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quarta-feira, 2 de julho de 2025

🌌 Mário Schenberg: o físico nordestino que pensou o átomo e sonhou a soberania

Mário Schenberg: o físico nordestino que pensou o átomo e sonhou a soberania

Este é um convite para redescobrir Mário Schenberg, um dos maiores físicos teóricos do Brasil, um pensador crítico e um militante comprometido com a ciência e a soberania nacional.

Menos de 1% dos brasileiros conhece seu nome, mesmo tendo Schenberg sido respeitado

Nascido em Recife, Pernambuco, em 2 de julho de 1914, viveu no Nordeste parte de sua formação e manteve uma forte identidade regional, o que, em seu texto, justificava chamá-lo carinhosamente de “físico cearense”. Porém, formalmente, Schultz apontava o Recife como seu local natal.

Schenberg não apenas pensava o átomo.
Ele pensava o Brasil.

Um gênio da física e da causa nacional

Filho de imigrantes judeus russos, Schenberg estudou no Recife, depois no Rio e em São Paulo, chegando a trabalhar com nomes como Niels Bohr e George Gamow na Europa e Estados Unidos. De volta ao Brasil, tornou-se professor da USP, formador de gerações e protagonista da consolidação da física teórica brasileira.

Seu trabalho sobre o colapso gravitacional de estrelas massivas, o limite Schönberg‑Chandrasekhar é referência até hoje na astrofísica. E o batismo do processo Urca, com Gamow, ficou famoso pela analogia provocativa entre o desaparecimento da energia e o dinheiro nos cassinos.

Mas sua mente ia além dos céus: Schenberg acreditava que a ciência precisava estar a serviço do povo e da soberania nacional.

Copiar ou criar? A desconfiança americana

Nos anos 1950 e 60, o Brasil avançava em energia nuclear. E os EUA, como detentores da bomba, observaram esse avanço com atenção e apreensão.

Schenberg, com seu domínio da física nuclear, logo entrou no radar da diplomacia e da Inteligência americana, que temia não tanto a cópia de tecnologia, mas a autonomia de um país periférico com cérebros próprios.

O papel de Schenberg no projeto científico brasileiro

Foi membro influente no CNPq, professor da USP, articulador do Conselho da FAPESP e mentor político de carreiras científicas. Presidiu a Sociedade Brasileira de Física entre 1979 e 1981

Militante do PCB, foi eleito deputado estadual por São Paulo na Constituinte de 1947, defendendo políticas de ciência aberta e democrática. Cassado pela repressão no início da Guerra Fria, permaneceu ativo intelectual e politicamente.

Por que sua história foi silenciada?

Porque Schenberg era incômodo.
Era comunista num tempo de caça às bruxas.
Era cientista num país que celebra o poder, mas teme o pensamento.
Era nordestino, de esquerda, em um Brasil centralizado no Sudeste.

E, sobretudo, era um pensador livre, algo raro e perigoso nas repúblicas tuteladas.

O Nordeste que pensa o Brasil

Schenberg se encaixa numa linhagem de nordestinos que ousaram pensar a nação além da dependência: Celso Furtado, Josué de Castro, Paulo Freire, Patativa do Assaré...O sertão nunca foi só resistência. Foi criação, intelecto, projeto coletivo.

Resgatar Schenberg é reafirmar a soberania

Quando hoje o Brasil recua de projetos estratégicos, do nuclear ao aeroespacial, do satélite à inteligência artificial, lembrar de Schenberg é ato político.

O futuro será nosso se valorizarmos os cérebros que o vislumbraram.
E sobretudo, se compreendermos que saber é poder, o poder de pensar e criar sem submissão

A história oculta do Brasil que ousou dominar o átomo e incomodou potências

Poucos brasileiros conhecem o nome Mário Schenberg.

Menos ainda sabem que ele foi um dos maiores físicos teóricos do século XX, respeitado por Einstein, Fermi e Gamow e que nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1914.

Mas há uma razão para esse apagamento.

Schenberg não apenas pensava o átomo. Ele pensava o Brasil.

E nenhum país submisso tolera por muito tempo os seus gênios soberanos.

Um gênio da física e do Brasil

Filho de imigrantes judeus, Schenberg brilhou ainda jovem. Estudou matemática e engenharia em Recife e no Rio. Depois, foi para a Europa, onde conviveu com Niels Bohr e outros pioneiros da física nuclear. De volta ao Brasil, tornou-se professor da USP, mentor de gerações de físicos e pilar do desenvolvimento científico brasileiro.

Seu trabalho sobre o colapso gravitacional de estrelas massivas é usado até hoje na astrofísica. Mas sua mente ia além dos céus: ele entendia que a ciência precisava servir ao povo e à soberania nacional.

Copiar ou criar? A suspeita americana

Nos anos 1950 e 60, o Brasil começava a se aventurar na energia nuclear. E os EUA, já detentores da bomba atômica, passaram a desconfiar do rápido avanço brasileiro.

Schenberg, com sua formação internacional e domínio da física nuclear, logo virou alvo de suspeitas.

Autoridades e cientistas norte-americanos insinuavam que o Brasil sob liderança intelectual de Schenberg e técnica de militares como o Almirante Othon  teria “copiado” tecnologia dos EUA.

Na verdade, o que incomodava era outra coisa:

Um país do Sul global, com cérebros próprios, ousava romper o monopólio do átomo.

O papel de Schenberg no desenvolvimento nuclear brasileiro

Schenberg foi fundamental na formação de pesquisadores, na formulação de políticas científicas e no pensamento estratégico sobre o uso pacífico e autônomo da energia nuclear.

Foi presidente do CNPq, articulador do projeto de um reator brasileiro e defensor da integração entre ciência, desenvolvimento e soberania.

Era crítico do entreguismo e da dependência tecnológica. Defendia que o Brasil investisse na ciência como pilar da independência nacional.

Por que sua história foi silenciada?

Porque Schenberg era incômodo:

Era comunista num tempo de caça às bruxas.

Era cientista num país que glorifica militares, mas persegue o pensamento.

Era cearense, nordestino, e de esquerda, num país que centraliza poder no Sudeste e no capital estrangeiro.

E, sobretudo, era um pensador livre, algo raro, e perigoso, nas repúblicas tuteladas.

O Nordeste que pensa o mundo

Mário Schenberg faz parte de uma linhagem de nordestinos que pensaram o Brasil para além da dependência.

Junto a Celso Furtado, Josué de Castro, Patativa do Assaré, Paulo Freire e tantos outros, ele nos mostra que o sertão é também um centro de inteligência, não só de resistência.

Resgatar Schenberg é resgatar o Brasil que ousou pensar por conta própria

Hoje, quando o país é pressionado a desistir de seus projetos estratégicos do nuclear ao aeroespacial, do satélite à inteligência artificial,  lembrar de Schenberg é um ato de afirmação.

O futuro só será nosso se formos capazes de entender, valorizar e proteger os cérebros que já o vislumbraram.

 Leia, pesquise e compartilhe a história de Mário Schenberg, o físico cearense que não apenas compreendeu o átomo, mas entendeu que o verdadeiro poder está em quem domina o conhecimento, e não se ajoelha para o império.

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