27/11/2013 13:33
Por Redação - do Rio de Janeiro
Por Redação - do Rio de Janeiro
A versão de que os recursos do Fundo Visanet eram de uma empresa
privada – e não de uma empresa pública, como foi apontado no relatório
do ministro Joaquim Barbosa sobre a Ação Penal (AP) 470, do Supremo
Tribunal Federal (STF) – ganharam um reforço de peso, nesta
quarta-feira, no vazamento do relatório do Banco do Brasil (BB) ao blog O Cafezinho, do jornalista Miguel do Rosário.
Segundo a assessoria de imprensa do BB, provocada por um pedido de vista do Correio do Brasil
aos balanços nos quais deveriam aparecer os prejuízos causados pela
suposta operação fraudulenta que teria incriminado o ex-diretor de
Marketing da instituição bancária Henrique Pizzolato, “todas as informações relativas ao caso já foram encaminhadas ao STF”.
Nos autos do STF sobre a AP 470, então, três auditorias internas do
Banco do Brasil atestam a regularidade dos repasses do Fundo Visanet à
DNA Propaganda. O Laudo 2828 e o regulamento do Fundo Visanet, além de
outros documentos do BB que comprovam a isenção de Henrique Pizzolato
também reforçam a tese de que os fundos usados para abastecer o esquema
do ‘mensalão’ eram de uma empresa privada.
O Dossiê Pizzolato, como ficou conhecido o conjunto de
documentos que o réu na AP 470 transportou para a Itália, onde se
encontra, reúne, entre outras, uma das auditorias do BB sobre o Visanet,
a qual atesta que os recursos constantes do Fundo eram de propriedade
da Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (CBMP) e seriam utilizados
“exclusivamente para ações de incentivo aprovadas pela Visanet, não
pertencendo os mesmos ao BB Banco de Investimentos e nem ao Banco do
Brasil”.
Miguel do Rosário publica, ainda “dois pareceres, também do BB,
atestando que os recursos do Fundo Visanet não são públicos; pertenciam
exclusivamente à multinacional Visanet, embora ao BB, assim como outros
bancos participantes do convênio, cabia apontar as propostas de
publicidade e a agência que seria responsável pelas campanhas. Detalhe:
os recursos do Fundo Visanet ficavam armazenados no Bradesco. Segundo o
regulamento do Fundo, ao BB cabia nomear um gestor para aprovar
campanhas e pagamentos, e este gestor do BB, na época em que tudo
aconteceu, jamais foi Henrique Pizzolato”.
Cai por terra, assim, a acusação de que os R$ 73,85 milhões do Fundo
Visanet foram desviados. “Foram usados em campanhas publicitárias. A
(Rede) Globo recebeu R$ 5,5 milhões desse dinheiro”, afirma O Cafezinho. E continua:
“Todas as auditorias e o regulamento do Fundo Visanet mostram que os
recursos eram privados. Eles eram disponibilizados pela Visanet, uma
multinacional que fatura centenas de bilhões de dólares no mundo, a um
conjunto de bancos brasileiros, para que estes fizessem a publicidade
dos cartões de débito e crédito com a bandeira Visa”.
Ainda segundo Rosário, “é preciso entender que o BB não é casa da mãe Joana.
Nenhum servidor tem o poder de ‘repassar’ R$ 74 milhões do BB para
nenhuma empresa. No caso do Visanet, o BB havia nomeado um gestor para
cuidar dos assuntos relativos ao Fundo Visanet. Era Leo Baptista”.
Os documentos apresentados também desmentem “que o Bônus de Volume
(BV) teria sido apropriado indevidamente pela DNA, e pertenceria ao BB.
Mentira. É muita hipocrisia da Globo, pois ela inventou o BV no
Brasil, ou pelo menos é a empresa que mais o utiliza. Além disso, é uma
contradição. Se a DNA recebeu R$ 2,9 milhões de BV é porque veiculou
uma quantidade enorme de anúncios nos meios de comunicação, e portanto, o
serviço foi realizado. O BV referente a campanha da publicidade do
BB-Visanet entra numa relação privada entre veículos de mídia e a DNA. O
BB jamais recebeu BV por nada. Perguntem a Secom (da Presidência da
República) se ela cobra devolução de algum BV para os cofres públicos”.
“O Banco do Brasil quer saber se dinheiro foi desviado e quer o
‘reembolso’. A acusação, enviada pelo Procurador Geral da República e
pelo relator Joaquim Barbosa, dizia que o ‘mensalão’ foi sustentado pelo
dinheiro do Banco do Brasil junto ao Fundo Visanet, os R$ 74 milhões.
No entanto duas pericias realizadas antes do julgamento mostraram que
não houve desvios de dinheiro no Banco do Brasil”, afirma Rosário.
Ainda segundo O Cafezinho, outra pericia mostrou “que o Fundo Visanet é um fundo privado, na qual uma multinacional o controla”
“O fundo visanet hoje se tornou o CIELO. De acordo com Barbosa, o
dinheiro público teria sido desviado do Fundo Visanet que é uma empresa
privada. No entanto, o inquérito 2474, encaminhado ao STF, que correu
sob segredo de justiça até tempo atrás mostra que o dinheiro do Fundo
Visanet foi em grande parte para as Organizações Globo através da DNA
propaganda de Marcos Valério e Barbosa não colocou em juízo a Rede Globo também no caso”, afirmou.
Leia aqui a íntegra do documento.
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