publicado em 6 de setembro de 2014 às 23:15
Fernando Bezerra Coelho (irmão, cunhada e sobrinho receberam
dinheiro do doleiro Alberto Yousseff), Paulo Roberto Costa e Eduardo
Campos - Viomundo
Marina diz que delação sobre Campos é “ilação”. E para os outros, condenação
por Fernando Brito, no Tijolaço
A reação de Marina Silva, hoje, ao noticiário sobre a suposta
delação feita pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, na
qual Eduardo Campos seria um dos implicados, na cobrança de propina por
obras, mostra como a neocandidata do PSB sentiu o golpe naquele que, embora nunca tenha sido, tornou-se santo de seu altar por conveniência eleitoral.
Diz que não admite “ilações” em relação a ele por conta da delação premiada oferecida ao ex-diretor.
Marina está certa, salvo por um pequeno detalhe.
Só é ilação quando é contra Campos, contra os demais é “escândalo”?
Ao que se saiba, ao menos por enquanto, não houve apresentação de prova alguma contra quase todos os acusados.
Aliás, as poucas que existem apontam para um auxiliar próximo de
Campos, seu indicado para a Ministério da Ciência e Tecnologia e
candidato do PSB ao Senado por Pernambuco: Fernando Bezerra Coelho, cujo
irmão, cunhada e sobrinho receberam dinheiro de Alberto Yousseff.
Marina, portanto, não deveria achar válidas as acusações contra uns, embora não ache para o “seu”, nas mesmas condições.
Ela reclama de perseguição em assunto como os dos gays e o pré-sal.
Mas quem mudou um programa publicamente divulgado foi ela e, no caso
do petróleo, será justo esperar que se veja como prioridade algo que se
menciona em uma única e mísera linha, num avantajado plano de governo de
248 páginas?
De todos os acusados por Paulo Roberto Costa – a crer-se na suspeitíssima promiscuidade entre a Veja,
o Ministério Público e/ou a Polícia Federal, que produz vazamentos
parciais e dirigidos de uma delação nem sequer aceita ainda – é Eduardo
Campos quem guarda maior relação com o caso, por ter sido arrolado por
ele como “testemunha de defesa”, depoimento do qual se desistiu, depois
de encontros entre advogados de ambos.
Como no caso do avião-fantasma, Marina sabe que há coisas mal-cheirosas.
Mas, tal e qual faz com o jatinho, as encobre por conveniência de sua hipócrita “nova política”.
Sei que Marina é mais adepta do Velho Testamento que do Novo, mas não é demais lembrar de Lucas (e também Mateus):
E por que atentas tu no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?
Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.
Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.
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