Os amigos do Brasil por Helena
Mais um ex-dirigente da Sabesp viu
os contratos de sua empresa com a estatal paulista aumentarem no período
em que trabalhou na companhia. Entre 2007 e 2010, quando o engenheiro
Nilton Seuaciuc deixou a Vitalux Eficiência Energética para atuar na
Sabesp, os negócios da consultoria com a empresa de saneamento do
governo cresceram 250%.
Seuaciuc saiu da Vitalux em março de
2007. Até então, a consultoria dele, especializada em redução de perda
de água e energia, tinha dois contratos com a Sabesp no valor de R$ 6,7
milhões. Desde maio daquele ano, quando Seuaciuc já era assessor
executivo do diretor metropolitano da estatal, Paulo Massato, a Vitalux
assinou R$ 23,6 milhões em negócios (diretos ou em consórcio com outras
firmas) com a Sabesp.
Em 2009, o engenheiro assumiu a então
recém-criada Superintendência da Novos Negócios da Sabesp, que deixou em
fevereiro deste ano. No mês seguinte, ele voltou a ser sócio da
Vitalux. “Eu não estava lá para ajudar a empresa. Ela nem precisava de
ajuda”, afirma Seuaciuc, que disse não ter intercedido em nenhum dos
contratos da Vitalux enquanto esteve na Sabesp (leia abaixo).
Trajetória
O caminho percorrido entre o setor público e o privado por Seuaciuc é semelhante ao do ex-diretor da Sabesp Umberto Semeghini. Conforme o Jornal da Tarde revelou em julho, Semeghini saiu da Gerentec Engenharia em janeiro de 2007 para assumir a Diretoria de Sistemas Regionais da estatal. Desde então, a Gerentec elevou em 187% seus negócios com a Sabesp. Em janeiro deste ano, ele deixou a companhia para voltar à empresa de consultoria. Ele disse não haver conflito de interesses.
O caminho percorrido entre o setor público e o privado por Seuaciuc é semelhante ao do ex-diretor da Sabesp Umberto Semeghini. Conforme o Jornal da Tarde revelou em julho, Semeghini saiu da Gerentec Engenharia em janeiro de 2007 para assumir a Diretoria de Sistemas Regionais da estatal. Desde então, a Gerentec elevou em 187% seus negócios com a Sabesp. Em janeiro deste ano, ele deixou a companhia para voltar à empresa de consultoria. Ele disse não haver conflito de interesses.
Entretanto, a relação de Seuaciuc com
Semeghini antecede o trabalho conjunto na Sabesp. Em 1999, os dois
engenheiros foram contratados pela estatal em um consórcio de R$ 9
milhões da Gerentec com a BBL Engenharia (ex-empresa de Seuaciuc) e a
Saenge Engenharia, do empresário Luiz Arnaldo Mayer, que chegou a ser
preso em maio no suposto esquema de fraude em licitações da Sanasa,
companhia de saneamento de Campinas.
Mayer é filiado ao PSDB da capital e foi
flagrado em escutas do Ministério Público Estadual (MPE) nas quais ele
se mostra preocupado com o rumo de seus negócios na Sabesp. Ainda nos
diálogos, ele cita outros três tucanos, entre eles o secretário de
Desenvolvimento Metropolitano Edson Aparecido, que estariam intercedendo
em seu favor na estatal. Todos negam envolvimento com Mayer.
Ligações políticas
A relação da Vitalux com ex-dirigentes da Sabesp extrapola o campo dos negócios. Em 2006, um dos sócios da empresa, Eduardo Moreno, doou R$ 10 mil à campanha do ex-deputado estadual Rodolfo Costa e Silva (PSDB), ex-diretor da Sabesp que era considerado o representante do setor na Assembleia Legislativa, mas não concorreu à reeleição e hoje é assessor do secretário Edson Aparecido.
A relação da Vitalux com ex-dirigentes da Sabesp extrapola o campo dos negócios. Em 2006, um dos sócios da empresa, Eduardo Moreno, doou R$ 10 mil à campanha do ex-deputado estadual Rodolfo Costa e Silva (PSDB), ex-diretor da Sabesp que era considerado o representante do setor na Assembleia Legislativa, mas não concorreu à reeleição e hoje é assessor do secretário Edson Aparecido.
Fora das eleições de 2010, Rodolfo
apoiou para substituí-lo seu colega de Sabesp José Boranga (PSDB), que
também teve ajuda da Vitalux (R$ 30 mil). O tucano, porém, não alcançou
50 mil votos e não se elegeu. Sem mandato, foi nomeado assessor especial
da presidente da Sabesp, Dilma Pena.
O ex-deputado não é o único integrante
da família Costa e Silva a ocupar cargo em órgãos do governo. Um de seus
primos, Antônio César Costa e Silva, já foi superintendente da Unidade
de Negócios Leste da Sabesp e, hoje, é assessor do diretor de
Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente, Marcelo Salles Holanda de
Freitas. Na superintendência, ele foi responsável pela licitação de um
dos contratos da Vitalux, no valor R$ 4,8 milhões.
Além de ocupar o cargo público, ele é
sócio em uma empresa de engenharia com Pedro Ibrahim Hallack, também
ex-diretor da Sabesp e atual diretor da Camargo Correa. Ao lado de Luiz
Mayer, Hallack foi um dos empresários detidos em 20 de maio suspeito de
participar do suposto esquema de fraudes em licitações de Campinas. No
Jornal da tarde
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