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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

VIDA MARIA



Vida Maria trata do ciclo de miséria que viveu e ainda vive um boa parte dos nordestinos. Nesta região do semi-árido a fome de CABEÇA está interligada com a fome de BARRIGA. Uma alimenta a outra, posto que Maria cresce sem ler e escrever, casa, tem muitos filhos e estes vão reproduzir as condições de vida de homens e mulheres do semi-árido nordestino.

A elite DEMO-TUCANA nunca teve preocupação com os nordestinos, mesmo porque consideravá-os sub-raças. Aqui era preciso criar as frentes de serviços em épocas de secas. Nunca se pensou de fato em resolver os problemas deste povo.

Por muito anos o nordeste foi considerado um estorvo para sul e sudeste do pais. Éramos uma região de famintos, composto por negros, índios e mestiços, dominados por Coronéis, representantes legítimos da elite branca e perversa deste país.

Esta mesma elite que representada pelos DEMOS-TUCANOS, que expulsos do nordeste se refugiaram em São Paulo.

Na verdade misturaram mitos e meias verdades sobre as características físicas-morfológicas do semi-árida para mostrar só uma face de miséria, de seca e de fome, como se aqui fosse tudo deserto.

Eu posso dizer hoje que o nordestino encontrou o seu caminho. É claro que os problemas são enormes, mesmo porque temos quinhentos anos de exploração da fome de cabeça de nosso povo. No entanto, estamos caminhando com experiências de convivência no semi-árido através de organizações não governamentais e ações do governo Lula.

Estamos agora no período chuvoso, conhecido erroneamente pelo nome de inverno. Estamos com bastante chuva e a caatinga saiu de sua hibernação para dá vida aos campos. A passarada faz uma festa bonita nos primeiros raios da manhã.

Sobre Vida Maria, foi preciso a visão de futuro de meus pais para tirarmos (eu e mais sete irmãos) deste ciclo, quando nos trouxeram para cidade e nos matricularam em uma escola mais próxima de nossa casa.

A educação nos transformou, isso porque na comunidade que morávamos não tinha escola e única coisa que nos sobrava era trabalhar desde cedo na roça, cuidando de bodes e cabras como os meus pais fizeram a vida toda, como em Vida Maria.

Vejam a foto abaixo


2 comentários:

Frau BUP disse...

Esse curta é tao dramático qto. verdadeiro. A gente se emociona. Me identifiquei pois sou filha do nordeste (Ceará) criada em SP.
A elite branca brasileira era mais feliz qdo. aparecia estampado nos grandes jornais e redes de televisao do PIG sobre o HOMEM GABIRÚ (alguém ainda se lembra?).
Infelizmente, essa mesma elite nao tem nocao das mudancas positivas dos últimos anos e nem mesmo se importa com elas, o legal, o bacana pra eles é desdenhar e negar os benefícios dos programas sociais do governo Lula.

olhosdosertao disse...

Toca na alma Ludmila e nos deixa instrospectivo.