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quinta-feira, 24 de julho de 2025

Do Pré-Sal ao Lítio: o Brasil na mira da pilhagem geopolítica

 
Brasil na mira da pilhagem geopolítica

O que há por trás da nova radicalização de setores bolsonaristas no Brasil? Para além dos ataques ao STF, das bravatas golpistas e do discurso anticomunista reciclado, cresce entre agentes da inteligência brasileira a suspeita de que esses movimentos não sejam apenas “orgânicos”, mas parte de um roteiro ensaiado por interesses externos, com participação da Casa Branca, da CIA e grandes corporações transnacionais. O alvo? Os minérios estratégicos do Brasil.

Lítio, nióbio, grafeno, terras raras, insumos essenciais para a indústria do futuro  têm colocado o Brasil novamente no centro das disputas geopolíticas. E isso não é novidade. A pilhagem das riquezas nacionais ganhou novo impulso a partir de 2013, quando, sob o disfarce de revolta popular, as Jornadas de Junho abriram caminho para uma ofensiva antidemocrática, jurídico-midiática e empresarial que mudaria o rumo do país.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Lawfare, Intervenções e Golpes: a sombra dos EUA na América Latina


Abaixo traço uma pequena análise deste vídeo - Guerra de Trump contra os BRICS dá errado: Putin e China detonam o dólar. Primeiro que os diálogos no vídeo, BRICS: ameaça à hegemonia do dólar e à geopolítica dos EUA, logo no início do vídeo, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, declara que os BRICS foram criados com o intuito de enfraquecer a supremacia do dólar nas transações internacionais. Em tom de enfrentamento, afirma que, se os BRICS quiserem jogar este jogo, os EUA responderão com tarifas e sanções.

sábado, 19 de julho de 2025

O Brasil de Lula está sendo pressionado a tomar lado, e a tentativa de neutralidade já não é possível no atual contexto multipolar.


O vídeo que estou analisando levanta pontos importantes da atual conjuntura geopolítica e destaca com clareza o papel do Brasil dentro desse tabuleiro em transformação, principalmente sob o governo Lula e em um cenário do retorno desastroso de Trump à presidência dos EUA.

Abaixo, sintetizo e organizo os principais pontos em destaque, com comentários críticos e observações analíticas, a partir de pontos que considero importantes

Trump e a tentativa de mudança de regime no Brasil

O vídeo sugere que Trump busca derrubar Lula e implantar um regime cliente, governado por um presidente fantoche, provavelmente alinhado aos interesses geopolíticos dos EUA.

De quintal a potência: o que está em jogo na escalada dos EUA contra o Brasil?

Tarifas, chantagens, pressão militar e guerra de narrativas: por que o Brasil se tornou alvo direto da ofensiva geopolítica dos EUA? Qual o papel de Donald Trump e do trumpismo nesse novo cenário? E como isso se conecta à luta contra o BRICS e à tentativa de frear a ascensão de uma potência do Sul Global?

O velho fantasma do “Quintal”

A ideia de que a América Latina e o Brasil seriam o “quintal dos Estados Unidos” não é nova. Ela remonta à Doutrina Monroe (1823), com o lema “A América para os americanos”, que na prática significava: “a América sob influência dos EUA”. Desde então, golpes, intervenções, bloqueios e chantagens passaram a fazer parte do repertório usado para manter essa hegemonia.

O Brasil, como maior país da região, sempre foi visto com especial atenção: grande demais para ignorar, estratégico demais para ser livre.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Que a prisão de Bolsonaro não seja espetáculo, mas justiça com dignidade e reparação às mães que nunca puderam enterrar seus mortos

Hoje, Jair Bolsonaro recebeu uma medida cautelar do Supremo Tribunal Federal (STF). Foi alvo de busca e apreensão, conduzido para prestar depoimento à Polícia Federal e obrigado a usar tornozeleira eletrônica. Não me alegro, não celebro. Não me regozijo. Porque isso não é questão de vingança. É, sobretudo, questão de justiça.

