Genoino assume mandato no dia 02 de janeiro de 2013.
Ex-presidente do PT afirma que
respeita aquilo que ajudou a construir na Constituinte, e recorda que
decisão do STF sobre cassação de mandato só vale após esgotamento de
recursos
“Respeitarei as decisões dos poderes, concordando ou mesmo discordando delas", diz Genoino (Foto: Gerardo Lazzari. RBA) |
São Paulo – O ex-presidente do PT José Genoino assumirá na próxima
semana, provavelmente em 2 de janeiro, uma vaga na Câmara dos Deputados.
Ele é suplente do deputado federal Carlinhos Almeida (PT-SP), que no
dia 1° toma posse como prefeito de São José dos Campos, no interior
paulista.
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Penal 470, o
julgamento do mensalão, a 6 anos e 11 meses de prisão em regime
semiaberto, Genoino afirma que sua posse é amparada legal e
constitucionalmente. “Eu lutei pela Constituição [de 1988] e ajudei a
fazê-la. Fui constituinte. Cumprirei a determinação constitucional a
partir do comunicado oficial”, disse à RBA. “Ao receber o comunicado da
Mesa da Câmara, me apresentarei com os documentos para tomar posse,
porque estarei cumprindo a Constituição e respeitando os poderes
constituídos.”
Neste mês, o Supremo decidiu pela cassação dos mandatos dos deputados
condenados, mas apenas depois que o caso transite em julgado, ou seja,
depois que se esgotarem os recursos. A decisão, encabeçada pelo relator
da Ação 470, ministro Joaquim Barbosa, abriu uma frente de atritos com o
presidente da Câmara, Marco Maia, que entende que a Constituição dá
apenas ao Legislativo o poder de cassação.
Para Genoino, não há impedimento de nenhuma ordem para assumir a vaga.
“A aplicabilidade da decisão do STF se dá com a sentença transitada em
julgado. A decisão só vale depois disso”, lembra. Ele ressalta que seus
advogados continuarão trabalhando nos recursos cabíveis nos autos da
ação penal.
Afirma também não temer que sua decisão pareça uma provocação, nem
legal, nem politicamente. “Não, porque para não assumir eu primeiro
teria de renunciar à condição de suplente. E legalmente eu não posso
fazer isso, porque eu sou o primeiro suplente. Eu assumir é uma
determinação constitucional e legal, e respeitando os 92.200 votos dos
eleitores que tive em 2010, mesmo em plena campanha que fizeram contra
mim.”
O ex-presidente petista reafirma ainda o que já disse em outras
oportunidades: “Respeitarei as decisões dos poderes, concordando ou
mesmo discordando delas”.
Eduardo Maretti
No Rede Brasil Atual
No Rede Brasil Atual
Extraído do blog do Saraiva
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