PSDB barra investigações sobre o propinão tucano na Assembleia
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin PSDB), apareceu, por diversas
vezes, nas TVs e jornais, com o discurso de que, mandaria investigar o
caso da propina para os tucanos saindo dos trens de São Paulo. O
governador mentiu, mais uma vez.
A base de sustentação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na Assembleia
Legislativa de São Paulo conseguiu blindar o Palácio dos Bandeirantes
contra investigações sobre o propinão tucano que atuou em licitações do
Metrô e da CPTM durante sua administração e em outros governos tucanos.
Sem número suficiente de deputados para instalar uma CPI, a oposição
tentou convocar autoridades, empresários e consultores envolvidos com o
cartel a prestar depoimentos em duas comissões.
Desde agosto, foram apresentados 38 requerimentos para que fossem
chamadas 26 pessoas. Dessas, só três foram ouvidas pelos deputados.
As comissões em que os pedidos foram feitos –de Transportes e
Infraestrutura, ambas com maioria governista– adiaram a análise de
vários pedidos indefinidamente, rejeitaram outros e ainda transformaram
convocações em convites, o que desobriga o convidado de comparecer.
Para adiar a análise dos requerimentos, os aliados do governador se
valem de uma norma do regimento da Assembleia que permite que cada
deputado peça vistas do pedido uma vez, adiando a votação por uma
semana.
A oposição usa a mesma tática para adiar votações e evitar que pedidos
sejam derrubados nos dias em que há maioria governista presente na
reunião da comissão.
Entre as pessoas que deixaram de depor está Pedro Benvenuto, ex-assessor
da Secretaria de Transportes Metropolitanos acusado de repassar
informações do Metrô e da CPTM a um consultor.
Sua convocação foi transformada em convite a pedido de um deputado do PPS e aprovada, mas ele não compareceu no dia marcado.
O vereador Andrea Matarazzo (PSDB) ignorou convites das comissões e não compareu
Estão pendentes na pauta da Comissão de Transportes pedidos para ouvir
os executivos da Siemens que denunciaram o cartel ao Cade, entre eles
Everton Rheinheimer, que disse à Polícia Federal que políticos do PSDB
receberam propina do esquema.
A comissão derrubou ainda requerimentos para ouvir João Roberto
Zaniboni, ex-diretor da CPTM que recebeu US$ 836 mil numa conta na
Suíça, e José Fagali Neto, consultor que recebeu informações de Pedro
Benvenuto.
Para os governistas tucanos, os pedidos feitos pela oposição são
"eleitoreiros" e "não passam de politicagem". "Se deixar por conta
deles, todo dia tem dois ou três servidores pra ser ouvidos", disse
Dilador Borges (PSDB), da Comissão de Infraestrutura. "Não nos podemos
dar o luxo de ficar ouvindo as pessoas por ouvir."
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