Justiça para as mães dos desaparecidos políticos que morreram sem sequer poder enterrar seus filhos, vítimas da ditadura civil-militar. Justiça diante da humilhação institucionalizada, como o cartaz que Bolsonaro mantinha em seu gabinete: “Só quem procura osso é cachorro”, uma resposta vil à Comissão Nacional da Verdade (CNV), criada pela então presidenta Dilma Rousseff.

Justiça diante do escárnio com que tratou as mortes por COVID-19. Quando questionado sobre os milhares de brasileiros mortos, respondeu com frieza: “E daí? Eu não sou coveiro” e, não satisfeito, passou a imitar pessoas morrendo sem ar, zombando da dor alheia.

Bolsonaro se orgulhava de dizer que sua especialidade era matar. Desejou publicamente que Dilma “pegasse um câncer e morresse”. E, no dia da votação do impeachment, prestou um voto simbólico e cruel “em nome de Ustra”, o notório torturador do regime civil-militar. A cada frase, a cada gesto, feriu mães, filhos, netos, feriu a história e o tecido da nossa humanidade.

Hoje, portanto, não é um dia de júbilo. É um dia de memória. De lembrança das mulheres que perderam seus filhos na tortura, na violência política, ou na pandemia, sem um enterro, sem um adeus. É por elas que a justiça dos homens e das mulheres, e talvez também a justiça de Deus, começa a se fazer presente.

Que a prisão de Bolsonaro, quando vier, não seja espetáculo, mas ato de dignificação das mães que nunca puderam enterrar seus mortos, seja na ditadura, seja no descaso genocida da pandemia. Que seja memória e reparação. Nunca revanche.

Lula e a política como potência simbólica: voz do Sul Global em tempos de penumbra planetária

Nesta semana, algo raro e profundamente simbólico aconteceu na cena internacional: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocupou todos os espaços discursivos, falou ao Brasil, ao Sul Global e ao mundo, articulando com inteligência singular uma narrativa de soberania, justiça, paz e humanidade. Em tempos de lideranças automatizadas por algoritmos da guerra e da economia excludente, Lula foi, talvez, seja o último humanista a discursar com firmeza sobre a vida, os direitos humanos, a justiça social e o meio ambiente

Lula: "Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, e não para ser imperador do mundo",



A entrevista concedida pelo presidente Lula à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, amplia o campo discursivo inaugurado pelo pronunciamento oficial, reposicionando o Brasil no cenário global por meio de uma performance diplomática que também opera como disputa simbólica. Como aponta Pierre Bourdieu, o discurso político é uma prática social situada, e nessa entrevista Lula mobiliza o habitus de negociador sindical para produzir legitimidade diante do público internacional, especialmente norte-americano.

Lula: ninguém morre numa mesa de negociação. O Brasil é um país de paz.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu uma entrevista exclusiva à Christiane Amanpour, da CNN Internacional, nesta quinta-feira (17), e comentou a ameaça do líder americano Donald Trump de impor 50% de taxas aos produtos brasileiros

Amanpour: Bom, isso é bom, porque quero começar te perguntando: como é ser atingido por uma tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, a maior economia do mundo? 

Lula: Bem, Christiane, para mim foi uma surpresa — não só o valor dessa tarifa, mas também a forma como ela foi anunciada. Acho que está faltando um pouco de multilateralismo na mentalidade do presidente Trump, e ele sabe que um problema desse tipo se resolve à mesa de negociação. 

Lula: a primeira vítima de um mundo sem regras é a verdade.

Minhas amigas e meus amigos,

Fomos surpreendidos, na última semana, por uma carta do presidente norte-americano anunciando a taxação dos produtos brasileiros em 50%, a partir de 1º de agosto.

O Brasil sempre esteve aberto ao diálogo. Fizemos mais de 10 reuniões com o governo dos Estados Unidos, e encaminhamos, em 16 de maio, uma proposta de negociação. Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos.

Contamos com um Poder Judiciário independente. No Brasil, respeitamos o devido processo legal, os princípios da presunção da inocência, do contraditório e da ampla defesa. Tentar interferir na justiça brasileira é um grave atentado à soberania nacional.

