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quarta-feira, 23 de julho de 2025

Lawfare, Intervenções e Golpes: a sombra dos EUA na América Latina


Abaixo traço uma pequena análise deste vídeo - Guerra de Trump contra os BRICS dá errado: Putin e China detonam o dólar. Primeiro que os diálogos no vídeo, BRICS: ameaça à hegemonia do dólar e à geopolítica dos EUA, logo no início do vídeo, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, declara que os BRICS foram criados com o intuito de enfraquecer a supremacia do dólar nas transações internacionais. Em tom de enfrentamento, afirma que, se os BRICS quiserem jogar este jogo, os EUA responderão com tarifas e sanções.

Essa reação demonstra a percepção dos BRICS como uma ameaça real à hegemonia geopolítica e financeira dos EUA. Enquanto o modelo estadunidense opera a partir da imposição, da lógica do veto e da dominação unipolar, os BRICS se organizam sob o princípio da cooperação multilateral, da igualdade entre os membros e da construção de alternativas soberanas.

Ao contrário das organizações internacionais dominadas pelos EUA (como FMI e Banco Mundial), os BRICS trabalham com decisões por consenso, sem poder de veto exclusivo. Essa estrutura é um anátema para Washington, acostumado a ditar as regras e impor sanções aos que divergem.

Os BRICS, formados inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, defendem a desdolarização e a criação de mecanismos autônomos de financiamento e comércio. Nesse contexto, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) — presidido por Dilma Rousseff, ex-presidenta do Brasil e figura histórica do Partido dos Trabalhadores — representa uma alternativa concreta ao Banco Mundial, oferecendo empréstimos em moedas locais para seus membros.

Lawfare, Intervenções e Golpes: a sombra dos EUA na América Latina

O vídeo ainda denuncia o uso de lawfare como ferramenta de guerra híbrida promovida pelos EUA na América Latina. Casos como os de Dilma Rousseff e Lula da Silva são citados como vítimas de perseguições judiciais com apoio de setores do sistema judiciário, da mídia e do Departamento de Justiça dos EUA, especialmente durante a Operação Lava Jato. Essa operação teria criado as condições políticas e jurídicas para o ascenso de Jair Bolsonaro ao poder, com forte alinhamento aos interesses norte-americanos e discurso abertamente antichinês.

Durante o governo Bolsonaro, observa-se a militarização do Estado com a presença maciça de generais e oficiais em cargos estratégicos. Ainda assim, o golpe militar tentado após a eleição de Lula em 2022 fracassou, principalmente porque os EUA, sob o governo Biden, não apoiaram a ação, contrariando a tradição histórica de patrocínio de golpes na América Latina.

A principal estratégia atual dos BRICS é a desdolarização, com o fortalecimento de sistemas de financiamento e transações fora do circuito controlado pelos EUA, como o sistema SWIFT. Os BRICS já estão realizando operações comerciais em moedas locais, criando alternativas de liquidez para os países-membros.

Além disso, o NDB cresce sob a liderança de Dilma Rousseff e já conta com 11 membros, incluindo a Colômbia, um país historicamente alinhado aos EUA, o que representa uma mudança geopolítica profunda. O presidente colombiano atual, de esquerda, busca aproximação com os BRICS, sinalizando uma possível ruptura com o modelo de subordinação histórica aos interesses norte-americanos.

Outra inovação é o Fundo de Reserva Contingente dos BRICS, que visa oferecer apoio financeiro aos países em dificuldades de balanço de pagamentos, alternativa ao FMI, com destaque para o papel da China como principal fonte de superávit e investimento.

Concluindo, o vídeo apresenta uma narrativa de resistência multipolar ao império estadunidense, com os BRICS ocupando papel central na reorganização da ordem internacional. A liderança de Dilma no NDB, o retorno de Lula ao poder, e a expansão dos BRICS com países como Colômbia e Uzbequistão, simbolizam a ascensão de um modelo baseado em cooperação sul-sul, soberania econômica e integração não subordinada.

Nesse contexto, as ameaças de Trump — como as tarifas de 50% ao Brasil — representam uma tentativa desesperada de manter o controle diante do declínio relativo do poder dos EUA. A resposta de Lula reafirmando a soberania brasileira marca o reposicionamento do país no cenário internacional, amparado nas alianças com os BRICS e na construção de uma nova arquitetura global de poder.

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