Aécio cobra explicações de ministro da Justiça sobre caso Siemens
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
DO RIO
O Ministério da Justiça apresentou uma nova versão sobre a origem da denúncia do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, que acusa autoridades e ex-autoridades do governo de São Paulo de receber propinas.
Segundo a nova versão, o documento foi entregue ao gabinete do ministro por Simão Pedro, deputado licenciado do PT e secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo.
"O ministro precisa esclarecer de forma clara qual foi sua participação nesse processo. Isso é extremamente grave. Estamos assistindo no Brasil o uso de instituições do Estado para fins políticos", disse Aécio, ao chegar ao Congresso do PPS do Rio.
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), irá solicitar uma audiência pública para que Cardozo, explique o envio de denúncias contra tucanos à Polícia Federal. Sampaio pretende requerer a presença de Cardozo em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle.
A nova versão visa preservar o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), segundo a Folha apurou. O órgão responsável pela defesa da concorrência, que investiga o cartel no mercado de trens denunciado pela Siemens, é acusado por tucanos de agir de acordo com interesses políticos do PT.
Se o documento com acusações aos tucanos tivesse partido do Cade, as desconfianças só cresceriam. Empresas acusadas de cartel pela Siemens poderiam acusar o órgão de operar para o PT e tentar anular o acordo que a multinacional alemã assinou.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Aécio defendeu a apuração do caso. Mas fez questão de lembrar que o ex-diretor da Siemens negou ser o autor das denúncias contra tucanos. "O pseudodenunciante diz hoje nos jornais que não é bem assim. Quaisquer denúncias devem ser apuradas com rigor. Mas não pode haver precipitações, pré-julgamentos e uso de estruturas do Estado para um projeto político", disse o senador. MENSALÃO
O tucano voltou a defender as prisões dos condenados pelo julgamento do mensalão. E criticou a afirmação de petistas que se consideram "presos políticos". "É quase um acinte dar conotação política a essas prisões. Foi um julgamento feito por ministros, em sua maioria, indicados pelo PT. Não comemoro, penso no sofrimento de suas famílias", disse.
Ele defendeu ainda o julgamento do mensalão tucano no STF (Supremo Tribunal Federal). Mas apresentou argumento semelhante ao dos petistas sobre o caso do governo Lula. "Tem que haver o julgamento. Até porque nele vamos ver que as coisas são muito diferentes. Quem cometeu ilícito deve ser responsabilizado. Mas vamos ver que se tratou de financiamento de campanha eleitoral. E mensalão é um equívoco, porque pressupõe pagamento mensal a parlamentares para apoiarem o governo", disse Aécio.
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