Translate / Tradutor

sábado, 23 de novembro de 2013

Para Rede Globo, Estadão, Veja e Folha o ministro da Justiça e o PT é que são culpados pela roubalheira no estado de São Paulo.

Como Estadão e Globo abriram caminho para Aécio Neves

publicado em 23 de novembro no Viomundo
por Luiz Carlos Azenha
Quando aloprados petistas supostamente tentaram comprar um dossiê contra José Serra, na campanha eleitoral de 2006, e foram pegos em flagrante com dinheiro vivo, a notícia dominou as semanas finais da campanha.
 
O fato culminou com o vazamento das fotos do dinheiro apreendido para a mídia na antevéspera do primeiro turno, a tempo de estrelar o Jornal Nacional e as capas de jornais.
A mídia não se debruçou sobre os bastidores do acontecimento. Não se apurou se, como sustenta o repórter Amaury Ribeiro Jr., os petistas caíram numa cilada da inteligência da campanha tucana; nem apurou como se deu o vazamento das fotos, da qual a mídia foi co-partícipe.
Não fosse por um certo blog chamado Viomundo, hospedado então na Globo.com, provavelmente a gravação da conversa entre o delegado da Polícia Federal que vazou as fotos e jornalistas jamais teria sido noticiada. Depois que o fizemos, a Globo se sentiu na obrigação de revelar que tinha tido acesso à conversa gravada — e publicou uma transcrição no portal G1. Mas não saiu no Jornal Nacional. Nunca.
Podemos dizer que o mesmo aconteceu quando foi revelada a relação íntima entre o bicheiro — desculpem, empresário do ramo farmacêutico — Carlinhos Cachoeira e a revista Veja. Noticiou-se a prisão do bicheiro e o envolvimento dele com o senador Demóstenes Torres, mas a mídia não ocupou suas manchetes com a relação incestuosa entre fonte e publicação.
Agora, repentinamente, o critério mudou. A mídia se interessa pelos bastidores da investigação do propinoduto que atingiu em cheio o tucanato paulista. Logo isso vai se tornar ainda mais importante que o desvio de centenas de milhões de reais. É só esperar para ver.
As indicações preliminares são de que as investigações do Cade e da Polícia Federal acertaram em cheio o esquema de financiamento de campanha de um certo partido.
A mídia corporativa tem noticiado o escândalo envolvendo Siemens e Alstom, mas com cuidado para não sugerir que chegamos ao caixa das campanhas tucanas em São Paulo.
Aécio Neves, conforme a manchete acima, vem em socorro dos paulistas. Ganha pontos com Geraldo Alckmin e José Serra. E dá o tom para a cobertura midiática, que começou com o Estadão, passou pela Globo e, como se vê acima, chegou à Folha.
A ideia é dizer que o presidente do Cade, que foi assessor do então deputado estadual Simão Pedro, de alguma forma forçou a barra para investigar o propinoduto tucano. Dizer que as instituições federais estão sendo usadas politicamente pelo PT para prejudicar adversários.
A ideia é lançar uma espessa cortina de fumaça, sob a qual José Serra, Geraldo Alckmin e os tucanos paulistas possam bater em retirada. A ideia é simular uma conspiração petista, como se não tivesse havido cartel, nem envolvimento do alto tucanato, nem corrupção, nem desvio de dinheiro público, nem superfaturamento.
Quando eu vi a reportagem abaixo, no Jornal Hoje, da Globo, tive certeza de que a menção ao petista Simão Pedro, bem no miolo, não era de graça!
Leia aqui os detalhes sobre a tentativa de Globo e Estadão de enrolar o PT na denúncia.

Nenhum comentário: