Imagem: O Globo / Michel Filho |
Na manhã desta quarta (19), o
ex-presidente Lula participou da troca de posse do Sindicato dos
Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo. Acompanhando o presidente,
estiveram presentes no ato, diversos representantes de movimentos
sociais, como os militantes da UJS e da UNE, que prestaram apoio ao
ex-presidente, fortalecendo também a campanha iniciada pelos jovens
socialistas “#MexeuComLulaMexeuComigo“.
Lula aproveitou a ocasião para discursar
a todos. Com uso da palavra disse que o que incomoda toda a oposição é
justamente o sucesso que ele conquistou e ainda disse para o povo não se
preocupar com os ataques, pois mesmo com todas as artimanhas já
realizadas pela direita, o Partido dos Trabalhadores já conseguiu vencer
a oposição nas urnas, e no próximo ele percorrerá o Brasil para
conversar com todo o povo.
“Não se preocupem muito com os ataques.
Há uma razão para isso. Em 2010, quando lançamos a Dilma, ela era um
poste. Vencemos. Agora, quando apresentamos Fernando Haddad aqui em São
Paulo, vencemos. De poste em poste a gente está iluminando o Brasil
inteiro. Ano que vem, para a alegria de muitos e tristeza de poucos,
estarei voltando a andar por este País”, disse Lula.
Em resposta às acusações de Valério,
Lula também reagiu com respostas diretas, citando a perseguição que é
feita a ele, que foi responsável por tirar o Brasil do domínio das
classes conservadoras.
“Um vagabundo, falando mal de mim em uma
sala com ar-condicionado, vai perder. Tem gente que olha para minha
cara acha que eu sou burro. Eu consigo compreender o jogo que eles
fazem. Eles governam o País desde que Cabral chegou aqui e como podem
aceitar pacificamente, sem ódio, o que nós conseguimos em oito anos de
governo?”.
Lula ponderou também os desafios que
encontrou no Brasil ao tornar-se presidente, em 2002, e os avanços que
conseguiu construir em pról dos povos mais pobres, que até então, pouca
assistência recebiam dos governantes, e hoje já tem condições de vida
mais dignas a todo brasileiro.
“Não era possível governar esse País
para um terço da população. É por isso que eles não se conformam que
colocamos 40 milhões de homens e mulheres na classe C. (Não se conformam
em) ver os pobres viajarem de avião, trocarem de carro. Eu acho que
isso deixa eles indignados”, disse.
Diversidades
Apontando os diferentes grupos sociais
que há no Brasil, Lula questionou o por quê estes nunca receberam
atenção dos demais presidentes, que além de tudo, sempre tiveram o
respaldo total da imprensa brasileira.
“Eles governaram antes de mim. Tinham
unanimidade na imprensa. Por que não cuidaram dos índios, das mulheres,
dos pobres? Por que não levantaram a auto-estima do povo? Um País como o
nosso não pode ter medo do futuro”.
Lula disse que em 2002, quando se elegeu
presidente pela primeira vez, desconfia que o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) torceu por ele. “Teve momento que eu achava que
ele preferia minha vitória do que a do Serra. Muita gente vinha e me
dizia ‘ele prefere você’. Ele achou que não ia dar certo e que
voltaria”, disse.
O ex-presidente afirmou ainda que é
preciso pensar de forma positiva em relação ao desenvolvimento do
Brasil. “Temos de pensar da forma mais positiva possível. Não é porque
nosso vizinho está doente que nós vamos ficar doentes. Não é porque a
Europa está em crise, que nós vamos entrar em crise. Ela pode ter maior
ou menor incidência a partir das medidas que nós tomemos aqui”, disse
ele.
Lula participou nesta quarta-feira da
posse de Rafael Marques na presidência do Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC, em São Bernardo do Campo. Ele substituiu Sérgio Nobre, que foi
eleito em julho passado para o cargo de secretário-geral da Central
Única dos Trabalhadores (CUT).
Apoio
Durante o evento, em todas as falas, o
presidente Lula foi citado. Críticas ao poder judiciário, à “campanha”
da mídia contra o ex-presidente e à postura da oposição deram o tom dos
discursos.
Wagner Freitas, presidente nacional da
CUT, afirmou que o poder Judiciário está fazendo um papel que não é dele
e que a elite brasileira ainda não digeriu que Lula “foi o maior
presidente da história desse País”.
Na última segunda-feira, o Supremo
Tribunal Federal (STF) cassou o mandato dos parlamentares João Paulo
Cunha (PT-SP); Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), o que,
no entendimento de alguns, seria uma atribuição do Congresso.
“A CUT está muito preocupada com isso.
(A oposição) quer jogar no tapetão, quer jogar no Poder Judiciário. O
que está querendo se construir é um golpe para que o Judiciário mude uma
situação onde o povo não está representado. Se colocar a democracia em
jogo, vamos para a rua. Não pode ser uma parcela do Poder Judiciário e
da mídia a resolver isso. O Lula é nosso amigo, mexeu com ele, mexeu
comigo”, disse ele.
Gilmar Mauro, coordenador do Movimento
dos Trabalhadores Sem Terra, disse que o Brasil vive hoje a
criminalização geral da pobreza, dos movimentos sociais e de muitos
políticos. “É preciso colocar em pauta o Poder Judiciário, que parece
ser intocável no nosso País”, disse ele, que também defendeu a regulação
da mídia.
Daniel Iliescu, presidente da União
Nacional dos Estudantes (UNE) afirmou que a entidade topa “qualquer
parada” para defender o projeto que tem o ex-presidente como figura
central. “Não vamos nos intimidar. Não nos intimidamos quando este País
esteve na ditadura…”, disse ele.
Da UJS
Extraido do blog Brasil que eu quero
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