Polícia Militar na Favela do Paraisópolis. Foto: Apu Gomes / Folhapress |
Brasil de Fato
Da mesma forma que foi feito no Complexo do Alemão, no Rio de
Janeiro, em 2010, a medida de intervenção é feita em parceria com as
Forças Armadas, Força Nacional de Segurança Pública, PM e tropas de
elite
Nesta
semana, cerca de 600 policiais militares invadiram as favelas de
Paraisópolis (zona sul), Funerária (zona norte) e São Remo (zona oeste).
O objetivo da ação, segundo a polícia, é prender assassinos de
policiais, apreender drogas e conter a onda de violência nas periferias
de São Paulo.
Diante desse cenário, o governo federal se propôs a
auxiliar o estado no “combate ao crime” na favela do Paraisópolis. O
modelo de intervenção proposto pela secretária Nacional de Segurança
Pública, Regina Miki, é o mesmo utilizado nos morros cariocas: as UPP´s
(Unidades de Polícia Pacificadora). Da mesma forma que foi feito no
Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, em 2010, a medida de intervenção é
feita em parceria com as Forças Armadas, Força Nacional de Segurança
Pública, PM e tropas de elite.
O objetivo seria conter a onda de
violência e garantir um trabalho integrado de inteligência no combate ao
tráfico e às organizações criminosas. Já o secretário de Segurança
Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, disse que a medida do
governo federal é risível e sem sentido.
Para a pesquisadora do
Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, Camila Nunes, essa medida
não é a solução correta, pois ela não se apresenta como alternativa às
políticas de segurança paulista.
“Não ha uma política pública
digna desse nome para a área da segurança. Então, resta apenas a
necessidade de apagar 'incêndios' em situações críticas como essa.
Passando o contexto dessa crise, tudo volta a ser como antes, sem
qualquer preocupação do governo (federal ou estadual) de pensar em
estratégias que visem alcançar resultados no médio e longo prazo”,
afirma.
Camila Nunes reforça ainda que não adianta apenas prender
assassinos de policiais sem investigar quem são os autores das chacinas
que vitimam moradores das periferias paulistas.
“O que quero dizer
é que o governo precisa dar uma resposta à sociedade sobre a suspeita
de envolvimento de PMs nas execuções de civis que têm ocorrido em São
Paulo. Precisa mostrar o que está sendo feito para apurar isso”,
ressalta.
No mês de outubro, a capital paulista registrou 153
homicídios – contando os nove da última quarta-feira (31) – segundo
dados do Sistema de Informações Criminais (Infocrim). Um crescimento de
86% em relação ao mesmo mês do ano passado, que teve 78 ocorrências. Só
neste ano, 88 policiais foram mortos no estado de São Paulo.
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