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sábado, 10 de julho de 2010

Eduardo Guimarães: o cartel de falsificação de pesquisas

 Eduardo Guimarães faz um dos melhores trabalhos da blogosfera progressista deste país. É preciso que seu trabalho, a partir do Movimento dos Sem Mídia, seja fortalecido. Espero que muitos aqui leitores possam apoiar este movimento que tem balançado as estruturas podres dos institutos de pesquisas.

Blog da Cidadania.

Com o fortalecimento do Movimento dos Sem Mídia, opção dos leitores deste blog que se dispuseram a não deixar a ONG morrer, ressurge a esperança no desmascaramento de uma organização criminosa e clandestina que, no futuro, o país poderá descobrir que elegeu governos por meio de crime eleitoral de falsificação de sondagens da intenção de voto.
Apesar de falsificação de pesquisas eleitorais ser crime amplamente tipificado na lei que regulamenta as eleições no Brasil, nunca antes na história deste país cogitou-se que estaria sendo praticado.
Contudo, a partir do mês de março deste ano, a desfaçatez do conluio criminoso formado para enganar o eleitorado e induzi-lo a esta ou àquela intenção de voto para presidente da República tornou evidente que ao menos dois institutos de pesquisa estão delinqüindo abertamente.
Há evidências fortíssimas de que isso está acontecendo. Traçando uma linha do tempo, nota-se que entre os institutos Datafolha, Ibope, Sensus e Vox Populi, dois deles indicam uma tendência de queda de Dilma Rousseff e ascensão de José Serra, e outros dois indicam o contrário, ainda que apenas em momentos esparsos.
Apesar disso, Datafolha e Ibope, em períodos mais elásticos de tempo, sempre acabam convergindo para o que indicam as tendências de Sensus e Vox Populi. Os dois primeiros negam em suas sondagens, episodicamente, a aproximação de Dilma em relação a Serra; depois, negam o empate entre os candidatos; agora, negam a ultrapassagem do tucano pela petista.
As evidências falam por si. Em uma investigação isenta, verificar-se-á que ao menos dois desses institutos tentam desviar uma tendência de opção eleitoral da sociedade brasileira que vai se mostrando inexorável. E essa investigação já existe ao menos no papel.
Em 11 de maio deste ano, a Procuradoria Geral Eleitoral determinou, em despacho, que  “se extraiam cópias na íntegra da Representação Eleitoral do MSM e da lista de adesões dos cidadãos brasileiros que a apoiaram,  remetendo os documentos à Superintendência da Polícia Federal em Brasília – DF, para que proceda a Abertura de inquérito Policial para apurar suposta prática de Crime Eleitoral de Realização e Divulgação de Pesquisa Eleitoral Fraudulenta”.
O processo junto à Procuradoria Geral Eleitoral – DF recebeu o número 4559.2010-33
Representação do Movimento dos Sem Mídia assinada por mais de 2000 cidadãos
Pouco depois desse despacho da Procuradoria, as pesquisas Ibope e Datafolha convergiram para o empate técnico entre Dilma e Serra que apontavam Sensus e Vox Populi, apesar de os dois primeiros institutos terem dado diferença de até 12 pontos percentuais a favor do tucano sobre a petista poucos dias antes.
Contudo, nas últimas pesquisas Datafolha e Ibope a tendência de ultrapassagem de Serra por Dilma – que, até então, os quatro institutos de pesquisa apontavam – foi novamente subvertida, exatamente como vem acontecendo desde o início do ano.
No gráfico abaixo, fica claro como Datafolha e Ibope tentam forçar a subida de Serra para, logo adiante, terem que se adequar a Sensus e Vox Populi. Separando os candidatos nos gráficos e comparando as trajetórias deles em cada instituto, percebe-se que todos, no fim, acabam mostrando a mesma coisa, ou seja, uma subida meteórica de Dilma e uma queda tênue e contínua de Serra, com recuperações episódicas dele, porém sempre em nível mais baixo.
Essas recuperações episódicas de Serra no Datafolha e no Ibope, as quais não aparecem da mesma forma no Sensus e no Vox Populi, é que podem indicar uma manipulação nos números por dois dos quatro institutos, por mais que, olhando-se um período de tempo maior, os quatro mostrem a mesma coisa.
Há momentos muito próximos em que dois institutos para lá e dois para cá mostram quadros opostos. Quem mentiu e quem disse a verdade é o que a investigação da Polícia Federal está obrigada a mostrar por força de lei.
Então, os leitores me perguntam: como anda a investigação da PF determinada pela Justiça Eleitoral?
Temos o direito de saber, os mais de dois mil cidadãos que apoiaram, por escrito, a investigação solicitada pelo Movimento dos Sem Mídia. E, mais uma vez, graças aos leitores deste blog a nossa organização está quase em condições de obter essa resposta. Em alguns dias, teremos condições de ir atrás dessa informação.
Aliás, estaremos em condições, também, de impedir que alguém sente em cima do processo, impedindo-o de “andar”. Os institutos de pesquisa que eventualmente tenham cometido crime eleitoral, podem ter certeza disso.

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