em Carta Maior
O Escândalo Lula
Comentário: a verdade é que a mídia demotucana arduamente fez um trabalho de fizcalização do governo Lula. Isso até certo ponto foi bom para o governo Lula porque colocou todo mundo com as barbas de molho no trato com a coisa pública.
No entanto, isso não aconteceu no governo demotucano de São Paulo. SERRA praticamente passou incólume nestes últimos anos. Não recebeu cobrança de mídia nenhuma, por isso o seu governo é de uma mediocridade sem parâmetros na história. E quando um tema é perguntando por um jornalistas desavisado se sente constrangido e passa a interrogar o jornalista. É do tipo que se acha acima de qualquer falha e por isso diz eu posso, eu faço, eu mando, eu .... E os jornalistas da mídia demotucana entram no script combinado. Nada de fazer pergunta estranha para o candidato. É uma blindagem completa e sem vergonha. E uma boa parte da população paulista entra imbecilmente nesta campanha de blindagem do governo demotucano SERRA. Por quê?
Porque a Folha de São Paulo desconstrói o PT de um lado, de outro potencializa a imagem dos demotucanos. Isso é uma constatação total e vergonhosa. Só não ver quem quer estar na cegueira total.
Quem olhasse para o Brasil através da imprensa, não conseguiria entender a popularidade do Lula. Foi o que constatou o ex-presidente português Mario Soares, que a essa dicotomia soma a projeção internacional extraordinária do Lula e do Brasil no governo atual e não conseguia entender como a imprensa brasileira não reflete, nem essa imagem internacional, nem o formidável e inédito apoio interno do Lula.
Acontece que Lula não se subordinou ao que as elites tradicionais acreditavam reservar para ele: que fosse eternamente um opositor denuncista, sem capacidade de agregar, de fazer alianças, se construir uma força hegemônica no país. Ficaria ali, isolado, rejeitado, até mesmo como prova da existência de uma oposição – incapaz de deixar de sê-lo.
Quando Lula contornou isso, constituiu um arco de alianças majoritário e triunfou, lhe reservavam o fracasso: ataque especulativo, fuga de capitais, onda de reivindicações, descontrole inflacionário, que levasse a população a suplicar pela volta dos tucanos-pefelistas, enterrando definitivamente a esquerda no Brasil por vinte anos.
Lula contornou esse problema. Aí o medo era de que permanecesse muito tempo, se consolidasse. Reservaram-lhe então o papel de “presidente corrupto”, vitima de campanhas orquestradas pela mídia privada – como em 1964 -, a partir de movimentos como o “Cansei”. Ou o derrubariam por impeachment ou supunham que ele pudesse capitular, não se candidatando de novo, ou que fosse, sangrado pela oposição, ser derrotado nas eleições de 2006. Tinham lhe reservado o destino do presidente solitário no poder, isolado do povo, rejeitado pelos “formadores de opinião”, vitima de mais um desses movimentos que escolhem cores para exibir repudio a governos antidemocráticos e antipopulares.
Lula superou esses obstáculos, conquistou popularidade que nenhum governante tinha conseguido, o povo o apóia. Mas nenhum espaço da mídia expressa esse sentimento popular – o mais difundido no país. O povo não ouve discursos do Lula na televisão, nem no rádio, nem os pode ler nos jornais. Lula não pode falar ao povo, sem a intermediação da mídia privada, que escolhe o que deseja fazer chegar à população. Nunca publica um discurso integral do presidente da republica mais popular que o Brasil já teve. Ao contrário, se opõem frenética e sistematicamente a ele, conquistando e expressando os 3% da população que o rejeita, contra os 82% que o apóiam.
Talvez nada reflita melhor a distância e a contraposição entre os dois países que convivem, um ao lado do outro. Revela como, apesar da moderação do seu governo, sua imagem, sua trajetória, o que ele representa para o povo brasileiro, é algo inassimilável para as elites tradicionais. Essa mesma elite que tinha uma imensa e variada equipe de apologetas de Collor e de FHC, não tolera o fracasso deles e o sucesso nacional e internacional, político e de massas, de um imigrante nordestino, que perdeu um dedo na máquina, como torneiro mecânico, dirigente sindical e um Partido dos Trabalhadores, que não aceitou a capitulação ou a derrota.
Lula é o melhor fenômeno para entender o que é o Brasil hoje, em todas as posições da estrutura social, em todas as dimensões da nossa história. Quase se pode dizer: diga-me o que você acha do Lula e eu te direi quem és.
No entanto, isso não aconteceu no governo demotucano de São Paulo. SERRA praticamente passou incólume nestes últimos anos. Não recebeu cobrança de mídia nenhuma, por isso o seu governo é de uma mediocridade sem parâmetros na história. E quando um tema é perguntando por um jornalistas desavisado se sente constrangido e passa a interrogar o jornalista. É do tipo que se acha acima de qualquer falha e por isso diz eu posso, eu faço, eu mando, eu .... E os jornalistas da mídia demotucana entram no script combinado. Nada de fazer pergunta estranha para o candidato. É uma blindagem completa e sem vergonha. E uma boa parte da população paulista entra imbecilmente nesta campanha de blindagem do governo demotucano SERRA. Por quê?
Porque a Folha de São Paulo desconstrói o PT de um lado, de outro potencializa a imagem dos demotucanos. Isso é uma constatação total e vergonhosa. Só não ver quem quer estar na cegueira total.
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