Translate / Tradutor

quarta-feira, 2 de julho de 2025

🛰A Rússia entre duas guerras: Ucrânia e um novo conflito no Oriente Médio

A guerra na Ucrânia, que desde 2022 vem consumindo recursos, atenção e tempo da Rússia, parece caminhar para uma inflexão estratégica. Não apenas pelo desgaste de mais de dois anos de combates, mas por algo ainda mais grave: o surgimento iminente de um novo teatro de guerra mais complexo e potencialmente catastrófico, envolvendo Israel, Azerbaijão, Turquia e, por extensão, a OTAN, os EUA e a Europa.

📍 Um novo epicentro de instabilidade: o Cáucaso e o Oriente Médio

A aliança crescente entre Israel e Azerbaijão vem gerando inquietações no Irã e na Rússia. O Azerbaijão, apoiado por tecnologia militar israelense e por uma aproximação com a Turquia, tem aumentado sua influência no Cáucaso, uma região que a Rússia considera estratégica.

Ao mesmo tempo, a escalada dos conflitos envolvendo Israel e seus vizinhos (como Hezbollah, Irã e a questão palestina) sugere a abertura de um novo front, com riscos reais de alastramento para Líbano, Síria, Irã e até Armênia — esta última tradicional aliada da Rússia.


🎯 A armadilha geopolítica

Com os EUA e a OTAN comprometidos em prolongar a guerra na Ucrânia, a Rússia se vê presa em um esforço de contenção no Ocidente, enquanto o flanco sul e leste se reconfigura perigosamente.

·        A Turquia, membro da OTAN, joga duplo: flerta com Moscou em energia e gás, mas apoia militarmente o Azerbaijão e se posiciona como potência emergente no mundo turcomano-muçulmano.

·        Israel, embora aliado dos EUA, também age com autonomia agressiva e está em rota de colisão com Irã, Hezbollah, Síria — todos aliados indiretos ou diretos da Rússia.

·        O Azerbaijão, empoderado pelo gás, pelo petróleo e pelos drones, surge como uma peça-chave nas mãos do Ocidente para pressionar o entorno russo.

 O tempo russo está se esgotando?

Putin sabe que não pode manter indefinidamente suas forças presas no Donbass enquanto o mundo arde em outras regiões. Encerrar a guerra na Ucrânia com alguma vitória política ou militar se tornou uma urgência estratégica.

O novo conflito que se anuncia, mais amplo, mais religioso, mais instável, ameaça se transformar em um vórtice capaz de atrair múltiplos atores globais. A Europa, já exaurida economicamente, talvez não suporte outro choque de instabilidade. E os EUA, divididos internamente, enfrentam o dilema de continuar financiando guerras em nome da “ordem liberal internacional” enquanto seu próprio sistema político desmorona.

📌 Conclusão

A Rússia está na encruzilhada. Ou define rapidamente a questão ucraniana, com um acordo de congelamento ou vitória local, ou será arrastada para um novo teatro de guerra onde as variáveis são mais caóticas, as alianças mais voláteis e os riscos infinitamente maiores.

Talvez, como dizia Clausewitz, “a guerra é a continuação da política por outros meios”. Mas, no cenário atual, parece que a política foi sequestrada pela guerra permanente — e o mundo caminha sonâmbulo para um novo abismo.

 

Nenhum comentário: