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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Masturbação da crise

Caríssimos o Eduardo Guimarães no seu blog - de análise político-econômica - faz uma bela análise sobre as intenções descaradas da mídia para eleger o Serra. Traduzindo você precisa perder o seu emprego e também os demais trabalhadores, para que apareça o salvador da pátria - Serra. É a única solução que existe para que os DEMOS-TUCANOS voltem ao poder político. A ordem da mídia é fazer a masturbação da crise para você ser ejaculado de seu emprego. Aí Serra aparece para gozar na tua cara depois que a mídia fez o trabalho sujo.
Então aconselho,s não assistem o jornal, vão cuidar dos filhos, estudar e navegar pela net. Aqui a mídia é democrtizada e você participa interagindo e construindo uma discussão sobre o Brasil.
Masturbação da crise
um exagero dizer que a marolinha de Lula virou um tsunami. No Brasil não está acontecendo o mesmo que no resto do mundo. Os maremotos estão ocorrendo em toda parte, provocando demissões em massa incessantes e progressivas, quebras de bancos, de empresas tradicionais, com gente sendo despejada nos Estados Unidos da América e engrossando o número crescente de sem-teto no país mais rico do mundo.

Na Europa, potências econômicas como Alemanha, França, Itália, Inglaterra e até a paradisíaca Islândia estão passando por problemas econômicos tão graves quanto os dos americanos, ainda que sem as conseqüências sociais dramáticas da superpotência, tudo devido ao bom e velho Welfare State (estado do bem-estar social europeu).
A Ásia (Japão à frente) vê suas economias derretendo e na América Latina, em países como a Argentina, por exemplo, a crise já erode uma recuperação que mal havia começado.
No Brasil, apesar do dezembro negro no qual, descontado o efeito sazonal, perderam-se umas duas centenas de milhares de empregos e a produção industrial se congelou, aos poucos vai-se percebendo que os problemas que tivemos decorreram de apenas dois fatores, que, mesmo existindo, não nos levam nem perto dos outros países citados em termos de problemas econômicos. Falo da notória paralisação no crédito, claro, mas também de um fator muito menos divulgado, mas absoluta e reconhecidamente presente nessa equação.
Quem me lê pelo menos desde setembro do ano passado sabe que eu disse que a crise poderia atingir o país, como de fato atingiu, mas não de forma tão destrutiva quanto atingiu o resto do mundo. E disse, também, que essa situação melhor do país poderia ser revertida se nós, brasileiros, “comprássemos” a crise, se a importássemos sem necessidade.
As coisas foram um pouco piores do que isso, mas não mudaram uma vírgula do que eu disse antes. Ou seja: mesmo com a crise piorando no resto do mundo e tendo seus efeitos intensificados também por aqui, ninguém honesto negará quantos analistas vêm relatando o efeito psicológico sofrido pelo empresariado brasileiro, que demitiu “preventivamente” em muitos setores mesmo não sentindo os efeitos da crise em seus negócios.
Não se nega que outros que demitiram já tinham sentido os efeitos da crise. Aliás, em meu setor de atividade (autopeças) as vendas congelaram-se no fim do ano passado, sobretudo por cancelamento de pedidos à indústria por medo do comércio quanto à crise, o que fez comerciantes deixarem estoques caírem a zero, ao ponto que neste início de ano várias empresas que demitiram, como as montadoras de carros, não estão conseguindo atender aos pedidos dos consumidores, gerando uma absurda espera na compra de carros no Brasil enquanto que, no resto do mundo, ninguém os está comprando.
A enxurrada de investimentos e ações do governo parece – e eu disse que parece, não que é – que está surtindo efeito. O aspecto psicológico dos agentes econômicos parece ter sido afetado pela pesquisa sobre a popularidade de Lula. Por estranho que possa soar, a idéia do enfraquecimento político dele poderia ter relação com a percepção de enfraquecimento da economia.
É certo que me surpreendeu, como à maioria dos analistas – como se pode ver nos jornais, em várias notícias relatando essa surpresa –, que o desemprego subisse tanto e que a produção industrial caísse tanto em dezembro, mas agora estão mensurando quanto houve de pânico e quanto de razões fundamentadas.
Conforme escrevi várias vezes nos últimos meses, empresários que decidiram “enxugar” seu quadro de funcionários cortando contratações recentes de forma meramente “preventiva” teriam, logo em seguida, que arcar com o custo de demissão sem o benefício da redução na Folha de pagamento, porque, ao demitir, paga-se o equivalente a três, quatro meses de salário – ou mais – e, se se tiver que recontratar funcionários em menos tempo que isso, toma-se prejuízo.
E mesmo as empresas que tiveram fortes quedas nas vendas, deveriam ter tido sangue-frio antes de se desesperarem e demitirem. É o caso das montadoras, mas conheço casos idênticos em meu setor de atividade. Se tivessem apenas colocado funcionários em férias coletivas, não seria nada. Mas demitirem por meros dois meses de paralisação nas vendas por falta de crédito a um consumidor que continuava querendo comprar, foi uma verdadeira loucura empresarial.
O fato é que estamos diante de uma encruzilhada. E, graças a Deus, paramos um pouco para pensar antes de escolher o caminho. As medidas fortes do governo, como ameaçar as empresas que demitirem de lhes cortar o acesso ao crédito oficial, e isso num momento em que os governos estão salvando as empresas, parece que deteve um pouco as demissões por aqui, até porque a maioria demitiu numa paulada só, em dezembro.
Mas essa é apenas uma percepção. Lá pelo dia 20 de fevereiro sai o resultado do Caged de janeiro e saberemos para quantos postos de trabalho perdidos se ampliou a crise, pois emprego hoje é o que mede melhor o tamanho da crise aqui ou em qualquer parte.
Um fato inquestionável: a partir dos dados oficiais conhecidos, a alta do desemprego no país, estatisticamente, ainda não refletiu uma crise tão grave. A redução da atividade econômica, sim. Contudo, as vendas no comércio não sentiram nada nem parecido com a queda da produção industrial de 12,4% em dezembro, o que permite supor que, enquanto as indústrias paravam de produzir, o consumidor final não se retraía na mesma medida.
Mas a encruzilhada: temos o caminho de continuar trabalhando, os empresários assumindo sua parcela de responsabilidade e dando ao consumidor a mínima segurança de que não será demitido com a primeira manchete de jornal, e sairemos desta em pouco tempo, mesmo com a crise se agravando lá fora, pois o Brasil depende muito pouco, ainda, de comércio exterior – segundo dados divulgados pela mídia, apenas 14% do PIB é comércio exterior. Nosso mercado interno pode prover uns poucos pontos percentuais que caiam nesse patamar.
Outro caminho é todos continuarem masturbando a crise junto com os meios de comunicação. E que ninguém se engane com o Jornal Nacional de ontem, que, para quem não sabe, depois da pesquisa sobre a aprovação de Lula, que o telejornal escondeu de seu público, sendo o único telejornal do país a não dar a notícia, a edição da última quarta-feira trouxe uma enxurrada de boas notícias. Já no Jornal da Globo, no fim da noite, a masturbação voltou com força total.
A mídia não irá parar. A crise é tudo que resta para eleger Serra. Se o Brasil sair dela, acabou-se o projeto tucano. Os interesses políticos do PSDB se contrapõem ao interesse da nação, hoje, e são o que poderá impedir que a crise vá embora mais rápido. Quem apóia essas práticas está apoiando a sabotagem do país. Será responsável por todas as desgraças que o desemprego, a bancarrota que se quer provocar trarão ao país. Serão todos criminosos, lesa-pátrias.
Que não duvidem, no entanto, esses que torcem contra o Brasil, de que um dia pagarão por seus crimes.


Escrito por Eduardo Guimarães às 12h12

Acesso em http://edu.guim.blog.uol.com.br/

2 comentários:

Anônimo disse...

Luis Moreira, li o seu perfil e identifiquei-me com sua visão politica.
Moro no Rio e em janeiro estive na Paraíba e R. G. do Norte e vi a presnça do governo Lula nesses Estados.
Com a eleição dos prefeitos, pude verificar que o nepotismo campeia nessas pequenas cidades. O prefeito nomeia a mulher para a secretaria da ação social, irmão para outra secretaria, primos etc, é uma administraçao familiar, agem como sendo donos da cidade.
Fale-nos mais do nordeste.
Fernando

olhosdosertao disse...

Olá agradeço a atenção e por ler este blog. Sinto-me feliz por termos a mesma visão política. Infelizmente os nossos prefeitos ainda não acordaram para esta realidade. Eles pensam que são donos da prefeitura e da cidade e podem fazer o que quiserem. Sonho com a mais participação mais efetiva de nosso no controle social na gestão pública. Abraços e venha sempre por aqui.