Reunido nesta 2º feira com empresários em SP, em evento promovido pelos articuladores do movimento 'Cansei' -- braço político da comunidade-Daslu, idealizado pelo mordomo tucano Dória Jr -- Serra esponjou-se e confirmou: não, Índio da Costa não era um ponto fora da curva. À vontade, cercado pela fina flor do higienismo social anti-Lula, um auditório selecionado pelo recorte mínimo de R$ 200 milhões de faturamento anual, o candidato soltou a franga e assumiu a condição de aspirante a novo baluarte da reação latinoamericana. O papel do Brasil nesse projeto é tornar-se uma imensa Colombia: a presidência é só um degrau. O tucano quer o pódium, a vaga deixada por Álvaro Uribe -- missão que nem o sucessor do colombiano, o direitista Juan Manuel Santos, pretende mais encarar. Trata-se de restabelecer a velha e boa ordem no quintal dos EUA, uma faxina ideológica cujo requisito, claro, é o realinhamento estratégico da chancelaria brasileira. Os excertos do udenismo internacionalista, ou neo-uribismo, anunciados hoje no auto-intitulado 'clube dos líderes' (LIDE/Cansei), sinalizam aquilo a que seria reduzida a política externa do país -- e o próprio país-- na improvável hipótese de uma vitória do ex-governador nas eleições de outubro. Do túmulo, Almirante Pena Boto, criador nos anos 50 da Cruzada Brasileira Anti-Comunista, saúda orgulhoso o discípulo tardio. Quem diria que o menino da UNE chegaria onde chegou? Confira: a) ‘É inegável e indiscutível que o Brasil sempre teve mais simpatia pelo Chávez [...] É inegável que o Chavez abriga as Farc’; b) ‘...É inegável que, se o Brasil tivesse gasto o tempo que gastou no Oriente Médio com a América do Sul, poderia ter evitado situações como essas...’;c) ‘...É amigo de Cuba? Muito bem. Então usa essa amizade para libertar os presos cubanos....’; d) ‘...vamos aumentar em 15% a remuneração pela energia [de Itaipu comprada] do Paraguai? Estamos [Lula está...] fazendo sem dúvida filantropia com o Paraguai, a Bolívia... e)"vivemos a exacerbação do patrimonialismo sindicalista ...eu dizia no começo do governo Lula e agora, só para ironizar, é o chamado patrimonialismo bolchevique"; f) "O MST é um movimento de acumulação de forças revolucionárias..."; g)"o Stédile declara apoio à Dilma porque, com ela, eles (sem-terra) vão poder fazer mais invasões, mais agitações...'
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terça-feira, 27 de julho de 2010
SERRA QUER 'URIBINIZAR' A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA
Reunido nesta 2º feira com empresários em SP, em evento promovido pelos articuladores do movimento 'Cansei' -- braço político da comunidade-Daslu, idealizado pelo mordomo tucano Dória Jr -- Serra esponjou-se e confirmou: não, Índio da Costa não era um ponto fora da curva. À vontade, cercado pela fina flor do higienismo social anti-Lula, um auditório selecionado pelo recorte mínimo de R$ 200 milhões de faturamento anual, o candidato soltou a franga e assumiu a condição de aspirante a novo baluarte da reação latinoamericana. O papel do Brasil nesse projeto é tornar-se uma imensa Colombia: a presidência é só um degrau. O tucano quer o pódium, a vaga deixada por Álvaro Uribe -- missão que nem o sucessor do colombiano, o direitista Juan Manuel Santos, pretende mais encarar. Trata-se de restabelecer a velha e boa ordem no quintal dos EUA, uma faxina ideológica cujo requisito, claro, é o realinhamento estratégico da chancelaria brasileira. Os excertos do udenismo internacionalista, ou neo-uribismo, anunciados hoje no auto-intitulado 'clube dos líderes' (LIDE/Cansei), sinalizam aquilo a que seria reduzida a política externa do país -- e o próprio país-- na improvável hipótese de uma vitória do ex-governador nas eleições de outubro. Do túmulo, Almirante Pena Boto, criador nos anos 50 da Cruzada Brasileira Anti-Comunista, saúda orgulhoso o discípulo tardio. Quem diria que o menino da UNE chegaria onde chegou? Confira: a) ‘É inegável e indiscutível que o Brasil sempre teve mais simpatia pelo Chávez [...] É inegável que o Chavez abriga as Farc’; b) ‘...É inegável que, se o Brasil tivesse gasto o tempo que gastou no Oriente Médio com a América do Sul, poderia ter evitado situações como essas...’;c) ‘...É amigo de Cuba? Muito bem. Então usa essa amizade para libertar os presos cubanos....’; d) ‘...vamos aumentar em 15% a remuneração pela energia [de Itaipu comprada] do Paraguai? Estamos [Lula está...] fazendo sem dúvida filantropia com o Paraguai, a Bolívia... e)"vivemos a exacerbação do patrimonialismo sindicalista ...eu dizia no começo do governo Lula e agora, só para ironizar, é o chamado patrimonialismo bolchevique"; f) "O MST é um movimento de acumulação de forças revolucionárias..."; g)"o Stédile declara apoio à Dilma porque, com ela, eles (sem-terra) vão poder fazer mais invasões, mais agitações...'
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