Nesta disputa para o aumento do IPTU perdeu o povo mais humilde de São Paulo, ganharam a FIESP, PSDB e setores reacionários da justiça brasileira, hoje representada pelo Joaquim Barbosa. A maioria do povo brasileiro nem sabe o que é progressividade na cobrança de tributos. O povo humilde nem sabe que deixaria de pagar menos tributos, enquanto isso, a classe reacionária e hipócrita comemora uma vitória vergonhosa. Tirar de boca de crianças que não têm o que comer para dá para as panças egoístas da classe merda paulista.
Fiesp judicializa a política sob as bençãos da imprensa e o olhar de Joaquim Barbosa
O Judiciário governa o País, e os políticos eleitos pelo povo brasileiro
são praticamente obrigados a dizer amém. É a judicialização da política
e a criminalização dos políticos que no Brasil de hoje têm dificuldades
enormes para governar, porque, ante de tudo, têm de enfrentar o Partido
da Justiça e o Partido da Imprensa, que, juntos, combatem governantes
legitimamente eleitos, principalmente quando os mandatários são membros
do Partido dos Trabalhadores.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), aumentou o IPTU dos mais
ricos, que moram em bairros superestruturados, onde não falta nada e
que, proporcionalmente, pagam taxas e impostos menores que a maioria dos
moradores dos bairros populares e das comunidades carentes.
O reajuste do IPTU é progressivo e beneficia àqueles que têm
dificuldades para pagar impostos, além de o dinheiro arrecadado, segundo
Haddad, ter a finalidade de melhorar a infraestrutura de centenas e
centenas de bairros paulistanos que sofrem com a falta de água potável,
saneamento básico, pavimentação de ruas, iluminação pública, galerias de
águas pluviais e urbanização em geral, como a construção e reformas de
praças, além da edificação de casas e de postos de saúde, bem como a
melhoria do ensino público.
Contudo, como todo mundo sabe, no ano que vem tem eleições para o
Governo de São Paulo e o PT, depois de longo tempo, conquistou a
Prefeitura paulistana, o que, indubitavelmente, ligou o alerta da
direita paulista, uma das mais reacionárias e elitistas do mundo, que
está desesperada só em pensar em perder a cadeira do Palácio dos
Bandeirantes.
Acontece que o PT e a candidata, Dilma Rousseff, são os favoritos para
vencer as eleições presidenciais. Apesar da oposição sistemática da
imprensa de negócios privados, os índices de aprovação da presidenta são
altos, enquanto isso o principal candidato da direita, o senador Aécio
Neves, do PSDB, derrapa no caminho para conquistar o Palácio do
Planalto.
Por sua vez, o PSDB e o governo paulista estão em crise depois de três
derrotas em eleições presidenciais. Além do mais, os casos do trensalão e
do metrosalão, escândalos de mais de R$ 1 bilhão mexeram com as
estruturas dos políticos tucanos, que contam com o apoio da imprensa
para que tamanha corrupção não seja tão evidenciada ou que não tenha
tanta publicidade nos meios de comunicação privados como fizeram com o
mensalão do PT durante oito anos, de forma intermitente cujo objetivo
era fazer com que o assunto não caísse no esquecimento ou saísse da
memória do cidadão mediano brasileiro, que também são denominados de
coxinhas ou Homer Simpson.
A verdade é que se a direita perder São Paulo para o PT é melhor
encomendar o corpo, fechar o caixão para depois enterrar o que sobrou
dos tucanos, que quando estiveram no poder governaram para os ricos e
quebraram o Brasil três vezes depois de venderem mais de uma centena de
estatais, dentre elas a Vale do Rio Doce e a Telebras.
A direita está desesperada e por isso conta com o apoio e a cumplicidade
de setores do Ministério Público Federal (MPF) e com o Supremo Tribunal
Federal (STF), além dos tribunais inferiores, a exemplo dos Tribunais
de Justiça (TJ) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
E é o que aconteceu, principalmente a partir de 2005 quando os
conservadores herdeiros da escravidão perceberam que o governo
trabalhista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva era imensamente
popular, reconhecido positivamente no exterior e que estava, de fato, a
distribuir riqueza e renda de tal forma que o Brasil, no decorrer dos
últimos onze anos passou por mudanças profundas, uma revolução
silenciosa, que elevou o País no mundo e incluiu dezenas de milhões de
brasileiros, que passaram a ser tratados como cidadãos e deixaram de ser
invisíveis para o Governo e o todo da sociedade. Ponto.
A questão do IPTU em São Paulo não é meramente um assunto paroquial. É,
seguramente, uma questão que tomou uma dimensão nacional, porque ela foi
propositalmente judicializada pela direita partidária e midiática, bem
como pelos seus órgãos de apoio, a exemplo do TJ de São Paulo e do STJ,
cujos juízes se tornaram políticos e, por seu turno, querem governar no
lugar de quem foi eleito e institucionalizado pelos seus eleitores, como
é o caso do prefeito Fernando Haddad.
Paulo Skaf, presidente da Fiesp e virtual candidato do PMDB a governador
de São Paulo está por trás desse processo draconiano e que visa
desestabilizar politicamente o prefeito Haddad. O presidente da Fiesp
sabe que a tabela do IPTU proposta pelo prefeito é justa e visa,
progressivamente, desonerar a maioria dos paulistanos, que há anos pagam
impostos, taxas e tarifas exorbitantes e que foram implementados pelos
sucessivos governos tucanos, que governam São Paulo há quase 20 anos e
que têm como exemplos símbolos os caríssimos pedágios, que revoltam
todos os paulistas e brasileiros que porventura têm de rodar pelas
rodovias de São Paulo. É o neoliberalismo tucano na veia.
Somente no Brasil de hoje que questões sobre o IPTU vão para a alçada do
Judiciário, em última instância, que é o caso do STF. O juiz Joaquim
Barbosa, político de direita que poderá se candidatar à Presidência da
República vai decidir sobre o que é da autoridade do prefeito Haddad,
que, democraticamente, reuniu-se com Barbosa e afirmou à imprensa que "a
Fiesp lutou contra a CPMF. Isso tirou R$ 60 bilhões da saúde. Fez bem
para a saúde? Acho que não. Nós economizamos muito pouco individualmente
e prejudicamos muito a saúde pública em função do fim da CPMF. Acho que
a Fiesp está tentando fazer agora a mesma coisa com a cidade de São
Paulo".
A Fiesp foi atendida pelo TJ e depois pelo STJ no que é relativo barrar o
projeto o prefeito petista no que concerne ao IPTU. A Fiesp
conservadora e antipopular de sempre que implantou há anos um
"impostômetro" na Praça da Sé, mas jamais pensou em colocar na mesma
praça um "sonegômetro", por questões óbvias, porque se pararmos para
pensar no que os empresários brasileiros sonegam e sonegaram, o Brasil
teria dinheiro para ter saúde e educação de primeiro mundo há muito
tempo.
A CPMF era considerada por esse empresariado sonegador e conservador um
tendão de Aquiles, pois propiciava ao estado brasileiro fiscalizar com
mais rigor as movimentações financeiras das grandes empresas e de seus
empresários e executivos. Bastou o tucano FHC – o Neoliberal I - deixar o
poder para que o tributo fosse irresponsavelmente retirado pelo
Congresso com o apoio do empresariado e dos coxinhas teleguiados que
repercutem como papagaios de piratas os valores e os princípios dos
ricos, ou seja, daqueles que os exploram.
