Marina Silva defende a autonomia do Banco Central: entenda por que isso é ruim pra você - Muda Brasil
Marina Silva afirmou hoje no debate do SBT que defende a autonomia do Banco Central. É isso mesmo! E você sabe o que isso significa?
Cabe ao Banco Central gerir a moeda, o crédito e as taxas de juros. A
forma de gestão dessas ferramentas de controle da política monetária
interferem diretamente na vida econômica do país, afetando o dia-a-dia
das pessoas.
Atualmente, o Banco Central não tem autonomia formal, já que seu
gestor é escolhido pelo presidente da República, autoridade máxima do
país, eleito democraticamente pelo povo. Por extensão, podemos dizer,
então, que o gerente do Banco Central representa as necessidades do povo
e atua em consonância com o governo eleito por ele e que, por sua vez,
luta por políticas (dentre elas a econômica) que beneficiem a população
que o elegeu. O BC tem, hoje, autonomia operacional para atingir as
metas determinadas pelo governo. Dar ao Banco Central autonomia formal
seria dar independência aos diretores do banco, que passariam a ter
mandatos soberanos. Essa independência se daria em relação às
autoridades que expressam a soberania popular.
A autonomia do Banco Central é uma medida fundamentalmente
neoliberal. Os adeptos dessa teoria acreditam que o salário e o emprego
se mantêm estáveis pela autorregulação do mercado, portanto é
desnecessária (e eles acreditam ser prejudicial) a interferência do
Estado nas questões econômicas. A crise econômica por que passou – e
ainda passa – grande parte das nações, que sofrem com os efeitos
devastadores de uma política neoliberal que causou o desemprego de 60
milhões de pessoas por todo o mundo é a prova de que o neoliberalismo
econômico é nocivo, mesmo em um sistema capitalista.
Dar autonomia completa ao Banco Central significa que o governo vai
abrir mão de parte importante da gerência do país. O presidente do BC,
que não será mais escolhido por uma figura que representa o povo, terá
poder absoluto sobre as taxas de juros, crédito e valor da moeda. Hoje, o
Real vale X. Se for decidido que o Real passará a valer X+2, o
parcelamento de bens que dependam da taxa cambial, como eletrodomésticos
vai ficar mais caro, além do celular, do carro e de vários outros bens,
o que pode impactar também o emprego e a renda.
Veja na íntegra a resposta de Marina, afirmando que defende a autonomia do Banco Central:
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