O
professor deve perceber que neste novo paradigma educacional, ele não
é neutro no processo de aprendizagem, devendo ter em mente que
sua intervenção é imprescindível na ZDP (Zona de Desenvolvimento
Proximal) e estar seguro de seu prazer de aprender e de ensinar para
que possa proporcionar o mesmo para seus alunos.
Pois o processo de
aprendizagem deve ser iniciado através de uma situação de
comunicação entre ele e suas crianças (alunos), para que
possa conhecê-las melhor e levantar dados sobre cada uma delas, suas
preferências, suas aparentes habilidades que já podem ser
estimuladas através de jogos e atividades específica
Vygotsky atribui uma grande importância
ao domínio da linguagem escrita para a criança, enfatizando a
necessidade de pesquisas no sentido de conhecer o processo da
escrita, ou seja, o caminho que a criança percorre para aprender a
ler e escrever, antes que ela entre na escola.
Esses conhecimentos
podem contribuir muito para os alfabetizadores no sentido de
compreender o porquê de algumas crianças adquirirem o processo da
leitura e escrita muito antes das outras, fazendo necessário atuar
dentro da Zona de Desenvolvimento Proximal .
Nesse sentido, faz-se necessário
criar zonas de desenvolvimento proximal e nelas intervir, ou seja,
devido à peculiar natureza social e cultural em que as crianças
estão inseridas e a forma como os saberes são processados, há
necessidade de uma mediação externa que guie as crianças na
direção prevista nas intenções educativas.
Para tanto, os professores criarão
desafios, abordagens para além desse nível e a utilização de
diversos meios e instrumentos de apoio e suporte como o computador,
que pode intermediar o ensino associado à noção de ZDP.
Isso é enfatizado por Vygotsky,
quando ele fala que a ZDP pode proporcionar novas maneiras da criança
“menos competente”, enfrentar desafios e atividades, graças à
ajuda oferecida pelo seu professor ou por pessoas mais experientes
(seus colegas) ao longo da interação.
Nessa perspectiva, o
psicólogo bielo-russo, coloca que a ZDP é um espaço sempre em
processo de mudança com a própria interação, que pressupõe um
relacionamento constante e contínuo entre o que os alunos sabem
previamente e aquilo que têm de aprender.
Em
síntese, o nível de desenvolvimento real é o nível de
desenvolvimento das funções mentais da criança que se
estabelecem como resultado de certos estágios de desenvolvimento já
concluídos. Determinam funções que já amadureceram, produtos
finais de desenvolvimento.
Já a Zona de Desenvolvimento Proximal é
a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma
determinar por intermédio da solução independente de problemas, e
o nível de desenvolvimento potencial, determinado por meio da
solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em
colaboração com companheiros mais capazes. Determina funções que
ainda não amadureceram, mas que estão em processo de maturação,
funções que amadurecerão, mas que estão presentemente em estado
embrionário.
Vygotsky
salienta que o aprendizado da criança se inicia antes mesmo dela
freqüentar a escola, embora o aprendizado escolar introduza novos
elementos no seu desenvolvimento.
Para isso, traça uma distinção
entre aprendizado espontâneo e aprendizado científico.
Para o
autor, o ser humano não se encontra limitado à sua própria
experiência pessoal, ou às suas próprias reflexões, mas
expande-se e aprofunda-se, em especial, graças à apropriação da
experiência social que é veiculada pela linguagem.
A criança
amadurece sob orientação de adultos ou crianças mais
experientes, apropriando-se da cultura elaborada pela
humanidade.
Vygotsky, em sua visão
sócio-interacionista, propõe a necessidade da mediação, a
experiência coletiva, para que possa existir experiência
individual. Nesse contexto, o processo de aprendizagem é algo
altamente dinâmico e sem papéis preestabelecidos. Nesse sentido,
Oliveira escreve:
...Deixada sozinha com a língua
escrita, a criança não tem material suficiente para construir um
concepção que dê conta de toda a estruturação do sistema. A
mediação de outros indivíduos é essencial para provocar avanços
no domínio desse sistema culturalmente desenvolvido e
compartilhado (OLIVEIRA,
1993, p. 65).
Fazendo um breve resumo entre
autores como Piaget , o professor formula altos desafios para a
construção do conhecimento; com Vygotsky , o professor passa
a ser o mediador.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky
– Aprendizado e Desenvolvimento: um processo
sócio-histórico. São Paulo: Spcione, 1993
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