Virada do Corinthians é também vitória de Lula
brasil247
Nunca antes na história deste país um
político fez tanto por um clube como Lula pelo time do Parque São Jorge.
Cinco anos atrás, o Corinthians estava rebaixado, sem casa e sem
dinheiro. Hoje, é campeão do mundo, terá seu estádio abrindo a Copa do
Mundo de 2014 e ainda recebeu um patrocínio de R$ 30 milhões da Caixa
Econômica Federal
247 - Há exatos cinco anos, o
Corinthians, uma das equipes mais populares do País, e que tem a cara do
Brasil, estava no fundo do poço. Em dezembro de 2007, a equipe do
Parque São Jorge era rebaixada para a Segunda Divisão. Torcedor
fanático, Lula foi provocado, cutucado nas redes sociais e ironizado,
até declarar, três dias depois da degola, que seria um "torcedor
militante" do time. "Quero provar que é no momento da adversidade que a
gente se mostra torcedor", disse Lula.
Depois do rebaixamento, pode-se dizer que, nunca antes na
história deste país, um político fez tanto por um clube de futebol como
Lula pelo Corinthians. Bem mais até do que recomendaria a prudência. Em
agosto de 2010, na véspera do centenário, o clube realizou um sonho
antigo e anunciou a construção do seu estádio: o Itaquerão, na zona
leste de São Paulo. Naquele momento, o projeto estava orçado em R$ 335
milhões – menos da metade do custo atual.
Em 2010, o estádio saiu como uma determinação pessoal do
então presidente à construtora Odebrecht. E, na festa do centenário,
Lula foi coroado como um espécie de presidente honorário da República
Independente do Corinthians. Ainda hoje, dois anos depois, o Itaquerão
não conseguiu equacionar totalmente seu projeto financeiro. Não saiu o
financiamento do BNDES, nem o do Banco do Brasil. E a proposta de venda
dos "naming rights", que daria o nome da arena a empresas privadas, não
avançou diante da resistência da Globo.
Apesar das dificuldades, no entanto, a Odebrecht vem
executando a construção do Itaquerão no prazo determinado pela Fifa e o
estádio deverá ficar pronto a tempo de sedir a abertura da Copa do Mundo
de 2014. Lula e seu pupilo Fernando Haddad, prefeito eleito de São
Paulo, enxergam no projeto a oportunidade de despertar maior atenção
para a Zona Leste e criar um novo pólo de desenvolvimento em São Paulo.
Assim, mais do que um presente ao Corinthians, o Itaquerão seria exemplo
de uma política pública voltada aos mais pobres – uma tese que ainda
terá que se provar.
Além do Itaquerão, Lula quase tomou o poder na
Confederação Brasileira de Futebol, nomeando Andrés Sanchez,
ex-presidente do Corinthians, para o cargo de diretor de seleções e
emplacando Mano Menezes no comando da equipe. Recentemente, com a queda
de Mano, que será substituído por Luís Felipe Scolari, Sanchez
renunciou.
De todo modo, o saldo de Lula diante da gigantesca Fiel é
positivo. Cinco anos atrás, o Timão do Parque São Jorge estava falido,
na segunda divisão e sem casa própria. Hoje, é campeão mundial, tem um
estádio que irá abrir a Copa de 2014 e ainda recebeu um patrocínio da
Caixa Econômica Federal de R$ 30 milhões.
Lula fez muito pelo Corinthians, sendo fiel ao seu estilo, ou seja, assumindo riscos que outros presidentes evitariam.
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