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domingo, 18 de julho de 2010

FORA RICARDO TEIXEIRA!!!

 Caríssimos,

Não concorda abaixo com a maior parte do texto, mas tomei a decisão de disponíbilizá-lo para discussão de todos.

Eu prefiro olhar o trabalho de Dunga com olhos mais positivos, de formar uma equipe, onde todos os jogadores jogam para o time e não o time jogar para jogador. Isso não serve para ganhar um torneiro difícil como a Copa do Mundo.

Para mim o erro do Dunga foi ter deixado de lados a convocação de jogadores como Neymar, Ganso, Ronaldinho e convocar um lateral esquerdo. 

Eu apostava no título, mas se nenhum jogador titular tivesse quebrado ou fosse expulso durante os jogos. Elano e Ramires fizeram falta ao time brasileiro no jogo contra a Holanda, como o Tomas Muler fez muita falta para a Alemanha contra a Espanha 

Quando se mexe no time, ou quando se é obrigado a tirar um jogador importante, é como se tirasse uma peça para um efeito dominó.


Cadê você, Ricardo Teixeira? Até quando Ricardo Teixeira?

FORA RICARDO TEIXEIRA!!!

Fora da CBF e do Comitê Organizador da Copa do Mundo 2014!!!

Não está aí uma boa campanha para crescer no twitter?

Quanto a Dunga e seu time, fiquei surpreso com o nível de desequilíbrio do general raivoso no banco de reservas durante os jogos da Copa. Começou contra a Costa do Marfim, descambou contra Portugal (no segundo tempo, sem efeito positivo nenhum, ele vociferava contra seus comandados) e chegou ao ápice no primeiro tempo contra a Holanda. Diante dos perdidos holandeses, a seleção, influenciada por seu técnico, preferiu reclamar do árbitro e dos adversários a cada lance do que sufocar o oponente e marcar mais gols. 
Colérico, o general deu pancada até na estrutura do banco de reservas durante a primeira etapa.

Para os holandeses, perder só de 1 a 0 na etapa inicial foi lucro. No segundo tempo, bastou cometer um erro e sofrer o gol do empate para o time de Dunga entrar em colapso. A concentração e o comprometimento propalados pelo general raivoso não foram suficientes para deixar o time centrado e confiante em campo. O Brasil foi a primeira seleção a tomar uma virada nesta Copa de 2010.

No ciclo de quatro anos de Dunga, apesar de algumas conquistas, o Brasil saiu cedo e de mãos abanando dos dois maiores torneios: a Olimpíada e a Copa.

Contestar o monopólio da Globo é lindo, mas Dunga não é (e nunca foi) referência para a democracia. Proteger os jogadores da mídia é sensato, mas trancar o grupo de atletas na concentração durante tanto tempo é castigo que ninguém merece. O comportamento do general mostra como o ódio e a raiva podem ser contraproducentes na vida. Para que tanta amargura, general? Se não era capaz de suportar a pressão que tivesse pedido o boné e caído fora antes. Os cães ladraram contra você, e o chefe Ricardo Teixeira passou incógnito por mais essa.
Abrazos


Guilherme Azevedo, 17h50, 3 de julho

Hermano,

As primeiras, e talvez únicas, lágrimas pingaram dos meus olhos, sentidas. Foi agorinha, ao ver a tristeza do atacante paraguaio Cardozo, que perdeu pênalti, na desclassificação do seu time contra a Espanha.

Os perdedores, hermano, têm guarida no meu coração. Na sexta-feira, com a derrota do Brasil para a Holanda, pela primeira vez também senti compaixão pelos nossos.

A derrota, hermano, aproxima o homem. Kaká, o menino divino, se revelava, surpreendente e felizmente, feito de carne e osso e lágrimas, como eu. Não era aquele velho discurso jogador-empresa, de que essa seleção agregou muito valor, papo de consultor barato de empresas, ou ladainha de jogador-pregador, de Deus de chuteiras. Não, era o homem diante da derrota, da dúvida que se levanta imensa sobre o futuro.

Na sexta, me senti, de maneira inédita em anos, muitos anos, próximo da seleção de Dunga e do aziago Ricardo Teixeira, concordo em tudo com o que você falou sobre ele. Quem comanda a malta é o esperto dirigente. Não há outro responsável.

No poema "Gesso", Manuel Bandeira fala da estatuazinha comercial de gesso, com a figura que chorava. Ela se tornou importante para ele, impregnada daquela velha ironia de tísico, apenas quando espatifou no chão e foi recomposta pelas mãos do poeta. "Hoje este gessozinho comercial / É tocante e vive, e me fez agora refletir / Que só é verdadeiramente vivo quem já sofreu", termina assim o poema.

O herói, hermano, nem sempre acaba bem. O herói não sorri o tempo inteiro, como se não houvesse noite, silêncio. Aliás, o herói só o é quando perde. A derrota, por uma sutil dialética, é que mostra a verdadeira força e grandeza do herói, de qualquer outra obra sobre a Terra, igualmente. A imperfeição revela o tamanho do bem-feito.

O sofrimento é humano, hermano; Deus não sofre. E, para os tempos difíceis, como os de hoje, para aqueles que lutaram e não conseguiram, minha compaixão, minhas lágrimas mais doces e salgadas.

Abrazos y suerte,

Guillermo

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