Minas Sem Censura: Perguntas que o JN não fez ao senador Aécio
Perguntas que a Globo não fez
O Jornal Nacional,
Globo, desse 31 de julho, se contentou em fazer colagens de notas
oficiais e das trôpegas declarações do senador Aécio Neves, que ainda
tenta justificar o injustificável sobre o aeroporto de Cláudio. Se
depender da Globo vivemos os estertores do jornalismo.
Assim, de posse do parecer “único” SUPRAM-ASF (Licenciamento
01181/2009/001/2009) que trata da análise e das condicionantes
ambientais para o empreendimento do “aeroporto de Cláudio” faremos
algumas perguntas que cabem muito bem numa Comissão Parlamentar de
Inquérito. Por isso, senador Neves, V. Exa. não pode encerrar,
unilateralmente, o assunto. Segue abaixo o parecer.
1) Na descrição pormenorizada da obra, demonstra-se
claramente que foi construída uma nova pista, ao invés de ter sido
pavimentada a antiga, feita com dinheiro público por Tancredo Neves em
1983 e usada por 26 anos, pelo senhor, por sua família e seus amigos,
privativamente. Lembre-se que o tio Múcio, então prefeito, esqueceu-se
de desapropriar o pedaço da fazenda onde foi feita a pista inicial.
Bem, o senhor disse, para minimizar o impacto econômico da descoberta
dessa obra, que – aproveitando a pista antiga – foi feita a
pavimentação asfáltica sem que fosse necessário abrir outra. Qual a
explicação que o senhor, ou o governo mineiro, tem para isso?
2) O empreendimento foi previsto com uso de 9,8 ha
para todas as obras descritas e áreas não edificadas: pista de pouso,
pátio principal de aeronave, pátio de taxi e terminal de passageiros. O
preço definido para a área a ser desapropriada foi R$ 1.000.000,00, em
2009.
Mesmo considerando aspectos topográficos da área familiar, outras
propriedades na mesma região (com características bem semelhantes à do
tio Múcio), mostram um valor bem menor, por ha, nos dias de hoje. A do
tio Múcio custou cerca 100 mil Reais por hectare, no preço inicial de
desapropriação.
De acordo com uma corretora da região (VivaReal), como visualizado em seu link, http://imoveis.mitula.com.br/imoveis/claudio-terra temos
terrenos que variam, em preços atuais, de R$ 15,000,00 a R$ 30.000,00
por ha. Que têm benfeitorias, como casarões (sede), currais, casa de
caseiro, plantações, criatórios de peixe, paióis etc.
A partir dessa comparação, mesmo considerando o item “topografia”,
qual o motivo de ter termos uma discrepância tão grande, entre o que o
estado se dispunha a pagar em 2009 e o que o mercado cobra nos dias de
hoje?
E o que dizer da possibilidade de o Estado ter que pagar mais do que a
indenização inicial (algo que pode ficar entre três milhões e nove
milhões de Reais)? Considerando ainda que a área onde foi feito o
empreendimento não tinha nenhuma benfeitoria como as descritas acima.
3) Para sinalização noturna o projeto previa: redes e
linhas de dutos; caixas de concreto, de inspeção e de passagem; poços e
condutores de aterramento e ligações; cabos de circuitos; equipamentos
de subestação e painéis; unidades de luz; farol de aeródromo; luzes de
obstáculo; sistemas de emergência e etc.
Tudo isso está instalado e em funcionamento?
4) As condicionantes ambientais, deliberadas no instrumento de Licença de Instalação Corretiva (LIC) foram todas observadas?
5) A definição da Zona de Proteção do Aeroporto e a
da Zona de Proteção de Ruído estão em estrita observância com as
determinações desta LIC? A Câmara Municipal aprovou e a prefeitura
sancionou lei específica acerca do uso e ocupação do entorno da área do
Aeroporto?
Essas e muitas outras perguntas aparecerão numa CPI. Pena que o
jornalismo da “mídia grande” tenha assassinado seu compromisso com a
busca da verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário