O fato é que muitos professores não tem a devida competência
para serem professores nas séries iniciais, onde os alunos estão em
processo de desenvolvimento da linguagem.
Sobre
esta questão, processo de alfabetizaçaõ que o exige que o Professor se
transforme em um verdadeiro educador, um educador com uma visão
globalizante dos fenômenos educativos, um educador comprometido social
e politicamente. Para Freire “ação e mundo, “mundo e ação” estão também
intimamente solidários pela seguinte questão:
Não basta saber ler mecanicamente que “Eva viu a uva”.
É necessário compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto
social, quem trabalha para produzir uvas e quem lucra com esse trabalho.
(...) Os defensores da neutralidade da alfabetização não mentem quando
dizem que a clarificação da realidade simultaneamente com a
alfabetização é um ato político. Falseiam, porém, quando negam o mesmo
caráter político à ocultação que fazem da realidade (FREIRE, apud GADOTTI, 1997, p. 255).
Nas
palavras de Paulo Freire, alfabetizar é construir um conhecimento no
contexto social do indivíduo, é alfabetizar o homem para a vida e a
cidadania. Para este grande educador brasileiro, não se pode dissociar
“ler a palavra” de “ler o mundo” e completa:
Alfabetizar-se
é adquirir a língua escrita através de um processo de construção do
conhecimento, com uma visão crítica da realidade. Quando se trata do
adulto, a técnica que proponho é uma conseqüência natural da tomada de
consciência dos problemas vividos pelo grupo. Com a escrita, ele exerce a
plena cidadania. Para as crianças, a teoria é a mesma, mas valoriza-se
mais o lúdico. A criança é o sujeito do processo educativo, não havendo
dicotomia entre o aspecto cognitivo e o afetivo, mas uma relação
dinâmica, prazerosa, dirigida para o ato de conhecer o mundo. ( FREIRE,
apud LAGÔA, 1990, nº 41).
LAGÔA, Ana. Afinal, o que é alfabetizar? Nova Escola. Nº 41, 1990.
GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. 5ª ed. São Paulo: Ática, 1997
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