A política brasileira foi judicializada. Homens que estudaram Direito, nomeados por autoridades eleitas pelo povo, transformaram a PGR, os MPs e os tribunais em partidos políticos não oficiais
O pasquim de péssima qualidade editorial conhecido como Veja, a revista porcaria, sempre se supera quando se trata de cometer delinquências. Veja
é uma cafua infestada por chumbetas e que conta atualmente com a
leniência e o compadrio da Procuradoria Geral da República, na pessoa do
procurador Roberto Gurgel, aquela autoridade que sentou nos autos de
processos das operações Vegas e Monte Carlo, atitude cujo propósito era
blindar o senador cassado, Demóstenes Torres (DEM/GO), bem como proteger
o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, que reconheceu, de viva
voz, que o bicheiro preso, Carlinhos Cachoeira, “tinha alguma
influência” em seu governo.
Contudo, tal procurador, tão zeloso com os interesses da
Pátria Mãe Gentil e que a meu ver deveria ser chamado às falas pelo
Senado, não teve a mesma conduta com o governador petista do Distrito
Federal, Agnelo Queiroz. De forma alguma, pelo contrário, recrudesceu as
acusações, todas, porém, no decorrer do processo, rechaçadas. Até hoje
os chumbetas de Veja associados ao pauteiro chefe do pasquim da Abril,
Carlinhos Cachoeira, não deram satisfações à CPMI do
Cachoeira-Veja-Época (Globo), bem como estão neste momento a “bolar” as
próximas delinquências, como se eles fossem, realmente, inimputáveis. E o
procurador Gurgel de braços cruzados quando se trata de investigar os
inimigos dos governos trabalhistas de Lula e Dilma.
A política brasileira foi judicializada. Homens que
estudaram Direito, nomeados por autoridades eleitas pelo povo,
transformaram a PGR, os MPs e os tribunais, como o STF, em partidos
políticos não oficiais, mas com força e influência suficiente para
combater governantes e políticos progressistas, que, por intermédio de
seus programas, resolveram distribuir renda e riqueza e dessa forma
realizarem profundas modificações na sociedade brasileira, além de
elevararem o Brasil a um patamar de poder econômico e de influência
política jamais visto pelos nativos de todas as classes sociais desta
terra de palmeiras em termos mundiais.
É o Poder Judiciário mancomunado com o sistema midiático
privado, conservador e historicamente golpista que não aceitam, de forma
alguma, as consecutivas eleições e reeleições dos trabalhistas, única
corrente política brasileira, a partir de 1930, que realmente pensou e
efetivamente construiu um Brasil para todos, mais justo e democrático
não somente para uma elite perversa, separatista, reacionária e
violentíssima, que quer um País VIP, com universidades, aeroportos,
shoppings, restaurantes, bairros e principalmente o acesso ao consumo
para poucos, e com isso dar continuidade a uma tradição escravocrata, em
que o povo, por intermédio dos trabalhadores, somente é tolerado pelas
classes abastadas e por isso dominantes para servir, de preferência
vestido com uniforme, para logo, após o expediente, voltar o mais rápido
possível para casa, na periferia ou nos morros das cidades, sem
incomodar ou reivindicar qualquer coisa.
Não adianta o Brasil ter melhorado nos últimos dez anos as
condições de vida da população, principalmente a mais pobre, a carente,
composta por cerca de 40 milhões de pessoas que estavam abaixo da linha
de pobreza. Não importa se todo mundo ganhou, inclusive os grandes
empresários, por meio da explosão da economia brasileira com o
fortalecimento do mercado interno e o pagamento da dívida com o FMI.
Nada importa para os representantes de uma “elite” encastelada no
Judiciário e nos meios de comunicação de negócios privados,
ideologicamente de direita e que não aceitam, de forma bárbara, os
resultados das urnas e por isso boicotam, golpeiam e tentam, como em
2005, derrubar políticos eleitos e para isso demonizam líderes oriundos
do ventre do povo e da envergadura política do ex-presidente Lula.
Os ataques ao político trabalhista são diuturnamente
esquematizados nas redações da imprensa comercial e privada (privada nos
dois sentidos, tá?) e em alguns gabinetes onde trabalham em prol da
burguesia, principalmente a paulista separatista, homens e mulheres que
usam togas e capas pretas, a cor do luto, que, ousadamente, partidarizam
o que é público em afronta ao trabalhador contribuinte que paga os seus
salários para defender o estado, a sociedade e não para fazer política
de baixo nível contra aqueles que foram eleitos pela vontade soberana
do povo brasileiro.
Essa gente do Judiciário e da imprensa corporativa que
vive da publicidade oficial não dá um golpe de estado na Dilma Roussef e
não prende o cidadão que mudou o Brasil para melhor, Luiz Inácio Lula
da Silva, porque não tem voto, pois que os trabalhistas têm milhões de
votos e podem muito bem, se acuados, mobilizarem o conjunto da sociedade
civil organizada, a exemplo da CUT, de outras federações e
confederações de trabalhadores, do PT, dos partidos de esquerda, dos Sem
Terra, das instituições estudantis, de associações e organizações de
profissionais autônomos, das donas de casa, enfim, do povo, chamá-los
para ocuparem as ruas e as praças e, por conseguinte, darem fim às
tentativas de golpes, já concretizados no Paraguai e em Honduras, quando
derrubaram presidentes eleitos (Manuel Zelaya e Fernando Lugo) do campo
trabalhista e de esquerda, por intermédio da judicialização e da
criminalização da política, ou seja, juízes e promotores de direita (sem
votos e nomeados), conservadores, herdeiros ideológicos das elites
golpistas que escravizaram os índios e os negros, querem tomar o poder
por meio de uma canetada, a rasgarem constituições e a darem caneladas
no jogo democrático e no estado democrático de direito. Quem brinca com
fogo pelo fogo é queimado.
As classes economicamente hegemônicas brasileiras são das
mais perversas do mundo, porque além de provincianas são colonizadas.
Todo desprezo a elas é pouco. AVeja, segundo o senador Fernando Collor (PTB-AL), é um pardieiro de “chumbetas”. E a PGR não
passa de uma “cafua”. Collor, todos sabemos, não é santo, mas também
não é o diabo que pintaram durante quase 20 anos. Afinal, quem ajudou, e
muito, a eleger o Collor em 1989 foi, indefectivelmente, a oligarquia
brasileira, com seu poder econômico, além de parte numerosa das
diferentes classes médias que renega aquele em quem votou há 23 anos e
até hoje pensa como os ricos, repercute a mesma ideologia e princípios e
odeia ver pobres nos aeroportos, nos restaurantes, nos shoppings e nas
universidades públicas. É o pessoal que deseja para sempre um mundo VIP
para eles e somente deles, lógico.
O PT saiu das eleições às prefeituras como o maior partido
político do Brasil, bem como é a agremiação partidária que vai
administrar o maior orçamento, além de ter a maior bancada no Senado e
na Câmara dos Deputados, ter a presidenta da República, ter o maior
líder político da América Latina, ter a caneta que nomeia procuradores e
juízes do STF e do STJ e ter, o que é o mais importante e
significativo, a maioria dos votos e da confiança do povo brasileiro.
Ponto. Contudo, a questão fundamental, a pergunta que não quer calar é a
seguinte: por que esse poderoso partido, o único orgânico, não vai à
luta com mais determinação e destemor e assim colocar os que não têm
voto em seu devido lugar?
Respondo: o PT, apesar de suas diferentes frentes
ideológicas e grupos políticos, é um partido do diálogo, constitucional e
institucional, legalista e, fundamentalmente, republicano. Por estar no
poder há dez anos e sabedor de sua força eleitoral, o Partido dos
Trabalhadores fundamenta suas ações em seu caráter programático, em seus
programas, projetos e planos de governo, porque por ser um partido
orgânico, ou seja, inserido em todas as camadas sociais, inclusive em
setores da chamada classe A, indubitavelmente se tornou e é um partido
pragmático, que efetiva seus programa sociais e realiza obras, angaria
simpatias das classes sociais populares e, por conseguinte, evita rasgar
a Constituição, encerrar o jogo democrático e levar à cabo confrontos
que podem levar o País a uma crise institucional.
E é exatamente o que a direita política, partidária (PSDB,
DEM e PPS) e institucionalizada (STF e PGR) querem, porque, como
afirmei anteriormente, os conservadores não têm votos o suficiente para
conquistarem a Presidência da República. Eles sabem disso. Como
compreendem também que quando estiveram no poder não fizeram nada para
melhorar as condições de vida do povo. E se conquistarem o poder
novamente, continuarão a não fazer nada, porque seu único programa de
governo e para a sociedade é manter o cabresto, que também pode ser
chamado de status quo — a essência de todo establishment. Para
terem adeptos para seus propósitos elitistas, essa direita draconiana
conta com seus porta-vozes — a máquina midiática dos barões da imprensa e
seus empregados que também são chamados de jornalistas, comentaristas,
especialistas, editorialistas e colunistas.
É assim que a banda toca. Quem não acredita no que eu
afirmo paciência. Fazer o quê? Entretanto, se tem uma coisa que eu
conheço é a imprensa burguesa. Suas células e o sangue que corre em suas
veias são a essência e a plenitude da desfaçatez e do conservadorismo
de essência separatista e de exclusividade. Os barões da imprensa e seus
áulicos são os porta-vozes do atraso e do retrocesso. Eles são os
defensores dos que querem um País para o deleite de poucos, porque
sempre foram beneficiados pela exclusividade de seu mundo pequeno,
tacanho, provinciano e VIP. Desejam e por isso lutam por um estado
patrimonialista e que atenda suas necessidades. Os barões da imprensa e
da máquina midiática privada de concessão pública são os carteiros do
golpismo e o Judiciário o remetente. Se eu fosse o Lula e percebesse que
a direita vai dar um golpe por causa das eleições de 2014, iria às
praças e conclamaria para o povo sair às ruas. O trabalhista sabe o
caminho, pois andou nele em 2005.
PS: Collor denunciou, no plenário do Senado, que a Procuradoria do Roberto Gurgel vazou informações em segredo de justiça à Veja,
revista que elabora o mais autêntico, verdadeiro e pernicioso
jornalismo de esgoto. Tais informações são relativas às operações Vegas e
Monte Carlo. A Veja, a revista porcaria, é uma cafua repleta de chumbetas. E a PGR? É isso aí.
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