Sou de uma família grande do interior do município de Jaguaruana. Sou filho de ex-agricultores. Quando a parteira, chegou depois de atravessar o Rio Jaguaribe (de barreira a barreira como diz o agricultor cearense) debaixo de uma grande chuva, eu já tinha chegado ao mundo no dia 08 de maio de 1965. O que posso dizer sobre mim é que sou uma pessoa séria e que leva a vida a sério e sou apaixonado por este país tão carente de compreensão de seu povo.
Quando terminei a faculdade fui trabalhar com comunidades em programas sociais. Andava de bicicleta por sete quilômetros até chegar na comunidade e naquela a quadr invernosa foi muito boa, a ponto do Rio Jaguaribe, por estar de barriga cheia, vomitar água por uma boa parte das terras que serpenteiam o nosso rio.
Foi uma grande experiência e aprendi a entender melhor o povo e suas dificuldades de vida. Neste trabalho ajudei a implantar algumas creches e outros programas sociais. Naquela época já tinha nascido em mim o educador que sou hoje. Foi uma época de eleições e naquele tempo um operário desafiava a elite do país. Realizei os meus primeiros discursos em outras comunidades e de lá para cá sempre tive uma participação mais efetiva na sociedade brasileira.
Sempre estudei em escolas públicas. No ensino fundamental estudava perto de casa e ia a pé pra escola Matoso Filho sonhando com o futuro. Por toda a infância acalentei o sonho de um dia me tornar aviador e até cheguei aos 17 anos com um pé dentro da Aeronáutica, já de malas prontas para viajar a São Paulo tive, por fatores que ainda não cabe falar, desistir deste sonho.. Eu vivia no mundo da lua como dizem as pessoas.
Acho que sou um pouco lunático e estou mais para o mundo dos loucos do que para o mundo dos “normais”. Aliás, não aceito o “paradigma da normalidade” e prefiro caminhar “contra o vento, sem lenço e documento”.
Por fatores divinos, apaixonei-me pelo mundo da educação e hoje me considero professor-educador e agora estou aqui para compartilhar um pouco das minhas experiências os Olhos do Sertão.
Acredito que a inserção das tecnologias da informação e comunicação na escola, particularmente o ensino a EaD poderá facilitar esse trabalho de formação de professores e dar uma boa contribuição para formação do cidadão que tanto este país precisa, consciente de seus deveres e direitos.
Luis Moreira
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