- Guilherme Balza - Do UOL, em São Paulo Eduardo Knapp/FolhapressCabeça de Genoino é um grande e disputadíssimo troféu', diz biógrafa de ex-deputado
- Com o braço esquerdo levantado em gesto de resistência, o ex-presidente do PT José Genoino deixa sua casa, no bairro do Butantã, na zona oeste de São Paulo, para se entregar à polícia.
A jornalista e escritora Denise Paraná, autora de uma biografia autorizada do ex-deputado federal José Genoino (PT-SP), disse acreditar que a prisão de seu biografado após condenação no mensalão "tem um valor simbólico enorme".
"Ele simboliza a esquerda que chegou ao poder. Uma esquerda que agora está indo para o cárcere. Sua cabeça é um grande e disputadíssimo troféu", afirmou Denise, em entrevista ao UOL. A jornalista biografou o petista em "Entre o sonho e o poder", publicado em agosto de 2006 pela Geração Editoral.
"Ele simboliza a esquerda que chegou ao poder. Uma esquerda que agora está indo para o cárcere. Sua cabeça é um grande e disputadíssimo troféu", afirmou Denise, em entrevista ao UOL. A jornalista biografou o petista em "Entre o sonho e o poder", publicado em agosto de 2006 pela Geração Editoral.
Doutora em Ciências Humanas pela USP (Universidade de São Paulo), a
escritora também escreveu uma biografia autorizada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), intitulada "A história de Lula, o filho do Brasil", texto adaptado ao cinema.
Para contar a história de Genoino, Denise o entrevistou várias vezes ao longo de 2005, justamente o ano em que veio à tona o escândalo do mensalão. A partir daí, tornou-se amiga do ex-deputado e família.
"Passei a conviver com sua família, que é extremamente unida. Acompanhei o julgamento, o cerco da imprensa, todas as dores que eles viveram. Mas eles continuam firmes, unidos", diz.
Para contar a história de Genoino, Denise o entrevistou várias vezes ao longo de 2005, justamente o ano em que veio à tona o escândalo do mensalão. A partir daí, tornou-se amiga do ex-deputado e família.
"Passei a conviver com sua família, que é extremamente unida. Acompanhei o julgamento, o cerco da imprensa, todas as dores que eles viveram. Mas eles continuam firmes, unidos", diz.
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José
Genoino foi um dos beneficiados pela Lei da Anistia, em 1979, e um dos
fundadores do PT (Partido dos Trabalhadores), que conseguiu registro no
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 1982. Pelo partido, conseguiu seu
primeiro mandato como deputado federal por São Paulo e 1983 Reprodução/Facebook
Denise afirma que durante a convivência com Genoino sempre o achou
tranquilo. "Desde a crise de 2005, nesses últimos oitos anos em que
convivi com ele, constatei esta tranquilidade pessoalmente."
Segundo a biógrafa, Genoino não se abateu mesmo quando decidiu se
entregar à Polícia Federal, após o presidente do STF (Supremo Tribunal
Federal) determinar sua prisão. "Minutos antes de sair de sua casa em São Paulo para se entregar na Polícia Federal, Genoino dizia que estava tranquilo porque apenas lutava por causas e sonhos. Estava tranquilo porque tinha a consciência dos inocentes. Posso te certificar de que ele não tem nenhum arrependimento", diz. Presidente do PT na época do mensalão, Genoino foi condenado a 6 anos e 11 meses de prisão, em regime semiaberto, pelo crime de corrupção ativa. O ex-parlamentar também foi condenado por formação de quadrilha (2 anos e 3 meses), mas a acusação será reexaminada pelo Supremo em 2014 em função dos embargos infringentes. Cardiopata, Genoino chegou a ficar alguns dias preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, mas neste momento está recluso na casa de uma filha, também na capital federal, até que haja uma avaliação definitiva sobre como ele deve cumprir a pena. Na terça-feira (3), o petista decidiu renunciar ao mandato na Câmara dos Deputados para evitar um processo de cassação. A escritora avalia que o petista acertou na decisão. "Genoino não teria o direito à ampla defesa, já que está doente e licenciado." Denise conta que em 2005, ao final do processo de entrevistas que fez com Genoino, em meio às denúncias do mensalão, o ex-deptuado declarou que "entre o sonho e o poder, prefere o sonho". "Talvez, por isso, hoje consiga renunciar a seu mandato." | |
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