Só uma pátria soberana é capaz de gerar empregos, combater as desigualdades, garantir saúde e educação, promover o desenvolvimento sustentável e criar as oportunidades que as pessoas precisam para crescer na vida.

Soberania, Verdade e Tempo Histórico: análise do pronunciamento Lula da Silva à luz de Bourdieu e Boaventura de Sousa Santos

Soberania, Verdade e Tempo Histórico: análise do pronunciamento Lula da Silva à luz de Bourdieu e Boaventura de Sousa Santos

O presente ensaio analisa o pronunciamento do presidente do Brasil frente à imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, à luz das teorias do poder simbólico de Pierre Bourdieu e da gramática do tempo de Boaventura de Sousa Santos. Identificamos como o discurso não apenas responde à conjuntura internacional, mas também constrói uma narrativa simbólica sobre soberania, verdade e futuro. Trata-se de uma resposta discursiva que disputa sentidos no campo político global e nacional, reorganizando temporalidades e produzindo alianças imaginadas.

O Brasil, a Nova Ordem Mundial e a Guerra Existencial: entre a neutralidade e o alinhamento Sul-Sul

 O Brasil, a Nova Ordem Mundial e a Guerra Existencial: entre a neutralidade e o alinhamento Sul-Sul

O presente texto analisa os desafios e dilemas da posição geopolítica do Brasil diante de uma crescente escalada de conflitos globais, que delineiam uma ruptura da ordem internacional pós-Segunda Guerra Mundial. Com foco na guerra por procuração entre Estados Unidos–Europa versus Rússia, e no crescente atrito entre EUA–Israel e Irã, examina-se o papel das alianças Sul-Sul e a perda de legitimidade das instituições multilaterais como a ONU. Defende-se que o Brasil, diante das ameaças à sua neutralidade, deveria reconsiderar seus alinhamentos estratégicos e reforçar sua soberania nacional por meio de uma política externa independente e de autodefesa. A análise parte da conjuntura internacional de 2024-2025 e das ameaças feitas por lideranças ocidentais ao Brasil, caso mantenha uma posição neutra.

A Guerra que já começou: Irã, Israel, EUA e o genocídio televisado da Palestina


A Guerra que já começou: Irã, Israel, EUA e o Genocídio Televisado da Palestina

Forçaram o Irã a buscar armas nucleares. Não há outra alternativa viável para Teerã diante do cerco sistemático imposto pelos Estados Unidos, Israel e seus aliados ocidentais. As sanções econômicas, os assassinatos de cientistas nucleares, o isolamento diplomático e os bombardeios em solo sírio ou iraquiano configuram um contexto de guerra prolongada, que não se dá apenas por tanques ou mísseis, mas também por narrativas, sabotagens e bloqueios.

O que estamos testemunhando é uma guerra existencial: EUA-Israel contra Irã, com o povo palestino no epicentro desse embate geopolítico, sendo massacrado sob a justificativa de “segurança” e “combate ao terrorismo”. A tragédia humanitária que se desenrola em Gaza é televisionada todos os dias: crianças famintas, famílias indefesas, bairros inteiros transformados em ruínas. A cada imagem que circula nas redes, escancara-se o que já pode ser qualificado, juridicamente e moralmente, como genocídio, termo que não é usado de maneira leviana, mas sustentado por relatórios da ONU, da relatora Francesca Albanese, da Human Rights Watch e de outros organismos internacionais.

A Guerra Fragmentada do Império (EUA): resistência multipolar e a lógica da primazia global

 A Guerra Fragmentada do Império (EUA): resistência multipolar e a lógica da primazia global

Subtítulo: a disputa entre potências oculta um projeto global de dominação unipolar.  EUA, OTAN e seus satélites operam uma guerra estratégica contra a China, Rússia e Irã, não por democracia, mas por hegemonia.

Introdução

Estamos vivendo uma guerra mundial em câmera lenta. Diferente dos grandes conflitos do século XX, o que se desenha no início do século XXI é uma guerra fragmentada, indireta, travada em diversas frentes e através de múltiplos instrumentos: sanções econômicas, golpes de Estado, sabotagem midiática, lawfare, cercos tecnológicos e operações militares por procuração. No centro desse conflito está a tentativa dos Estados Unidos de manter sua primazia global frente à emergência de um mundo multipolar.

A lógica da dominação imperial

A política externa dos EUA, desde o fim da Guerra Fria, jamais aceitou plenamente a ideia de um mundo multipolar. Como apontou Zbigniew Brzezinski em The Grand Chessboard (1997), o controle da Eurásia é vital para a hegemonia global norte-americana. É neste contexto que se inscrevem os conflitos com Rússia, China e Irã — três potências que desafiam, cada uma à sua maneira, a lógica do império.

A Guerra frontal e o multipolarismo em disputa


China, Irã e Rússia vêm fortalecendo suas alianças, apesar de divergências históricas e ideológicas. Esse fortalecimento não é fruto apenas de afinidades estratégicas, mas, sobretudo, da necessidade comum de resistir ao cerco crescente imposto pelos Estados Unidos e seus países satélites.

Os EUA não pretendem cessar sua ofensiva geopolítica contra China, Rússia e Irã. Pelo contrário, intensificam ações de contenção, sabotagem, sanções e estímulo a conflitos em zonas estratégicas. Hoje, a Rússia está atolada em uma guerra de atrito com a OTAN em solo ucraniano; o Irã sustenta conflitos diretos e indiretos no Oriente Médio; e a China, cada vez mais central no mundo multipolar, é confrontada principalmente na questão de Taiwan e no cerco do Indo-Pacífico.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

🌍 Ponto central do pesquisador russo Trenin: a Terceira Guerra Mundial já começou

A seguir está uma análise de um artigo escrito por Dmitri Trenin, um pensador russo que entrevistei neste canal há 3 anos. Naquela época, Trenin avaliava que a guerra na Ucrânia era o início de uma nova Guerra Fria. Desde então, ele revisou suas opiniões, argumentando hoje que já estamos dentro da Terceira Guerra Mundial, embora nem todos os teatros de guerra tenham se transformado em conflitos armados ainda. Mas, segundo ele, a direção é bastante clara. Artigo de Trenin: https://profile.ru/politics/epoha-voj... Minha entrevista com Dmitri Trenin e Anatol Lieven há 3 anos:   https://www.gstatic.com/youtube/img/watch/yt_favicon_ringo2.png • It's an Existential Threat! | Dmitri Treni...  

Para Trenin, o mundo já está em guerra, não uma guerra convencional, mas uma guerra estrutural, global e ideológica entre dois modelos de civilização:

ü  O Ocidente, representado pelos EUA, UE, OTAN e seus aliados, que ele acusa de querer destruir a Rússia e impedir a ascensão da China.

ü  O Oriente, representado por Rússia, China, Irã, Coreia do Norte e aliados táticos, que segundo ele lutam por soberania, pluralismo civilizacional e uma nova ordem mundial multipolar.

Principais características desta “guerra”:

Não é uma guerra tradicional: não começou com uma invasão formal ou declaração, mas com um conjunto de ações encadeadas de desestabilização econômica, guerra de narrativas, sabotagens, sanções, e conflitos por procuração (proxy wars), como na Ucrânia.

Alvos estratégicos incluem a moral, economia e coesão social dos países rivais, e não apenas posições militares ou territórios.

A Ucrânia é retratada como “apenas um peão” num xadrez maior, um teatro de confronto direto entre Rússia e Europa Ocidental (com apoio da OTAN).

A guerra informacional e simbólica é central: Trenin denuncia o “controle da informação” no Ocidente e convoca a Rússia a “romper o escudo informacional ocidental”.

A Terceira Guerra Mundial já começou, diz o pesquisador russo Dmitry Trenin. Não há caminho de volta, mas também não há paz à frente.


A Terceira Guerra Mundial já começou, diz o pesquisador russo Dmitry Trenin

Aos olhos do Ocidente, a Rússia deve ser destruída. Isso não nos deixa escolha. 

A estratégia dos EUA e seus proxys da EUROPA e em outras partes do mundo, é uma guerra sangrenta, longa, de grande atrito. 

Dmitry Trenin diz: não há caminho de volta, mas também há paz à frente. 

Dmitri Trenin, ICDS, Rússia. Foto cortesia: ICDS

Dmitry Trenin, professor de pesquisa russo na Escola Superior de Economia e principal pesquisador do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais – e membro do Conselho Russo de Assuntos Internacionais (RIAC) – argumenta que esta guerra já começou, e que o Ocidente pretende destruir a Rússia. Escrevendo para a RT, ele observa que, para a Rússia, o período pré-guerra terminou em 2014; para a China, era 2017; e para o Irã, 2023. Desde então, o conflito moderno e difuso só se intensificou. Não é uma nova Guerra Fria. Desde 2022, a campanha do Ocidente contra a Rússia tornou-se mais decisiva, com o risco de confronto nuclear direto com a OTAN crescendo. Embora o retorno de Donald Trump à Casa Branca tenha oferecido brevemente uma janela para evitar a escalada, em meados dos falcões de 2025 euros nos EUA e na Europa Ocidental levaram o mundo imediatamente a fechar novamente.

O Brasil Diante do Novo Cenário Geopolítico: neutralidade, alinhamento Sul-Sul e o fim da ordem liberal internacional


Resumo:
O presente artigo busca refletir criticamente sobre a posição do Brasil no cenário geopolítico atual, marcado pela escalada de tensões entre Estados Unidos e China no Indo-Pacífico, e entre Europa e Rússia no contexto eurasiático. Argumenta-se que a neutralidade histórica do Brasil encontra-se em xeque diante das ameaças explícitas de sanções por parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), caso o país se recuse a alinhar-se ao bloco ocidental. Partindo de uma análise crítica da ordem internacional e do papel das potências emergentes, o texto defende o fortalecimento da parceria estratégica Sul-Sul, especialmente com China e Rússia, e a necessidade de o Brasil romper com o neocolonialismo geopolítico do século XXI, inclusive retomando o debate sobre sua autonomia estratégica e tecnológica, com destaque para a dissuasão nuclear.

Brasil do povo brasileiro cresce e se desenvolve com Lula III

Brasil renasce entre as maiores economias do mundo: crescimento com dignidade e redistribuição de renda, o que cria oportunidades de desenvolvimento de nosso povo e do país.

Em 2025, o Brasil voltou a ocupar o 7º lugar entre as maiores economias do mundo por Paridade de Poder de Compra (PPC). Esse dado, que pode parecer apenas estatístico, carrega consigo uma verdade profunda: o país voltou a crescer com dignidade, distribuição de renda e respeito à vida humana.

Há poucos anos no governo da família Bolsonaro e aliados da direita e extrema-direta, imagens de brasileiros catando ossos e carcaças em lixões de frigoríficos correram o mundo. Eram os retratos cruéis da miséria extrema, do abandono social, da fome institucionalizada. Hoje, essas imagens dão lugar a outras: crianças voltando à escola com merenda no prato, trabalhadores com carteira assinada, e famílias recuperando a capacidade de planejar o futuro. Isso não é acaso, é projeto de país.

Agora Israel fala em criar Campo de Concentração em Gaza


Genocídio e Campo de Concentração em Gaza, Cumplicidade Ocidental e a Resistência no Mar Vermelho

O que se desenrola diante dos nossos olhos não é apenas mais um conflito no Oriente Médio. Trata-se de um genocídio televisionado, um massacre sistemático contra o povo palestino em Gaza, com a conivência do Ocidente e o silêncio ensurdecedor de instituições que deveriam proteger os direitos humanos universais.

A relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados, Francesca Albanese, publicou recentemente um relatório devastador que classifica as ações de Israel como genocidas. O documento expõe não apenas a brutalidade da ocupação, mas também como empresas norte-americanas lucram diretamente com a destruição da Palestina.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Guerra na Ucrânia: a quem interessa o conflito?


 Guerra na Ucrânia: a quem interessa o conflito?

Os bastidores da política externa dos EUA e a submissão da Europa
Por Luis Moreira de Oliveira Filho

“A guerra é a continuação da política por outros meios.” – Carl von Clausewitz

Vivemos uma era de guerras encobertas por discursos democráticos e promessas de paz. A guerra na Ucrânia, travada com sangue europeu e armamento norte-americano, talvez seja o maior exemplo daquilo que o analista Brian Berletic chama de “guerra por procuração”. Em entrevista ao jornalista Glenn Greenwald, Berletic desconstrói os discursos oficiais que cercam o conflito e revela os bastidores de uma política externa imperialista, que se traveste de diplomacia, mas age pela força, pela sabotagem e pelo domínio.

terça-feira, 15 de julho de 2025

Jeffrey Sachs: Fim do Mundo Ocidental e Ascensão dos BRICS

Bob Fernandes: redes de Influência, como Instituições dos EUA financiaram e estruturaram o avanço neoliberal no Brasil,

O vídeo “Exclusivo, documentos: como instituições dos EUA articularam/financiaram avanço neoliberal no Brasil” (disponível em YouTube) apresenta uma investigação jornalística com base em documentos inéditos, revelando como instituições governamentais e privadas dos EUA influenciaram a política econômica brasileira, especialmente nas décadas de 1990 e 2000.

Esse vídeo apresenta documentos inéditos que mostram como instituições estadunidenses, como o World Bank, o Fundo Monetário Internacional, o Departamento do Tesouro e agências como a USAID, além de fundações como a Atlas Network e o NED, articularam e financiaram o avanço do neoliberalismo no Brasil. Aqui está uma análise aprofundada:

Trecho 1: O papel da Atlas Network

“A Atlas Network financiou dezenas de think tanks no Brasil que atuaram na propagação das ideias neoliberais.”

 A Atlas Network é uma organização internacional baseada nos EUA que promove políticas de livre mercado. No Brasil, ela financia instituições como o Instituto Liberal, o Instituto Millenium e o Instituto de Estudos Empresariais, que foram fundamentais para moldar a opinião pública contra políticas estatais e em favor de privatizações e reformas trabalhistas e previdenciárias

Trecho 2: Empréstimos com condicionalidades

“O Banco Mundial emprestou bilhões ao Brasil para a educação e infraestrutura, com a condição de implementar reformas de orientação neoliberal.”

O Banco Mundial e o FMI aplicaram condicionalidades nos empréstimos, exigindo reformas como abertura de mercado, redução do Estado, reforma da previdência e privatizações. Isso ocorreu fortemente nos anos FHC, mas também impactou governos posteriores, como os de Lula e Dilma, em negociações mais sutis.

Trecho 3: Formação de lideranças

“Organizações financiadas pelos EUA realizaram cursos e eventos para formar jovens lideranças pró-mercado no Brasil.”

 Diversos programas de formação, como os oferecidos pelo IFL (Instituto de Formação de Líderes) e pela própria Atlas, têm o objetivo de formar lideranças empresariais e políticas alinhadas com o pensamento liberal, muitas das quais hoje estão no Congresso ou na mídia empresarial.

 Trecho 4: Estratégias de guerra cultural

“A guerra cultural e a crítica ao ‘marxismo cultural’ foram parte do plano de inserção ideológica no Brasil.”

 Financiadores ligados à extrema-direita americana (como os irmãos Koch) atuaram também na propagação de narrativas como ‘escola sem partido’, anticomunismo e revisionismo histórico, buscando deslegitimar movimentos sociais e universidades públicas.

Trecho 5: Agentes locais da influência

“Instituições como o MBL, o Instituto Liberal e o Millenium foram identificadas como principais receptores de apoio indireto via fundações e consultorias.”

