Portal Vermelho
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta segunda-feira (23) o uso de sua imagem pela campanha do tucano José Serra à Presidência, o que classificou de “enganação”. Na última quinta-feira (19), o presidenciável do PSDB usou imagens em que aparece ao lado de Lula durante seu programa eleitoral na TV, o que motivou uma representação do PT na Justiça contra o candidato.
Charge de Ique para o JB Online
"Todo mundo sabe que eu tenho lado, que eu tenho uma candidata, que eu tenho um partido, e todo mundo sabe quem eu quero que seja eleita presidente. É sempre muito ruim pessoas que, em momento de eleição, achem que seja possível enganar a sociedade com imagens de pessoas que você tem participação política contrária".
Apesar da crítica, Lula afirmou que o uso de sua imagem por adversários faz "parte do processo político brasileiro". O presidente disse ainda que não entrará na Justiça para impedir que adversários utilizem sua imagem. "Não vou entrar na Justiça. Quem tem que fazer isso é o partido".
"Acho que, antes de ser candidato e antes de ser presidente, a gente tem relações políticas. Então, a pessoa pode até não falar bem, mas não há por que falar mal.[...] [Quando acabar a eleição] A gente vai se encontrar pelas esquinas de São Paulo e vai conversar como gente civilizada".
Lula também comemorou o crescimento de sua candidata à sucessão presidencial. Dilma Rousseff lidera as últimas pesquisas de intenção de voto, mas o presidente evitou comentar uma possível vitória no primeiro turno. "Se vai ganhar no primeiro ou no segundo turno não importa. O que importa é que ela vai ganhar".
Lula disse ainda que pretente trabalhar duro até o último dia de seu governo. "Vocês vão se surpreender. No dia 31 de dezembro, eu vou estar inaugurando obra no Brasil. Quem acha que eu vou ficar parado, em festa... Eu tenho compromisso com o país, meu lema é trabalho."
Dilma: eles acham que o povo é ingênuo
A candidata Dilma Rousseff também comentou o assunto neste domingo (22). Dilma classificou a atitude da campanha tucana de "estranha" e disse que fazer isso é supor que o povo é "ingênuo".
"É estranho. É supor uma ingenuidade do povo brasileiro que é absurda. Por trás de quem usa a imagem do presidente Lula porque ele está com a popularidade alta, tem uma visão elitista do povo. Uma visão que acha que o povo acredita que quem foi contra o Lula durante os oito anos do mandato, quem, durante a campanha de 2002, quando o Lula foi eleito, incentivou a teoria do medo e (agora) usa o Lula...".
O comentário foi feito diante de questionamento de jornalistas a respeito do arquivamento, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de representações da coligação de Dilma reclamando do uso da imagem de Lula no horário eleitoral de Serra. Para o Tribunal, apenas o próprio presidente poderia reclamar do uso de sua imagem. O PT afirmou que pretende recorrer da decisão.
"Não vou nem discutir a ação. Eu não acredito que o nosso povo seja incapaz de ter uma visão crítica. Pelo contrário, acho que ele entende direitinho o que acontece", concluiu Dilma.
Ações na Jusiça dos dois lados
Neste fim de semana, mais duas representações foram apresentadas à Corte. A coligação "Para o Brasil seguir mudando", que apoia Dilma, pediu desconto de 10 minutos nas inserções de rádio de Serra. Um dos questionamentos é a utilização do nome do presidente Lula em um spot de rádio de 15 segundos que teria sido veiculado 20 vezes. O argumento é que a exposição seria irregular, feita para confundir o eleitor.
A coligação reclama também que a inserção teria a intenção de ridicularizar a imagem da petista ao chamá-la de "Dona Dilma" e afirmar que ela "pegou o bonde andando, tá de carona e quer sentar na janela". O relator do pedido é o ministro Henrique Neves.
A coligação 'O Brasil pode Mais', que apoia a candidatura do tucano José Serra ao Palácio do Planalto, também resolveu questionar no TSE o uso de imagens de Lula na campanha eleitoral do PT.
Nos últimos dias, foram protocoladas mais de 20 representações, referentes à propaganda eleitoral da coligação adversária em São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Paraná e Santa Catarina. A alegação é que, ao mostrar Lula pedindo votos para a presidenciável Dilma Rousseff no tempo destinado a outros candidatos, estaria sendo cometida uma invasão da propaganda eleitoral. Isso violaria o previsto no artigo 53-A da Lei das Eleições. Ele veda a inclusão "no horário destinado aos candidatos às eleições proporcionais propaganda das candidaturas a eleições majoritárias".
As representações pedem redução equivalente ao tempo em que foi veiculada a suposta invasão.
Estratégia com prazo de validade
Impactados com os resultados das últimas pesquisas, todas desfavoráveis ao candidato tucano, aliados de Serra reclamam da ineficácia da estratégia de usar a imagem de Lula na campanha da oposição. Apesar das reclamações dos aliados, está mantida a linha de comunicação da campanha. A estratégia tem, no entanto, prazo de validade: a Semana da Pátria.
A menos que haja grave turbulência até lá, a campanha trabalha com um prazo de até 15 dias para avaliação da eficácia do programa. Haverá correção de rota se a candidatura não apresentar, até o feriado de Sete de Setembro, fôlego para chegada ao segundo turno.
Serra avaliza o trabalho do coordenador de comunicação, Luiz Gonzalez. Mas já dá sinais de desconforto, consultando aliados sobre a qualidade dos programas. "Precisamos de pelo menos 10 dias para que haja uma maturação", afirma o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), escalado para pedir um voto de confiança aos aliados.
Inconformados, tucanos alertam para o risco da exaltação da imagem de Lula acabar turbinando ainda mais a candidatura de Dilma. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos mais insatisfeitos.
Da redação,
com agências
Apesar da crítica, Lula afirmou que o uso de sua imagem por adversários faz "parte do processo político brasileiro". O presidente disse ainda que não entrará na Justiça para impedir que adversários utilizem sua imagem. "Não vou entrar na Justiça. Quem tem que fazer isso é o partido".
"Acho que, antes de ser candidato e antes de ser presidente, a gente tem relações políticas. Então, a pessoa pode até não falar bem, mas não há por que falar mal.[...] [Quando acabar a eleição] A gente vai se encontrar pelas esquinas de São Paulo e vai conversar como gente civilizada".
Lula também comemorou o crescimento de sua candidata à sucessão presidencial. Dilma Rousseff lidera as últimas pesquisas de intenção de voto, mas o presidente evitou comentar uma possível vitória no primeiro turno. "Se vai ganhar no primeiro ou no segundo turno não importa. O que importa é que ela vai ganhar".
Lula disse ainda que pretente trabalhar duro até o último dia de seu governo. "Vocês vão se surpreender. No dia 31 de dezembro, eu vou estar inaugurando obra no Brasil. Quem acha que eu vou ficar parado, em festa... Eu tenho compromisso com o país, meu lema é trabalho."
Dilma: eles acham que o povo é ingênuo
A candidata Dilma Rousseff também comentou o assunto neste domingo (22). Dilma classificou a atitude da campanha tucana de "estranha" e disse que fazer isso é supor que o povo é "ingênuo".
"É estranho. É supor uma ingenuidade do povo brasileiro que é absurda. Por trás de quem usa a imagem do presidente Lula porque ele está com a popularidade alta, tem uma visão elitista do povo. Uma visão que acha que o povo acredita que quem foi contra o Lula durante os oito anos do mandato, quem, durante a campanha de 2002, quando o Lula foi eleito, incentivou a teoria do medo e (agora) usa o Lula...".
O comentário foi feito diante de questionamento de jornalistas a respeito do arquivamento, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de representações da coligação de Dilma reclamando do uso da imagem de Lula no horário eleitoral de Serra. Para o Tribunal, apenas o próprio presidente poderia reclamar do uso de sua imagem. O PT afirmou que pretende recorrer da decisão.
"Não vou nem discutir a ação. Eu não acredito que o nosso povo seja incapaz de ter uma visão crítica. Pelo contrário, acho que ele entende direitinho o que acontece", concluiu Dilma.
Ações na Jusiça dos dois lados
Neste fim de semana, mais duas representações foram apresentadas à Corte. A coligação "Para o Brasil seguir mudando", que apoia Dilma, pediu desconto de 10 minutos nas inserções de rádio de Serra. Um dos questionamentos é a utilização do nome do presidente Lula em um spot de rádio de 15 segundos que teria sido veiculado 20 vezes. O argumento é que a exposição seria irregular, feita para confundir o eleitor.
A coligação reclama também que a inserção teria a intenção de ridicularizar a imagem da petista ao chamá-la de "Dona Dilma" e afirmar que ela "pegou o bonde andando, tá de carona e quer sentar na janela". O relator do pedido é o ministro Henrique Neves.
A coligação 'O Brasil pode Mais', que apoia a candidatura do tucano José Serra ao Palácio do Planalto, também resolveu questionar no TSE o uso de imagens de Lula na campanha eleitoral do PT.
Nos últimos dias, foram protocoladas mais de 20 representações, referentes à propaganda eleitoral da coligação adversária em São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Paraná e Santa Catarina. A alegação é que, ao mostrar Lula pedindo votos para a presidenciável Dilma Rousseff no tempo destinado a outros candidatos, estaria sendo cometida uma invasão da propaganda eleitoral. Isso violaria o previsto no artigo 53-A da Lei das Eleições. Ele veda a inclusão "no horário destinado aos candidatos às eleições proporcionais propaganda das candidaturas a eleições majoritárias".
As representações pedem redução equivalente ao tempo em que foi veiculada a suposta invasão.
Estratégia com prazo de validade
Impactados com os resultados das últimas pesquisas, todas desfavoráveis ao candidato tucano, aliados de Serra reclamam da ineficácia da estratégia de usar a imagem de Lula na campanha da oposição. Apesar das reclamações dos aliados, está mantida a linha de comunicação da campanha. A estratégia tem, no entanto, prazo de validade: a Semana da Pátria.
A menos que haja grave turbulência até lá, a campanha trabalha com um prazo de até 15 dias para avaliação da eficácia do programa. Haverá correção de rota se a candidatura não apresentar, até o feriado de Sete de Setembro, fôlego para chegada ao segundo turno.
Serra avaliza o trabalho do coordenador de comunicação, Luiz Gonzalez. Mas já dá sinais de desconforto, consultando aliados sobre a qualidade dos programas. "Precisamos de pelo menos 10 dias para que haja uma maturação", afirma o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), escalado para pedir um voto de confiança aos aliados.
Inconformados, tucanos alertam para o risco da exaltação da imagem de Lula acabar turbinando ainda mais a candidatura de Dilma. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos mais insatisfeitos.
Da redação,
com agências
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