“Sinto o cheiro de tantos cadáveres e não aguento mais.”
Frase atribuída a um soldado israelense em colapso, pouco antes de cometer
suicídio.
Em meio à
devastação em Gaza, imagens e relatos perturbadores emergem não apenas das
ruínas palestinas, mas também das entranhas do próprio exército israelense. A
guerra deixa marcas em todos — mortos, vivos e sobreviventes. Soldados desabam.
Crianças desaparecem. Mulheres são violadas. A civilização recua.
A guerra não
tem lado justo quando perde sua alma.
Colapsos
mentais e o fardo da violência
Nas últimas
semanas, circularam nas redes vídeos de soldados israelenses em colapso
psicológico, chorando, gritando ou simplesmente em silêncio profundo,
paralisados pelo que viram ou fizeram. Um deles teria deixado uma carta com a
frase: “Sinto o cheiro de tantos cadáveres e não aguento mais”. Embora o nome
“Daniel Edri” seja amplamente citado, não há confirmação oficial sobre a identidade
— o que não invalida o alerta que ecoa: há soldados se quebrando por dentro.
A Associação
Psiquiátrica de Israel já apontava que até 30% dos soldados desenvolvem
sintomas graves de estresse pós-traumático após operações em Gaza. Muitos
voltam mutilados da alma, outros não voltam.
Ex-soldado israelense, em depoimento ao https://www.972mag.com/about/
Violência sexual como instrumento de
dominação
O horror não
se restringe aos bombardeios. Em março de 2025, a ONU divulgou um relatório
documentando atos sistemáticos de violência sexual cometidos por forças
israelenses contra palestinos, homens,
mulheres e crianças. Os crimes incluem:
Estupros com
objetos metálicos e bastões elétricos;
Nudez
forçada e abusos genitais;
Tortura com
conotação sexual;
Publicação
de vídeos de humilhação.
Esses abusos
ocorreram em campos como Sde Teiman, Ofer e Negev, e foram filmados por
próprios soldados, alguns vídeos vazaram e chocaram até mesmo setores da
sociedade israelense. O caso mais emblemático levou à acusação formal contra 5
soldados reservistas por estupro e agressões brutais contra prisioneiros
palestinos, incluindo adolescentes.
A
impunidade, porém, ainda predomina.
A traição do sionismo à ética judaica
Muitos
judeus ao redor do mundo rejeitam as ações do Estado de Israel e denunciam o
sionismo político como uma ideologia de exclusão, apartheid e genocídio. Grupos
como o Jewish Voice for Peace e o Neturei Karta afirmam que o sionismo “profana
a Torá” e “destrói tanto o povo judeu quanto os palestinos”.
O
historiador judeu Ilan Pappé é incisivo:
“O sionismo
destrói tanto os palestinos quanto o próprio povo judeu.”
Não se trata
de “ódio aos judeus” — trata-se de recusar a transformação de uma fé milenar em
uma justificativa para massacres e apartheid. Confundir crítica ao sionismo com
antissemitismo é uma armadilha ideológica que impede a ética de respirar.
Precisamos de lucidez, não de bandeiras
O que se
desenha diante do mundo é um cenário em que o poder armado anula qualquer valor
civilizatório. Em Gaza, mulheres são violadas e mortas. Em Israel, soldados
desabam e se suicidam. O projeto colonial fere a todos, inclusive seus próprios
filhos. A alma de um povo não pode ser construída sobre escombros alheios.
O mundo
precisa parar. Ou será tarde demais.
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