Globo insiste: soneguei, mas já paguei.
A Globo pode até ter pago a multa que recebeu da Receita Federal por
ter forjado uma operação fictícia nas Ilhas Virgens britânicas para não
pagar o Imposto de Renda na compra dos direitos de transmissão da Copa
de 2002, como afirma.
Mas esta história está mais que estranha.
Primeiro, porque o processo segue em aberto na Receita, o que não é comum em procedimentos deste tipo.
Segundo, porque a natureza da operação triangulada entre a Globo e a
sua empresa-fantasma num paraíso fiscal é daquelas de arrepiar: comprar
direitos de transmissão de Copa do Mundo de Futebol para o Brasil com
uma empresa das Ilhas Virgens é o que, senão fraude tributária? Tanto
que a empresa diz que pagou sem nem mesmo discutir judicialmente a
procedência da autuação.
Terceiro, se pagou, porque não informa os dados do recolhimento do
tributo e da multa como o pessoal das redes está pedindo
pelo #GloboMostreoDarf. Ou, se não tem, como afirma, nenhum débito em
aberto, porque não tira — pode ser tirada na internet mesmo – uma
certidão de regularidade com o Fisco?
O fato mais grave está comprovado pela nota da própria Globo: houve
uma gravíssima e vultosa sonegação fiscal por parte da Globo. Mesmo que
tenha pago, é a mesma coisa que um ladrão devolver a carteira de um
transeunte depois de ser agarrado pelo guarda.
E como o sinal da Globo é uma concessão pública, ela transformou a
fraude em lucro usando o serviço público da qual tem o gozo para obter
lucro com o crime fiscal.
O que diriam se um ministro tivesse obtido vantagens usando o
Ministério e, depois, pego em flagrante, devolvesse o dinheiro, pagasse
uma multa e… tudo bem?
E o pior é que a emissora ainda tira onda, dizendo que “ quanto à
publicação de documentos confidenciais, protegidos por sigilo legal,
acreditamos que o assunto será apurado pelos órgãos competentes”.
Ou seja, espera que só haja problemas legais para quem denunciou a fraude fiscal.
São uns santinhos.
Então, vamos lá. Coloco aí embaixo o texto do livro “Afundação
Roberto Marinho”, do Roméro Machado, ex-assessor de José Bonifácio
de Oliveira Sobrinho, o Boni, e controller da Fundação global.
Tem matéria aí para que os “órgãos competentes” apurem muito em matéria de crime fiscal.
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