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domingo, 6 de julho de 2025

💥 "Nós contra eles" ou o país contra seus próprios fantasmas?

Nos últimos dias, ficou evidente que a direita e a extrema-direita – sempre amparadas por seus braços midiáticos e ideológicos – sentiram o impacto do movimento liderado por Lula, o PT, movimentos sociais e setores da esquerda contra os privilégios históricos do Congresso e da elite econômica.

Não à toa, Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central e herdeiro direto da cartilha neoliberal implementada por FHC nos anos 1990, disparou na imprensa:

"O discurso de 'nós contra eles' é ruim e não fará o país crescer."
(Folha de S.Paulo, 2025)

Mas é preciso dizer: quem criou esse “nós contra eles” foi a elite. E quando o "nós" representa 90% da população assalariada, trabalhadora e tributada injustamente, o debate deixa de ser polarização e se torna justiça social.

Campos Neto parece esquecer que seu pai, Roberto Campos, já se dizia realizado ao ver FHC implementar a agenda neoliberal que levou o país à quebra sucessiva de 1998 a 2001, com:

Apagão elétrico,

Cheque especial de US$ 40 bilhões com o FMI,

E um país entregue a Lula em 2003 com o 17º PIB mundial e dívida altíssima, que só foi paga em 2007.

Taxar ricos não é "ódio de classe", é democracia fiscal!


A crítica do topo da pirâmide ganhou coro com figuras como Luciano Hang, que agora choraminga nas redes sociais que:

“Mais de 1.200 milionários deixarão o Brasil em 2025!”

A verdade é que quem ameaça sair não é o capital produtivo, mas o capital especulador e predador, que lucra com os juros altos, aposta na instabilidade e não gera empregos nem distribui renda. Essa elite quer um Brasil onde:

O trabalhador pague imposto até sobre o pão;

E quem ganha mais de R$ 100 mil mensais siga isento de tributos sobre lucros e dividendos.

Por que o debate sobre justiça tributária incomoda tanto?

Porque pela primeira vez em décadas, uma proposta começa a mexer nas estruturas:

Isenção para quem ganha até R$ 5 mil;

Tributação de lucros e dividendos;

Fim dos supersalários e penduricalhos no serviço público de elite;

Progressividade real no IR.

Cobrança sobre grandes fortunas

Aumento da tributação sobre grandes heranças.

Progressividade x regressividade

Exoneração sobre consumo (ICMS) e produção (IPI) para aumento da tributação sobre renda e patrimônio.

Esse movimento nas redes, impulsionado por vozes críticas da classe trabalhadora e da juventude, não pode ser reduzido à velha retórica de “instabilidade”. É maturidade democrática. É uma população começando a enxergar a política fiscal como parte do seu dia a dia — e não como assunto apenas de economistas engravatados e colunistas do mercado.

Finalizo com a consciência de um trabalhador:

"O dia em que a mídia tentou pintar a elite como coitada, levou uma lapada seca de um trabalhador com consciência de classe."

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