Conheça 7 razões para votar “sim” no plebiscito da reforma política. Saiba como, onde e até quando votar e qual é a única pergunta que você precisará responder
Juliane Furno*, Brasil Debate
Espera-se colher até 10 milhões de votos ao longo da semana, em
locais públicos e pela internet. A consulta, sem efeito legal, servirá
para reunir assinaturas para o projeto de lei popular pela reforma política e para fazer pressão pela mudança efetiva no sistema político-partidário
“Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o
sistema político?” A pergunta única do plebiscito poderá ser respondida
em locais públicos em votação organizada por movimentos sociais ou pela
internet (acesse e vote aqui).
Veja 7 razões para votar sim:
1 – A sociedade brasileira clama por mudanças na
forma como atuam as instituições políticas. As manifestações de junho de
2013 evidenciaram a descrença – em especial da juventude – no atual
modelo de representação política no Brasil, mediante a palavra de ordem
“não me representa”.
2 – As campanhas eleitorais hoje são demasiadamente
despolitizadas. Não se verifica que está em jogo um projeto de nação ou
uma perspectiva de transformação radical da sociedade. Além disso, quem
hoje define os resultados eleitorais são os representantes do poder
econômico, por meio do financiamento privado de campanha. A
contrapartida dessa prerrogativa privada é o compromisso selado entre os
financiados e os seus financiadores – mesmo que tácito – incluindo o
favorecimento público de grupos privados, a corrupção e os compromissos
políticos com os grupos econômicos que financiam as campanhas políticas.
3 – A composição do Congresso Nacional, das
assembleias estaduais e câmaras municipais não reflete a correlação de
forças políticas e sociais existentes na realidade brasileira. As
mulheres e os negros, embora maioria na sociedade brasileira, são
minoria nos espaços de poder, corroborando com a falta de políticas
públicas afirmativas que enfrentem as desigualdades estruturais na nossa
sociedade. A comunidade LGBT, jovem, indígena, sem-terra e trabalhadora
também tem sido sub-representada nos espaços políticos, quando não
ausente.
4 – É preciso que a haja uma constituinte EXCLUSIVA
para debater uma reforma política, uma vez que não faz sentido que os
próprios representantes do poder político legislem sobre si próprios, já
que eles são os maiores beneficiados pela reprodução da política como
ela está.
5 – A sociedade brasileira já constatou a
impossibilidade de ver as suas demandas imediatas atendidas nesse
Congresso Nacional (como transporte público de qualidade, mais verbas
para a educação, reforma agrária, democratização dos meios de
comunicação) uma vez que as grandes corporações privadas que hegemonizam
esses serviços são os mesmos agentes financiadores desses
parlamentares, e com eles mantêm um “compromisso” político. No linguajar
popular: “Quem paga a banda escolhe a música”.
6 – É uma forma de mostrar a necessidade de
aprofundar os mecanismos de consulta popular, permitindo que a sociedade
civil organizada, mediante seus mecanismos, organize plebiscitos,
consultas públicas e referendos, contribuindo para aprimorar os
mecanismos que impulsionam a participação política.
7 – Realizar uma Constituinte significa aprimorar a
democracia brasileira. Significa construir um caminho que avance na
concretização das chamas reformas estruturais, ou seja, um conjunto de
reformas nacionais, democráticas e populares, que nesse período
histórico e na condição de subdesenvolvimento do Brasil, adquirem
caráter revolucionário! A reforma política é condição primeira e
imprescindível para o desenvolvimento brasileiro, conjugado com
participação pública e mobilização da sociedade.
*Juliane Furno é graduada em ciências
sociais pela UFRGS, mestranda em desenvolvimento econômico na Unicamp e
militante do plebiscito constituinte do comitê Unicamp
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