Entre os beneficiados, 95% estão
satisfeitos ou muito satisfeitos com a iniciativa, segundo pesquisa.
Orçamento federal para atenção básica aumentou 106% em quatro anos
por Sarah Fernandes, da RBA
publicado
04/09/2014 14:22,
última modificação
04/09/2014 14:39
O governo ultrapassou a meta inicial de incluir 13.300 médicos e selecionou 14.462 profissionais
São Paulo – Após um ano da implementação, o Mais
Médicos superou a meta de profissionais participantes, atendeu 100% da
demanda dos municípios e garantiu, pela primeira vez, médicos em todos
os 34 distritos sanitários indígenas do país, como informou hoje (4) o
ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante entrevista coletiva para
balanço do programa, em Brasília. Ele ressaltou que a iniciativa
garantiu mais investimentos na atenção básica e modernização de
equipamentos de saúde pública, outros eixos do programa.
A meta inicial do governo federal era de alcançar o número de 13.300 médicos participantes. Após os cinco ciclos de inscrição, que privilegiaram os profissionais brasileiros, 14.462 profissionais foram selecionados para participar. Eles estão espalhados nos 3.785 municípios que solicitaram profissionais ao Ministério da Saúde e em todos os distritos sanitários indígenas do país, atendendo pelo menos 50 milhões de pessoas na atenção básica.
“O programa contempla todos os estados, mesmo os mais ricos, como São Paulo, o que mostra que havia necessidade de médicos não só no sertão nordestino e na Amazônia, mas também nas periferias das cidades grandes e médias”, disse Chioro. "Pudemos levar pela primeira vez médicos para os 34 distritos de saúde indígena, garantindo atendimento para os 600 mil índios do território nacional. Os indicadores da saúde indígena são muito distintos do restante da população e eles eram uma prioridade."
O ministro ressaltou que só foi possível garantir o atendimento a toda demanda após a chegada dos 11.429 médicos cubanos que participam do programa. Isso porque os 1.846 profissionais brasileiros que atenderam ao chamado do Ministério e que tinham prioridade na escolha optaram por trabalhar em capitais e cidades médias, em especial na costa atlântica do país e unidades de saúde de bairros centralizados. O mesmo ocorreu com os 1.187 médicos estrangeiros ou brasileiros com diploma de outros países que aderiram ao programa.
“Isso é absolutamente normal e não é um problema, porque tínhamos muitas vagas disponíveis e eles (os brasileiros) tinham prioridade. Foi com os médicos cubanos que pudemos dar um padrão de provimento que beneficiou o interior do país e as periferias das grandes cidades”, comentou Arthur Chioro. "É a primeira vez que temos padrão nacional de distribuição de médicos", ressaltou.
Ao todo, 70% dos médicos do programa estão nos municípios que foram priorizados pelo Ministério da Saúde por apresentarem mais de 20% da população em situação de extrema pobreza, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo ou muito baixo, além dos municípios localizados no médio e alto Araguaia, no Vale do Ribeira (SP), Vale do Jequitinhonha (MG), Vale do Mucuri (MG) e os distritos indígenas.
Os recursos para atenção básica aumentaram 106% entre 2010 e 2014, segundo o ministro. No primeiro ano, eram R$ 9,7 bilhões destinados ao atendimento primário, valor que saltou para R$ 20 bilhões neste ano, sem contar o aporte dos estados e municípios. O ministro ressaltou, ainda, que o programa permitiu a melhoria da infraestrutura das unidades básicas de saúde. Dos 26.001 postos de saúde que tiveram recursos aprovados para melhorias, pelo menos 13 mil estão em obras e 7.520 foram concluídas.
Aprovação dos usuários
Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais sobre o Mais Médicos, apresentada hoje durante a coletiva, aponta que 95% dos beneficiados pelo programa estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a inciativa. Ao todo, 87% dos pesquisados deram nota de oito à dez ao programa e 74% acreditam que ele é melhor ou muito melhor do que esperavam. O levantamento ouviu 4 mil pessoas com mais de 16 anos, de 200 municípios e distritos sanitários indígenas atendidos.
Entre os entrevistados, 86% disseram que a qualidade do atendimento médico é melhor ou muito melhor do que a anterior, 84% afirmaram que o tempo de duração das consultas melhorou ou melhorou muito, assim como os esclarecimentos sobre os problemas de saúde (83%), facilidade de atendimento (79%), comunicação com o médico (73%) e tempo de espera por uma consulta (73%).
Além disso, 83% concordam que os médicos do programa tiram dúvidas de forma clara, 85% afirmam que médico passa confiança e que é um profissional competente. Entre os entrevistados, 88% consideraram o médico atencioso e 90% disseram que o profissional trata o paciente com respeito. “Era uma polêmica se os médicos do programa estariam aptos para atenderem a população com qualidade. Mostramos que sim”, garante Chioro. “É importante não só garantir o atendimento, mas que ele seja cada vez mais de respeito e humanizado.”
Dos beneficiados pelo programa, 87% afirmam que não tiveram dificuldade de compreender o que os médicos falavam. Apenas 2% relataram problemas de compreensão, sendo que parte das entrevistas foram feitas em aldeias indígenas, onde não se fala português. A maioria dos entrevistados (67%) respondeu que os médicos do programa fazem recomendações sobre alimentação e sobre atividades físicas. “Isto é muito significativo porque atenção básica trata da prevenção e da promoção à saúde e mostra uma mudança no modelo de cuidado”, observou o ministro.
