Genocídio e Campo de Concentração em Gaza, Cumplicidade Ocidental e a Resistência no Mar Vermelho
O que se desenrola diante dos
nossos olhos não é apenas mais um conflito no Oriente Médio. Trata-se de um genocídio
televisionado, um massacre sistemático contra o povo palestino em Gaza, com a
conivência do Ocidente e o silêncio ensurdecedor de instituições que deveriam
proteger os direitos humanos universais.
A relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados, Francesca Albanese, publicou recentemente um relatório devastador que classifica as ações de Israel como genocidas. O documento expõe não apenas a brutalidade da ocupação, mas também como empresas norte-americanas lucram diretamente com a destruição da Palestina.
A resposta dos Estados Unidos,
país que se autoproclama guardião da democracia, foi sancionar a própria
relatora da ONU. Sim, você leu certo: o império puniu quem ousou dizer a
verdade. Um ataque frontal não só à integridade das Nações Unidas, mas à
própria ideia de legalidade internacional. A mensagem é clara: o direito
internacional vale apenas quando favorece seus interesses.
Israel, por sua vez, intensifica
sua máquina de guerra com apoio irrestrito de Washington. Bombardeios contra
hospitais, escolas, campos de refugiados e infraestruturas civis já deixaram
dezenas de milhares de mortos, em sua maioria mulheres e crianças. O próprio
governo israelense, segundo reportagens da própria mídia local, não esconde
planos para criar guetos e “campos de concentração” onde pretende confinar os
palestinos que restarem vivos. E se não estiverem nesses campos? Serão
considerados alvos militares. Extermináveis.
É o retorno do fascismo, mas
agora com chancela democrática, financiamento norte-americano e silêncio
europeu. É o espelho invertido da história, onde descendentes de vítimas do
Holocausto reproduzem a lógica dos guetos e da segregação.
No meio disso tudo, o Iêmen se
levanta. Um dos únicos países a agir concretamente contra o genocídio,
bloqueando o Mar Vermelho como forma de pressão. Em resposta, os EUA
bombardearam o território iemenita. Mas o governo do Iêmen é firme: só cessará
seus ataques quando cessar o massacre em Gaza.
Enquanto isso, Israel precisou
fechar o porto de Eliat após ataques iemenitas. Pela primeira vez em décadas, um
pequeno país do Sul global impôs perdas econômicas reais ao poder colonial
israelense.
Do outro lado, a Europa, cúmplice.
Todos os países signatários do Tribunal Penal Internacional simplesmente
ignoraram o mandado pendente contra Benjamin Netanyahu por crimes de guerra e
contra a humanidade. O presidente de Israel sobrevoou seu espaço aéreo sem ser
incomodado. A tal ordem internacional mostrou seu rosto: farsa, seletiva,
branca, colonial.
A máscara caiu. O Ocidente, EUA,
Europa e Israel, demonstrou que os direitos humanos não são universais, são
geopolíticos. São arma quando interessa, silêncio quando incomoda.
No meio disso, o povo palestino
resiste. Sem água, sem comida, sem teto. Mas com dignidade. Com humanidade. E
agora com aliados inesperados, como o Iêmen, o Irã, e povos ao redor do mundo
que se recusam a assistir passivamente esse horror.
Palavras finais
O que acontece hoje em Gaza
define o futuro do Direito Internacional, da dignidade humana e da própria
ideia de civilização. Se o mundo permitir que este genocídio siga impune, então
o sistema global de justiça, paz e cooperação entre os povos não passa de uma
piada macabra.
Que cada um de nós escolha de que
lado da história quer estar.
O silêncio também mata.
A neutralidade é cumplicidade.
E a resistência, neste momento, é
um dever ético e humano
O Estado de Israel é um estado
etnocrático, não é uma democracia e tem um governo de segregação. E é um dos
regimes mais autoritários do mundo.
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