Um belo texto para análise da atuação do Sr. Ricardo Teixeira no futebol brasileiro. Agora chegou a hora do torcedor brasileiro pedir, através das diversas redes e mídias digitais, o fora Ricardo Teixeira para o bem do futebol brasileiro.
Depois da eliminação do Brasil, Wellington Ramalhoso e Guilherme Azevedo voltam a conversar sobre a Copa do Mundo.
Ótimo momento para pensar em quem tem tudo a ver com isso embora viva como se nada fosse com ele. O Papo propõe uma campanha. Você concorda com ela?
Wellington Ramalhoso, 1h24, 3 de julho
Hermano,
incrível como ele vive na penumbra, incrível como ele passa despercebido e não é cobrado, incrível como seu poder só aumenta (será que seu patrimônio também?). À sua frente, ao longo das décadas, vão passando e caindo dilacerados os bois-de-piranha: Lazaroni, Parreira, Zagallo, Ronaldos, Dunga. Até a toda-poderosa Globo (envolvida até o pescoço com ele) apanha, mas ele não. Ele segue são e salvo, ileso, intocável. (Intocável? Isso me lembra o famoso filme "Os Intocáveis". De que fala mesmo a película?)
O time sob a responsabilidade de sua confederação protagoniza mais um fiasco. Neste momento, o Brasil devora Dunga, abocanha Felipe Melo, mastiga Júlio César, Kaká & Cia. Os meios de comunicação são mordidos aqui e acolá. Mas ele, à sombra, não para de arquitetar jogadas. Seu poder não é abalado. A próxima Copa será aqui, e ele é o dono dela.
Há mais de 20 anos o futebol brasileiro é comandado pela figura suspeitíssima de Ricardo Teixeira. Quando assumiu a CBF, não era ninguém no futebol. Chegou ao poder valendo-se do prestígio do sogro, o para lá de controverso João Havelange, ex-presidente da CBD (antecessora da CBF) e da Fifa.
Pelo que se vê nesta longa era Ricardo Teixeira, futebol continua não sendo a praia do cartola. Provavelmente, o esporte dele é outro negócio.
Nestes mais de 20 anos, o Brasil disputou seis Copas do Mundo. Perdeu quatro delas, sendo que em três não chegou nem às semifinais. Nessas derrotas, houve clamorosas falhas de administração, organização e comando. Talvez o mais famoso exemplo disso tenha sido o caso da convulsão do Ronaldo e a presença do jogador na derrota para a França na final da Copa de 98.
Nas vitórias, não se viu a marca de seus eventuais méritos. Ao contrário. Ele parece tirar proveito das conquistas de seus comandados. O título de 94, que acabou com um período de 24 anos de jejum do Brasil em Copas, foi "coroado" com o voo da muamba, quando o cartola conseguiu que todos os integrantes da delegação, inclusive ele, fossem dispensados de pagar impostos relativos a equipamentos comprados nos Estados Unidos, o que lhe rendeu um processo na Justiça.
Nesta Copa de 2010, alguém viu um pronunciamento de Ricardo Teixeira? Talvez ninguém tenha sentido falta porque a omissão foi seu comportamento padrão em todas as Copas anteriores. Aliás, alguém sabe o que este senhor pensa sobre futebol e esporte?
Nesta longa era, houve cinco Olimpíadas e, apesar de altas apostas na preparação, o Brasil jamais conquistou a medalha de ouro, sequer a prata. No período, o Brasil melhorou significativamente seu desempenho na Copa América, competição continental, a CBF vem engordando seus cofres com grandes contratos firmados em torno da seleção brasileira, mas os clubes (que, aliás, ajudam a perpetuá-lo no poder) vivem na pindaíba e passaram a perder rapidamente seus principais atletas para o exterior. A confederação é incapaz de organizar um calendário de competições decente e jamais tomou medidas para a construção de bons estádios no país.
Nesta longa era, o cartola foi alvo de investigações policiais e até no Congresso. Mas ele escapou da degola para depois reaparecer lado a lado com prefeitos, governadores e até presidentes.
O comando da Copa do Mundo de 2014 no Brasil está em suas mãos. Ele é dono da Copa, manda e desmanda. A definição de cidades e de estádios que abrigarão os jogos do Mundial é um prato cheio para uma série de negociatas.
Tamanho poder, conquistado em articulações feitas nos bastidores, é pouco contestado no país. A imprensa produz uma reportagem aqui e um artigo ali, um ou outro parlamentar se insurge, e ele passa incólume, à sombra, sem ser notado, como um inocente.
Como o cidadão que comanda o esporte mais popular e uma das maiores paixões e manifestações culturais do país consegue desfrutar por tanto tempo de tamanha complacência da sociedade sendo ele o grande responsável por vexatórios fiascos e uma figura de tão pouca credibilidade? Como este cidadão pode estar à frente da organização da Copa do Mundo de 2014, competição que poderia proporcionar um salto de qualidade para as nossas terríveis cidades com o planejamento e a execução de obras de infra-estrutura urbana? Como?
Alô CQC! Alô Pânico! Será que nem vocês serão capazes de tirar esta figura da penumbra e mostrá-la para a moçada que assiste TV?
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