Um gesto de justiça a quem lutou por este país. Viva João Goulart, o homem que pelo amor ao ao Brasil preferiu renunciar do que ver o sangue derramado do povo brasileiro. A exumação dos restos mortais de João Goulart é a própria exumação da história brasileira.
João Goulart volta a Brasília: Nossa singela homenagem - Viomundo
publicado em 14 de novembro de 2013 às 10:31
Paulo Grazioli, no Facebook, pergunta sobre a cena da chegada dos restos mortais de Jango a Brasília: cadê o FHC?
Banditismo
Editorial publicado na Folha de S. Paulo, em 22 de setembro de 1971
Por Octavio Frias de Oliveira
A sanha assassina do terrorismo voltou-se contra nós.
Dois carros deste jornal, quando procediam ontem à rotineira entrega
de nossas edições, foram assaltados, incendiados e parcialmente
destruídos por um bando de criminosos, que afirmaram estar assim agindo
em “represália” a noticias e comentários estampados em nossas paginas.
Que noticias e que comentários? Os relativos ao desbaratamento das
organizações terroristas, e especialmente à morte recente de um de seus
mais notórios cabeças, o ex-capitão Lamarca.
Nada temos a acrescentar ou a tirar ao que publicamos.
Não distinguimos o terrorismo do banditismo. Não há causa que
justifique assaltos, assassínios e seqüestros, muitos deles praticados
com requintes de crueldade.
Quanto aos terroristas, não podemos deixar de caracterizá-los como
marginais. O pior tipo de marginais: os que se marginalizam por vontade
própria. Os que procuram disfarçar sua marginalidade sob o rotulo de
idealismo político. Os que não hesitaram, pelo exemplo e pelo
aliciamento, em lançar na perdição muitos jovens, iludidos, estes sim,
na sua ingenuidade ou no seu idealismo.
Desmoralizadas e desarticuladas, as organizações subversivas encontram-se nos estertores da agonia.
Da opinião pública, o terror só recebe repudio. É tão visceralmente
contrario às nossas tradições, à nossa formação e à nossa índole, que
suas ações são energicamente repelidas pelos brasileiros e por todos
quantos vivem neste país.
As ameaças e os ataques do terrorismo não alterarão a nossa linha de conduta.
Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não compreender que no Brasil não há lugar para ele. Nunca houve.
E de maneira especial não há hoje, quando um governo sério,
responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o
Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social —
realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo
reconhece e proclama.
O Brasil de nossos dias é um país que deseja e precisa permanecer em
paz, para que possa continuar a progredir. Um país onde o ódio não
viceja, nem há condições para que a violência crie raízes.
Um país, enfim, de onde a subversão – que se alimenta do ódio e
cultiva a violência – está sendo definitivamente erradicada, com o
decidido apoio do povo e da Imprensa, que reflete os sentimentos deste.
Essa mesma Imprensa que os remanescentes do terror querem golpear.
Porque, na verdade, procurando atingir-nos, a subversão visa atingir
não apenas este jornal, mas toda a Imprensa deste país, que a desmascara
e denuncia seus crimes.
PS do Viomundo: O que a Folha não disse é que os
“terroristas” protestavam contra o fato do jornal emprestar seus carros
de entrega para as tocaias da ditadura.
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