, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, declara que os BRICS foram criados com o intuito de enfraquecer a supremacia do dólar nas transações internacionais. Em tom de enfrentamento, afirma que, se os BRICS quiserem jogar este jogo, os EUA responderão com tarifas e sanções.
Essa reação demonstra a percepção dos BRICS como uma ameaça real à
hegemonia geopolítica e financeira dos EUA. Enquanto o modelo estadunidense
opera a partir da imposição, da lógica do veto e da dominação unipolar, os
BRICS se organizam sob o princípio da cooperação multilateral, da igualdade
entre os membros e da construção de alternativas soberanas.
Ao contrário das organizações internacionais dominadas pelos EUA (como
FMI e Banco Mundial), os BRICS trabalham com decisões por consenso, sem poder
de veto exclusivo. Essa estrutura é um anátema para Washington, acostumado a
ditar as regras e impor sanções aos que divergem.
Os BRICS, formados inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul, defendem a desdolarização e a criação de mecanismos autônomos de
financiamento e comércio. Nesse contexto, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB)
— presidido por Dilma Rousseff, ex-presidenta do Brasil e figura histórica do Partido
dos Trabalhadores — representa uma alternativa concreta ao Banco Mundial,
oferecendo empréstimos em moedas locais para seus membros.
Lawfare, Intervenções e Golpes: a sombra dos EUA na América Latina
O vídeo ainda denuncia o uso de lawfare como ferramenta de guerra
híbrida promovida pelos EUA na América Latina. Casos como os de Dilma Rousseff
e Lula da Silva são citados como vítimas de perseguições judiciais com apoio de
setores do sistema judiciário, da mídia e do Departamento de Justiça dos EUA, especialmente
durante a Operação Lava Jato. Essa operação teria criado as condições políticas
e jurídicas para o ascenso de Jair Bolsonaro ao poder, com forte alinhamento
aos interesses norte-americanos e discurso abertamente antichinês.
Durante o governo Bolsonaro, observa-se a militarização do Estado com a
presença maciça de generais e oficiais em cargos estratégicos. Ainda assim, o
golpe militar tentado após a eleição de Lula em 2022 fracassou, principalmente
porque os EUA, sob o governo Biden, não apoiaram a ação, contrariando a
tradição histórica de patrocínio de golpes na América Latina.
A principal estratégia atual dos BRICS é a desdolarização, com o
fortalecimento de sistemas de financiamento e transações fora do circuito
controlado pelos EUA, como o sistema SWIFT. Os BRICS já estão realizando
operações comerciais em moedas locais, criando alternativas de liquidez para os
países-membros.
Além disso, o NDB cresce sob a liderança de Dilma Rousseff e já conta
com 11 membros, incluindo a Colômbia, um país historicamente alinhado aos EUA,
o que representa uma mudança geopolítica profunda. O presidente colombiano
atual, de esquerda, busca aproximação com os BRICS, sinalizando uma possível
ruptura com o modelo de subordinação histórica aos interesses norte-americanos.
Outra inovação é o Fundo de Reserva Contingente dos BRICS, que visa
oferecer apoio financeiro aos países em dificuldades de balanço de pagamentos,
alternativa ao FMI, com destaque para o papel da China como principal fonte de
superávit e investimento.
Concluindo, o vídeo apresenta uma narrativa de resistência multipolar ao
império estadunidense, com os BRICS ocupando papel central na reorganização da
ordem internacional. A liderança de Dilma no NDB, o retorno de Lula ao poder, e
a expansão dos BRICS com países como Colômbia e Uzbequistão, simbolizam a
ascensão de um modelo baseado em cooperação sul-sul, soberania econômica e
integração não subordinada.
Nesse contexto, as ameaças de Trump — como as tarifas de 50% ao Brasil — representam uma tentativa desesperada de manter o controle diante do declínio relativo do poder dos EUA. A resposta de Lula reafirmando a soberania brasileira marca o reposicionamento do país no cenário internacional, amparado nas alianças com os BRICS e na construção de uma nova arquitetura global de poder.
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