 O MBL e outros grupos de nova direita surgiram com apoio logístico e ideológico dessas redes, utilizando-se de redes sociais, cursos de formação e financiamento indireto (como via convênios com ONGs estrangeiras ou consultorias ligadas a empresas internacionais 

sexta-feira, 11 de julho de 2025

🌍 Brasil entre algoritmos e a ordem mundial: a resposta de Lula à guerra cognitiva e ao império do software power.

Em um gesto raro e significativo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou, em 10 de julho de 2025, um artigo simultaneamente nos principais jornais da França, Espanha, Portugal, Alemanha, Itália, Japão, China, Argentina e México, intitulado: "Não há alternativa ao multilateralismo". Mais do que um posicionamento diplomático, o texto é um manifesto pela reconstrução do pacto civilizatório em ruínas.

O que está em jogo não é apenas a falência das instituições internacionais fundadas em 1945, mas o surgimento de um novo tipo de dominação global, silenciosa e eficaz: a dominação algorítmica. Os velhos impérios usavam canhões; os novos usam dados. O poder do software substitui o poder do exército. A manipulação da mente coletiva substitui a ocupação territorial. Vivemos sob a sombra da guerra cognitiva.

Brasil entre potências: soberania, comércio e a nova geopolítica Sul-Sul

 Brasil entre potências: soberania, comércio e a nova geopolítica Sul-Sul

1. Um tarifaço, muitas consequências

A ameaça de Donald Trump de impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros teve um efeito colateral inesperado: recolocou o debate sobre soberania econômica e alianças geopolíticas no centro da política nacional.

Ao contrário do que esperavam os setores submissos ao trumpismo, o presidente Lula respondeu com altivez:

“O Brasil pode sobreviver sem comércio com os EUA e vai recorrer a outros parceiros para substituí-lo.”

A fala é mais que retórica. Ela expressa uma mudança de eixo na política externa brasileira  e um reconhecimento do que os números já indicam há anos: o Brasil é hoje muito mais parceiro da China do que dos Estados Unidos.

2. Os números não mentem: China é o principal parceiro comercial do Brasil

Segundo dados divulgados pela Econovis e citados pela Bloomberg:

Em 2024, o comércio total de bens entre Brasil e EUA foi de US$ 92 bilhões.

Os EUA exportaram US$ 50 bi e importaram US$ 42 bi.

Resultado: superávit de US$ 7 bilhões para os EUA.

No mesmo período, o comércio entre Brasil e China foi de US$ 188 bilhões.

A China exportou US$ 72 bi e importou US$ 116 bi.

Resultado: déficit de US$ 44 bilhões para a China, ou seja, superávit para o Brasil.

Em outras palavras, a China compra muito mais do Brasil do que vende, ao passo que os EUA fazem o contrário. Isso mostra claramente quem contribui para a industrialização brasileira e quem se beneficia da nossa desindustrialização.

O país precisa fortalecer sua inteligência e seus cérebros

Soberania Aérea e Dependência Tecnológica: a Embraer, o Brasil e o Desafio da Autonomia na Indústria Aeronáutica


Soberania Aérea e Dependência Tecnológica: a Embraer, o Brasil e o Desafio da Autonomia na Indústria Aeronáutica

Em um mundo marcado pela disputa tecnológica e pelo reposicionamento geopolítico, o setor aeronáutico emerge como um campo estratégico de soberania. A exemplo da Rússia, que busca produzir aviões 100% nacionais, o Brasil, através da Embraer, se depara com o desafio de reduzir sua dependência de componentes estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos. Este artigo analisa as possibilidades e limitações da indústria aeronáutica brasileira diante de possíveis sanções internacionais, discute a cadeia de produção da Embraer, e propõe caminhos para uma estratégia de autossuficiência nacional.

1. Introdução

A indústria aeronáutica é uma das mais complexas e tecnologicamente exigentes do mundo. Seu controle representa não apenas poder econômico, mas também soberania estratégica. A dependência de motores, aviônicos, softwares e certificações internacionais coloca países em situação de vulnerabilidade. O recente movimento da Rússia de produzir aviões com 100% de conteúdo nacional, como resposta às sanções ocidentais, reacende o debate: e o Brasil, estaria preparado para enfrentar algo semelhante?