Agora virou um cavalo de batalha o IPTU de São Paulo e esse assunto
paroquial se tornou uma questão nacional e eleitoral, com direito à
intervenção do Partido da Justiça, que prendeu deputados do PT sem culpa
comprovada e que até hoje não julgou o mensalão do PSDB, que está
prestes a prescrever, dentre muitos outros casos em que os tucanos estão
envolvidos, mas amenizados pela imprensa de mercado e seus processos
parados nas gavetas da PGR e do STF.
O problema da direita é que apesar da campanha constante contra o PT e
as lideranças populares e trabalhistas ano após ano, na campanha
eleitoral o PT, seus candidatos e aliados vão ter acesso ao horário
eleitoral gratuito e durante meses vão mostrar o quanto o Brasil avançou
e seu povo conquistou.
A direita sabe disso e se desespera e por isso se agarra a questiúnculas
e a tramoias elaboradas nas redações dos jornais e televisões, a fim de
desgastar o Governo trabalhista e desconstruir a imagens de seus
líderes políticos e partidários, realidades essas que acontecem em
Equador, Peru, Nicarágua, Chile, Venezuela, Uruguai, Argentina, dentre
outros países cujos povos se cansaram da cantilena neoliberal e passaram
a votar em candidatos progressistas, de esquerda, que apresentaram
propostas de inclusão social e desenvolvimento econômico e que
derrotaram os candidatos de direita, que em passado recente levaram seus
países à bancarrota e seus povos à miséria. Não há mais espaço para o
neoliberalismo sem sentido e que fracassou de forma retumbante na Europa
e nos Estados Unidos.
O prefeito Fernando Haddad informou a quem quisesse ouvir que o reajuste
do IPTU é progressivo, o que proporcionou o aumento do número de
contribuintes isentos. Por sua vez, as pessoas mais pobres tiveram o
imposto diminuído e algumas receberam isenção. Além disso, as correções
no IPTU dos bairros mais ricos foram realizadas, afinal esses bairros
são privilegiados e por isso quem mora neles tem de pagar mais, conforme
sua renda. Justo e democrático. Ponto.
Mesmo assim milionários como o empresário da Fiesp, Paulo Skaf,
vociferam e combatem os benefícios aos mais pobres, a exemplo da
desoneração do IPTU. É a Casa Grande com seu pensamento tacanho,
sectário e egoísta, que pensa que o mundo e a existência são destinados a
poucos "escolhidos" por Deus, a exemplo de Paulo Skaf e a "elite" que
ele representa como um dos chefes do empresariado e da burguesia
nacional.
É sempre assim a reação dos privilegiados, dos que podem mais e dos que
desejam um Brasil para poucos se darem bem e curtirem a vida como
nababos ou paxás em toda sua plenitude. A direita é realmente e
filosoficamente perversa. Os ricos pagam menos impostos do que deveriam
e, sem generalizar, muitos deles sonegam. Rico é rico e não precisa da
proteção do estado.
Quem necessita de apoio e segurança para viver são os pobres, a maioria
do povo e por isso que o prefeito Fernando Haddad tem sido combatido na
imprensa burguesa e por lideranças empresariais, a exemplo do Paulo
Skaf, que nas eleições de 2014, se ele for candidato, vai ter de
explicar na televisão o porquê de ele ter combatido as novas regras do
IPTU em São Paulo que beneficiam os mais pobres.
Paulo Skaf começou mal sua campanha e o STF, por intermédio do juiz
Joaquim Barbosa vai judicializar a corrida eleitoral ao Palácio dos
Bandeirantes. O IPTU nas mãos do Judiciário e o Skaf nas mãos do povo de
São Paulo. O problema maior da direita é que existe o horário eleitoral
gratuito.
Qualquer dia desses, os juízes conservadores vão tratar de extinguir o
horário gratuito na televisão, mas aí não vai ser possível, porque até
mesmo para dar golpe tem de ter limites, ainda mais quando vivemos em
estado democrático de direito, apesar da Judiciário, da imprensa
alienígena e da Fiesp do pré-candidato Paulo Skaf. É isso aí.
Davis Sena Filho
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