Quarta-feira, 3 de setembro de 2014 às 10:27
Brasil reduziu pobreza em suas várias dimensões, revela estudo do Banco Mundial
A pobreza crônica no Brasil, que considera privações além da
renda, caiu de 6,7% para 1,6% da população no período de oito anos –
entre 2004 e 2012 –, segundo estudo do Banco Mundial. A queda é de 76%.
O trabalho foi apresentado por economistas do Banco Mundial em
oficina técnica promovida pela Iniciativa Brasileira de Aprendizagem por
um Mundo sem Pobreza (World without Poverty – WWP), projeto conjunto do
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Banco Mundial e Centro
Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
O estudo considerou pobres de renda aqueles que ganham até R$ 140
mensais. O valor é maior do que a linha de extrema pobreza brasileira,
de R$ 77 mensais (equivalente a US$1,25 diário). Se a pobreza crônica
considerasse apenas a população em situação de miséria, o percentual da
redução seria ainda menor do que o 1,6% da população identificado pelos
autores do trabalho.
O trabalho, focado na pobreza multidimensional, considerou, além da
renda, sete dimensões da pobreza: se as crianças e adolescentes até 17
anos estão na escola, os anos de escolaridade dos adultos, o acesso à
água potável e saneamento, eletricidade, condições de moradia e,
finalmente, a bens, como telefone, fogão e geladeira.
A pobreza é considerada crônica quando são registradas privações em
pelo menos quatro das sete dimensões. O estudo utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, destacou que o Plano Brasil Sem Miséria
foi organizado de forma a enfrentar a pobreza em suas diferentes
dimensões, garantindo renda, mas também cuidando de melhorar as
oportunidades para inserção econômica dessas famílias, assim como o seu
acesso a serviços.
“Construímos o Plano Brasil Sem Miséria olhando o conjunto da população pobre e extremamente pobre”, explicou ela. “Sempre agimos de maneira multidimensional e os dados do Banco Mundial comprovaram isso”, ratificou a ministra.
Para a economista do grupo de Desenvolvimento Humano e Proteção
Social do Banco Mundial, Anna Fruttero, coautora do estudo, o fato de um
indivíduo ser pobre monetário e multidimensional aumenta a
probabilidade de ele seguir na pobreza. Ela participou da oficina
técnica Dimensionamento e caracterização da pobreza no contexto de sua
superação: os limites dos indicadores clássicos e as novas propostas
metodológicas. “O objetivo tem que ser a erradicação da pobreza crônica”, afirmou.
“O que nos estimula é que os dados do Banco Mundial mostraram que
nossa ação foi eficaz, pois conseguiu atingir a pobreza crônica”,
analisou a ministra Tereza Campello. Ela destacou ainda que o trabalho
apresentado pelo Banco Mundial considerou dados até 2012 e que os
resultados seriam ainda mais surpreendentes se tivessem sido computados
dados de 2013, que incluem já os efeitos de programas como Água para
Todos, Minha Casa, Minha Vida, e Mais Médicos.
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