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segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Do golpe de 2016 ao sequestro da Câmara: um fio que não se rompe

Do golpe de 2016 ao sequestro da Câmara: um fio que não se rompe

A história política recente do Brasil pode ser lida como uma linha contínua de eventos conectados por um mesmo objetivo: o controle da opinião pública e das instituições. Como observou o jornalista Janio de Freitas, o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, a operação Lava Jato, a prisão do ex-presidente Lula e a candidatura de Jair Bolsonaro formam um conjunto articulado. Essa articulação contou com o apoio e financiamento de institutos liberais, empresas e até do governo dos Estados Unidos, criando o terreno fértil para o avanço de uma agenda de retrocessos políticos, econômicos e sociais.

O golpe parlamentar de 2016 abriu caminho para a criminalização seletiva da política e para uma ofensiva judicial e midiática sem precedentes. A Lava Jato, hoje desmoralizada por suas ilegalidades, foi peça-chave nesse processo, ajudando a inviabilizar a candidatura de Lula em 2018 e facilitando a ascensão de Bolsonaro ao poder. Ao mesmo tempo, um trabalho persistente de manipulação da opinião pública, potencializado pelas redes sociais, consolidou uma base de extrema-direita disposta a desafiar o próprio Estado Democrático de Direito.

Os ecos dessa trajetória ressoam até hoje. No dia 8 de agosto de 2025, um grupo de 14 deputados federais sequestrou, simbolicamente, a Câmara dos Deputados. Ao impedir o presidente interino, Hugo Motta, de exercer suas funções e paralisar as votações, esses parlamentares buscavam pressionar pela anistia dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A manobra, descrita por muitos como um “sequestro” do Congresso, revela o medo dessa ala radical de ver seus aliados julgados pelo Supremo Tribunal Federal.

O episódio não é um fato isolado: ele se insere numa cadeia de acontecimentos que, desde 2016, fragilizam as instituições e colocam em xeque o pacto democrático. O que começou como um ataque político-midiático contra um governo eleito se transformou numa disputa aberta pelo controle das regras do jogo e pela impunidade de quem tenta subverter a democracia.

Se o país não romper esse fio histórico, corre o risco de ver a democracia sendo corroída não apenas por golpes declarados, mas também por ações silenciosas, articuladas e repetidas, cada uma pavimentando o caminho para a próxima.

Por fim, Bob Fernandes traz um prontuário de cada deputado e deputada, o que interessante observar no vídeo. Incrível a ficha corrida de cada deputado e deputada no roubou das emendas secretas. Por isso, estes deputados (as) querem acabar com o foro privilegiado para que possam ser jugados na primeira instância de seus estados onde têm mais chances de "jogo". 

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