IBOPE: 2 + 2 = 3; e Serra dispara na rejeição
publicada terça-feira, 19/11/2013 às 14:08 e atualizada terça-feira, 19/11/2013 às 14:08
por Rodrigo Vianna
O primeiro dado a se ressaltar na pesquisa IBOPE (que o JN escondeu e
o “Estadão” publicou de forma discreta) é esse que está no título: em
política, não faz sentido a soma aritmética. Juntos, Marina e Eduardo
valem menos do que valiam quando estavam separados. A união
significou um passo atrás para os dois. 2+2=3.
Na simulações em que é a candidata pelo PSB, Marina despenca de 21%
para 16%. Isso em um mês. Queda de cinco pontos, pra quem tinha 21%,
significa que Marina perdeu um em cada cinco eleitores. Qual a leitura?
Parte dos apoiadores de Marina ficou decepcionada com a atitude
personalista de decidir tudo sem consultar as bases, apenas de acordo
com os interesses eleitorais dela. Desmanchou-se (em parte) a lenda da
Marina “diferente dos outros políticos”. O que tem um lado positivo:
Marina deixa de falar com aquele tom messiânico agora incorporado por
Joaquim Barbosa.
O curioso é que Eduardo também caiu – de 10% em outubro, para 7% em
novembro. O apoio de Marina não significou nada pra ele. Mas no caso de
Eduardo a queda pode ter outra explicação: internautas do Nordeste dizem
que cresce na região, no boca-a-boca, a imagem de um Eduardo “ingrato”,
que “traiu” a confiança de Lula. E traiu em nome do que? Ninguém
entendeu bem até agora. Mas, humildemente, eu diria que Eduardo ainda
tem chance de construir uma candidatura forte, que lhe dê algo perto de
15% dos votos e o transforme num nome nacional para 2018.
De resto, é impressionante o campeonato de rejeição entre os
oposicionistas: Serra bateu em 49%! Nem o calor em Bangu chegará nesse
patamar no verão. Cresce também a rejeição de Marina, Eduardo e Aécio.
Incrível: Dilma, sob fogo cerrado da mídia velhaca, é a menos rejeitada.
Humoristas mirins, colunistas rotweiller e roqueiros aposentados vão
cortar os pulsos nas próximas horas.
José Roberto Toledo (excelente analista do “Estadão”, que não briga
com os fatos, nem faz coro com os velhacos) destacou um fato importante:
a oposição não consegue vocalizar o desejo de mudança que aparece na
pesquisa. O subtexto nos títulos do “Estadão” é de que alguém ainda
aparecerá para recolher esses votos mudancistas. Daí o Barbosismo, com
sua operação 15 de novembro. Ali Kamel (antes de se dedicar a processar
blogueiros) já havia nos ensinado: o importante é “testar hipóteses”.
Agora, teste-se o barbosismo – essa espécie de subjanismo de ocasião.
Mas atenção: uma leitura mais atenta do IBOPE revela, também nesse
quesito, números trágicos para a oposição. Vamos lá… 24% querem mudar
“totalmente” governo do país, 38% acham que é preciso mudar “muita
coisa”, 23% querem “pouca mudança”, e 12% “nenhuma mudança”.
Para Toledo, é sinal de que 62% (dois terços dos eleitores) apostam
em mudança e poderiam ir para oposição. Mas quem diz que o povão não
enxerga em Dilma a capacidade e a vontade de mudar “muita coisa”?
Lembrem que Dilma teve a coragem de ir pra TV após as jornadas de junho,
e propôs mudanças drásticas (inclusive no sistema político). Está claro
para o povão que PMDB e seus aliados na mídia velhaca barraram as
mudanças.
Se Dilma ajustar o discurso, e fizer uma pequena inflexão para a
esquerda, pode sim conquistar parte desses 38% que pedem “muita”
mudança. Dilma já tem os 35%/40% que estão felizes com a situação. A
oposição, a rigor, hoje dispõem apenas dos 24% que gostariam de virar o
país do avesso.
A pesquisa, por isso, é trágica para a oposição. E indica que gestos
ainda mais desesperados virão, daqui para a frente: o denuncismo, a
velhacaria e o cinismo vão ocupar manchetes e comentários. O barbosismo
pode ser a única aposta de uma oposição desesperada daqui pra frente.
Isso não é bom para uma Demcracia em que empresas de comunicação
endividadas (e com dívidas no fisco) acham que podem pautar o país.
A Operação Barbosa, no 15 denovembro, indica-nos que dias tumultuados virão pela frente. Imagine na Copa!
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