Lula: ame o seu país.

Russas, memórias e soberania: entre a seca, os blecautes e a construção de um Brasil possível

 Introdução

Nasci na Ilha do Poró em Jaguaruana e  cresci em Russas, no semiárido cearense, onde a vida, entre os anos 70 e 80, era marcada por blecautes noturnos, escassez de alimentos, água e oportunidades. A infância e juventude vividas sob o peso da seca, especialmente entre 1979 e 1983, moldaram um tempo de dor e luta. Com o povo empurrado pela fome rumo à cidade, o que se via era um país ausente para os pobres. O acesso à educação era para poucos, e a sobrevivência dependia de ajudas esporádicas e serviços emergenciais.

Este texto é ao mesmo tempo memória e posicionamento. Nele, entrelaço minha formação como educador, as transformações sociais vividas em minha cidade e a disputa de projetos políticos que marcaram o Brasil das últimas décadas. Uma história vivida por dentro, por quem atravessou a fome, o analfabetismo, as derrotas e as esperanças e que segue acreditando que a pátria é maior que qualquer narrativa de ódio.

O que estão tramando os governos dos EUA e de Israel nas eleições de 2026?

Soberania em disputa: o falso patriotismo bolsonarismo desmascarado e a bandeira recolocada nas mãos do povo

Soberania em disputa: o falso patriotismo desmascarado e a bandeira recolocada nas mãos do povo

1. Quando o imperialismo expõe a farsa: o tarifaço de Trump e a traição de Bolsonaro

A recente taxação imposta por Donald Trump contra produtos brasileiros escancarou o que já estava evidente para quem analisa a política com seriedade: o bolsonarismo jamais foi patriótico ou nacionalista. Pior que isso, como bem denunciou o empresário brasileiro Pih, foi cúmplice ativo de uma política externa que fragilizou o Brasil, subordinando sua soberania aos interesses da extrema-direita norte-americana.

“Trump só detém o poder de interferir na política comercial por causa dos republicanos e do Congresso”, afirmou Hillary Clinton, acrescentando que o ex-presidente dos EUA fez isso para “proteger um amigo corrupto”, referência explícita a Jair Bolsonaro.

E é isso mesmo: a extrema-direita brasileira, travestida de patriota, entregou o país como moeda de troca na disputa geopolítica global. Colocou bonés com a sigla MAGA, bateu continência para bandeiras estrangeiras, desmontou a indústria nacional, sabotou os BRICS e transformou a diplomacia brasileira em apêndice do trumpismo.

Nacionalismo, Patriotismo e Soberania: o tripé que o bolsonarismo destruiu

1. Introdução: o dilema político e simbólico do Brasil contemporâneo

O Brasil vive um dilema decisivo entre projetos de nação: de um lado, a reconstrução democrática com soberania popular, desenvolvimento e justiça social; de outro, os resquícios de um projeto autoritário, subordinado e farsante que se apropriou de palavras como "pátria", "família" e "Deus" para entregar o país ao capital internacional e à destruição institucional. Para entender esse impasse, é necessário resgatar três conceitos fundamentais — nacionalismo, patriotismo e soberania e compreender como foram manipulados pelo bolsonarismo.

2. Nacionalismo: emancipação ou exclusão

O nacionalismo pode ser lido de dois modos. Em sua forma progressista e libertadora, ele representa a luta dos povos por autonomia, dignidade e desenvolvimento soberano — como no caso das lutas anticoloniais, da Revolução Cubana ou dos movimentos de integração regional na América Latina. Foi esse o nacionalismo defendido por intelectuais como Moniz Bandeira e Samuel Pinheiro Guimarães, articulando soberania nacional e integração Sul-Sul.

Mas há também o nacionalismo excludente e autoritário, como aquele promovido pelo bolsonarismo: baseado em intolerância, xenofobia, armamentismo e culto à força, ele se apropria de símbolos nacionais para combater direitos civis, perseguir minorias e legitimar o entreguismo econômico. Em vez de proteger a pátria, serve para dividi-la internamente e subordiná-la externamente.