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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

🌍 O Fim da Hegemonia Americana? Um Olhar Sertanejo sobre a Geopolítica Global

Por Olhos do Sertão

Vivemos um tempo em que as placas tectônicas da geopolítica mundial estão em movimento. E, como bem lembram o cientista político argentino Ezequiel Bistoletti e o pesquisador Pascal Lottaz, os ventos que antes sopravam unicamente de Washington agora enfrentam resistência.

Em uma conversa densa, mas reveladora, eles afirmam com todas as letras: a hegemonia dos Estados Unidos está ruindo  e o Sul Global começa a traçar seu próprio caminho.

De Berlim a Buenos Aires, do canal Demoliendo Mitos de la Política ao YouTube, a análise deles percorre o mundo com precisão cirúrgica: Argentina, México, Brasil, Rússia, China... Cada país com sua trajetória, cada nação buscando respirar fora do velho guarda-chuva norte-americano.

E aqui do sertão, o que essa conversa nos diz?

Diz que a força sem estratégia está com os dias contados. Os EUA, acostumados a impor vontades pelo poderio militar e econômico, agora enfrentam potências como Rússia e China, que agem com paciência, estratégia e diplomacia. O que antes era uma estrada de mão única, agora virou um cruzamento perigoso e promissor  para quem ousa mudar o rumo.

O Brasil, especialmente após se posicionar nos BRICS e encarar os desmandos de Washington, aparece como peça-chave nesse novo tabuleiro. Um país continental, com riquezas e diversidade, que começa a compreender que não precisa se curvar, que pode negociar de igual para igual — se tiver coragem, clareza e projeto de nação.

O mais impressionante é que, em meio a essa reconfiguração global, a desdolarização emerge como símbolo dessa transição. Vários países estão deixando de usar o dólar em suas transações internacionais. É como se o mundo dissesse:

“Podemos fazer diferente. Podemos fazer por nós mesmos.”

Reflexões dos Olhos do Sertão

Este cenário global nos convida a refletir:

Que lugar o povo do campo, o agricultor familiar, o jovem do interior ocupa nesse novo mundo?

Que papel a educação, a soberania alimentar, a cultura popular podem ter nesse processo?

A resposta talvez esteja em algo que o sertanejo conhece bem: resiliência com sabedoria.
Saber esperar o tempo da colheita. Resistir às estiagens. Plantar mesmo quando o céu parece fechado.

Porque o mundo está mudando  e o sertão também está acordando para seu papel nesse novo tempo.

O futuro não virá pronto de Washington nem de Pequim.

Mas pode brotar do chão onde pisamos, se formos capazes de pensar com os pés na terra e os olhos abertos para o mundo.

Resumo da conversa entre Bistoletti e Lottaz

A seguir, destaco os principais pontos discutidos no vídeo compartilhado, onde os pesquisadores analisam a transformação da ordem mundial e o surgimento de uma nova multipolaridade, liderada em parte pelo Sul Global e pelos BRICS:

Fim da Hegemonia Americana

Bistoletti argumenta que os EUA perderam sua capacidade de liderança global racional e estratégica.

O império norte-americano já não oferece uma narrativa ou projeto convincente para o mundo.

A política externa dos EUA hoje é baseada mais na força bruta do que em diplomacia ou planejamento.

Emergência do Sul Global

América Latina, África e Ásia estão reorganizando suas prioridades geopolíticas.

Países como Brasil, México, Argentina e Índia buscam alternativas que não dependam dos EUA ou da Europa Ocidental.

O Sul Global deixa de ser apenas “campo de batalha” e se torna agente ativo da nova ordem global.

Desdolarização

Um dos temas centrais da conversa é o processo de desdolarização.

Diversos países dos BRICS estão substituindo o dólar em transações internacionais.

Essa mudança enfraquece o poder dos EUA de impor sanções.

China e Rússia lideram o movimento, com o Brasil sinalizando apoio.

O Brasil no Tabuleiro Geopolítico

Sob a liderança de Lula, o Brasil busca retomar uma política externa soberana.

Sofre pressões dos EUA, especialmente dos setores alinhados à linha dura trumpista.

Tenta manter relações com o Ocidente, sem abrir mão de fortalecer sua posição nos BRICS.

EUA sem estratégia, Rússia e China com visão

Enquanto os EUA apostam em sanções, guerra e contenção, Rússia e China atuam com pragmatismo e visão estratégica.

A China amplia sua influência por meio da diplomacia econômica, investimentos e acordos comerciais, como a Nova Rota da Seda.

Conclusão

Os ventos da geopolítica estão mudando. E quem observa com atenção — até mesmo aqui, dos Olhos do Sertão - pode perceber que um novo mundo está nascendo.
Um mundo onde o centro do poder já não dita sozinho as regras.

Cabe a nós decidir: vamos ser espectadores ou protagonistas?

Talvez o futuro esteja menos em Washington ou Pequim, e mais no chão que cultivamos, no saber que preservamos e na coragem de reinventar nossos próprios caminhos.

 


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