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sábado, 28 de agosto de 2010

Rodrigo Vianna, como a RBS virou um partido no Sul


Os gaúchos gostam de dizer que o Rio Grande do Sul é o Estado mais politizado do Brasil. Os italianos também diziam o mesmo sobre seu país, no continente europeu. E os politizados italianos terminaram entregando o poder a Berlusconi – um magnata que é dono de TV, comanda um time de futebol e mantem casas luxuosas por onde circulam moças de fino trato e pouca roupa.
O Rio Grande do Sul caminha por terreno também pantanoso. Só que lá, em vez de um Berlusconi, há uma corporação midiática a espalhar seus tentáculos pelo Estado, pela política.
Li sobre esse quadro aterrador no “RS Urgente”, de Marco Aurelio Weissheimer. O artigo que reproduzo abaixo mostra como a RBS se transformou no grande partido político conservador no Rio Grande do Sul. 
A falência das grandes legendas conservadoras no Brasil (DEM e PSDB) é um sinal de que a o caminho da direita nos próximos anos pode ser parecido com o que já vemos no sul. A mídia e o mundo do espetáculo – esse será o celeiro de onde virão os líderes conservadores. A RBS pode ter sido a pioneira. Bom saber como esse fenômeno funciona, para saber o que virá por aí no Brasil.
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RBS, COMO SE FOSSE UM PARTIDO
por Ayrton Centeno
Suponha que Ali Kamel fosse presidente da República. Fantasie um pouco mais e descubra Miriam Leitão, também eleita, subindo a rampa do Palácio do Planalto. Sob o impulso do mesmo delírio coloque Fátima Bernardes candidata ao Senado Federal. Fátima vai disputar a cadeira que o senador Faustão não deseja mais ocupar. Difícil conceber? É possível. Mas não no Rio Grande do
Sul. Ninguém ficaria surpreso. É que este cotidiano sequestrado ao realismo fantástico “naturalizou-se” no território gaúcho. Um exemplo: desde 1994, egressos dos quadros do grupo RBS – a Globo local – disputam todas as eleições para governador naquele que, durante muito tempo, jactou-se de ser o estado mais politizado do Brasil. E, em duas ocasiões, eles venceram. Em
2010, a RBS novamente está no páreo não apenas para o Palácio Piratini, mas também para o Senado, a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados.

5 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
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Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
olhosdosertao disse...

Luiz Fernando,

Vendo o seu perfil (médico comunitários) e pela forma como você se posicionou em relação ao texto de Rodrigo Viana, percebe-se sua sensibilidade.

Luiz Fernando, em uma campanha eleitoral, aqui e acolá, os companheiros produzem textos, ou falam coisas que acabam ferindo as pessoas.

Comparar o RS à Itália do fascista Belusconi pode ter sido um exagero, mas não podemos negar que houve um avanço neoliberal e conservador nos Pampas.

Vejamos, no teu estado, a verdade é que a RBS tem um poder muito grande, talvez até mais do que aqui no Ceará - Sistema Verdes Mares e em outros estados do Nordeste.

RS pode ter encaminhado para um conservadorismo maior do que em outros estados.

Neste sentido, se o Tarso Genro não decidir no primeiro turno, a probabilidade de perder no segundo é muito grande porque as forças conservadoras gaúchas são maiores do que as forças progressistas que elegeram o governador Dutra no ano de 1998.

RS tem um fenômeno conservador que merece maior estudo, porque eleger uma jornalista da RBS parece ser apenas a ponta do ICEBERG.

Portanto, fique aqui, vamos discutir com mais maturidade as coisas que estão acontecendo no RS.
Abraços.
Luís Moreira

olhosdosertao disse...

Olá Luiz Fernando, os posts aqui publicados não representam de fato os
meus pensamentos. Este blog é plural e progressista. Todos aqui têm
vez, mesmo em opiniões contrárias.

Eu tenho o maior respeito pelo RS, principalmente pela história do
grandioso Brizola. Importante considera uma questão que você poderia
responder em um texto do qual poderia ser publicado aqui, na seguinte
questão:

Por que Lula ganhou no RS, no segundo turno em 1989? E por que ele
ganhou nas eleições de 1994, 1998, 2002?

E vem perdendo de 2006 até o presente momento.