Os usuários elencaram como pontos positivos do programa o acesso ao atendimento e o aumento no número de consultas, o atendimento diário, a maior permanência dos médicos nas unidades de saúde, a presença de profissionais mais educados, que gastam mais tempo com o paciente, solicitam exames e chegam a um diagnóstico rápido. “Isso mostra que existe uma rede de suporte, diferente do que se dizia. Estamos demonstrando, na prática, que não é verdade.”
A meta inicial do governo federal era de alcançar o número de 13.300 médicos participantes. Após os cinco ciclos de inscrição, que privilegiaram os profissionais brasileiros, 14.462 profissionais foram selecionados para participar. Eles estão espalhados nos 3.785 municípios que solicitaram profissionais ao Ministério da Saúde e em todos os distritos sanitários indígenas do país, atendendo pelo menos 50 milhões de pessoas na atenção básica.
“O programa contempla todos os estados, mesmo os mais ricos, como São Paulo, o que mostra que havia necessidade de médicos não só no sertão nordestino e na Amazônia, mas também nas periferias das cidades grandes e médias”, disse Chioro. "Pudemos levar pela primeira vez médicos para os 34 distritos de saúde indígena, garantindo atendimento para os 600 mil índios do território nacional. Os indicadores da saúde indígena são muito distintos do restante da população e eles eram uma prioridade."
O ministro ressaltou que só foi possível garantir o atendimento a toda demanda após a chegada dos 11.429 médicos cubanos que participam do programa. Isso porque os 1.846 profissionais brasileiros que atenderam ao chamado do Ministério e que tinham prioridade na escolha optaram por trabalhar em capitais e cidades médias, em especial na costa atlântica do país e unidades de saúde de bairros centralizados. O mesmo ocorreu com os 1.187 médicos estrangeiros ou brasileiros com diploma de outros países que aderiram ao programa.
“Isso é absolutamente normal e não é um problema, porque tínhamos muitas vagas disponíveis e eles (os brasileiros) tinham prioridade. Foi com os médicos cubanos que pudemos dar um padrão de provimento que beneficiou o interior do país e as periferias das grandes cidades”, comentou Arthur Chioro. "É a primeira vez que temos padrão nacional de distribuição de médicos", ressaltou.
Ao todo, 70% dos médicos do programa estão nos municípios que foram priorizados pelo Ministério da Saúde por apresentarem mais de 20% da população em situação de extrema pobreza, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo ou muito baixo, além dos municípios localizados no médio e alto Araguaia, no Vale do Ribeira (SP), Vale do Jequitinhonha (MG), Vale do Mucuri (MG) e os distritos indígenas.
Os recursos para atenção básica aumentaram 106% entre 2010 e 2014, segundo o ministro. No primeiro ano, eram R$ 9,7 bilhões destinados ao atendimento primário, valor que saltou para R$ 20 bilhões neste ano, sem contar o aporte dos estados e municípios. O ministro ressaltou, ainda, que o programa permitiu a melhoria da infraestrutura das unidades básicas de saúde. Dos 26.001 postos de saúde que tiveram recursos aprovados para melhorias, pelo menos 13 mil estão em obras e 7.520 foram concluídas.
Aprovação dos usuários
Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais sobre o Mais Médicos, apresentada hoje durante a coletiva, aponta que 95% dos beneficiados pelo programa estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a inciativa. Ao todo, 87% dos pesquisados deram nota de oito à dez ao programa e 74% acreditam que ele é melhor ou muito melhor do que esperavam. O levantamento ouviu 4 mil pessoas com mais de 16 anos, de 200 municípios e distritos sanitários indígenas atendidos.
Entre os entrevistados, 86% disseram que a qualidade do atendimento médico é melhor ou muito melhor do que a anterior, 84% afirmaram que o tempo de duração das consultas melhorou ou melhorou muito, assim como os esclarecimentos sobre os problemas de saúde (83%), facilidade de atendimento (79%), comunicação com o médico (73%) e tempo de espera por uma consulta (73%).
Além disso, 83% concordam que os médicos do programa tiram dúvidas de forma clara, 85% afirmam que médico passa confiança e que é um profissional competente. Entre os entrevistados, 88% consideraram o médico atencioso e 90% disseram que o profissional trata o paciente com respeito. “Era uma polêmica se os médicos do programa estariam aptos para atenderem a população com qualidade. Mostramos que sim”, garante Chioro. “É importante não só garantir o atendimento, mas que ele seja cada vez mais de respeito e humanizado.”
Dos beneficiados pelo programa, 87% afirmam que não tiveram dificuldade de compreender o que os médicos falavam. Apenas 2% relataram problemas de compreensão, sendo que parte das entrevistas foram feitas em aldeias indígenas, onde não se fala português. A maioria dos entrevistados (67%) respondeu que os médicos do programa fazem recomendações sobre alimentação e sobre atividades físicas. “Isto é muito significativo porque atenção básica trata da prevenção e da promoção à saúde e mostra uma mudança no modelo de cuidado”, observou o ministro.
Os usuários elencaram como pontos positivos do programa o acesso ao atendimento e o aumento no número de consultas, o atendimento diário, a maior permanência dos médicos nas unidades de saúde, a presença de profissionais mais educados, que gastam mais tempo com o paciente, solicitam exames e chegam a um diagnóstico rápido. “Isso mostra que existe uma rede de suporte, diferente do que se dizia. Estamos demonstrando, na prática, que não é verdade.”
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