Olá meus amigos e amigas anuncio aqui a chegada do blog Arcanos Grávidos do meu amigo, poeta e escritor Webston Moura. Que Deus continue abençoando a sua bela imaginação e criação para produzir os seus belos poemas.
E aqui reproduzo o seu post
DOIS POEMAS ENQUANTO MEUS OLHOS (E O PLANETA) ARDEM
Fomos criados por Deus
(para a sublimidade de um dia,
um belo dia, sermos entulho restado
entre diferentes tipos de plástico).
O FEROZ ANJO DE FOGO E FÚRIA
Nenhuma ninfa virá
ao nosso encontro.
Nenhuma cambraia ―
com pássaro e tulipa
― aos olhos, ao tato,
ao sonho (nossos, se ainda!).
Nenhum alcaçuz fará seda
às nossas bocas, exércitas que o são
a tempo de dentes.
Nenhuma mão virá
(nem lhe faremos as vezes)
que possa reverter
o leite derramado, a cárie,
a pústula, a inveja, o fratricídio.
Vivemos o tempo da deselegância;
tempo de render-se ao mal,
à morte, às salmouras do coração.
Cresce-nos ao estômago
e à garganta
inventários de falas algemadas,
ampulhetas inquisidoras,
florações de medos.
É cotidiano (praxe) o terror.
Cada gesto, olhar, instante,
sentimento
― zona de combate!
Por cobiça, a dentes, ama-se
ao dinheiro, a seus mitos
e derivados.
Entre anúncios, liquidações,
o rim traficado, o homem-bomba,
albatrozes negros de petróleo
e
o poema esquecido,
morrem Cecílias e Vinícius,
esfolados pela lógica do ganha-ganha.
(ao fundo, La Vie En Rose*,
em tons destroçados).
GLÓRIA
Fomos criados por Deus
(para a sublimidade de um dia,
um belo dia, sermos entulho restado
entre diferentes tipos de plástico).
O FEROZ ANJO DE FOGO E FÚRIA
Nenhuma ninfa virá
ao nosso encontro.
Nenhuma cambraia ―
com pássaro e tulipa
― aos olhos, ao tato,
ao sonho (nossos, se ainda!).
Nenhum alcaçuz fará seda
às nossas bocas, exércitas que o são
a tempo de dentes.
Nenhuma mão virá
(nem lhe faremos as vezes)
que possa reverter
o leite derramado, a cárie,
a pústula, a inveja, o fratricídio.
Vivemos o tempo da deselegância;
tempo de render-se ao mal,
à morte, às salmouras do coração.
Cresce-nos ao estômago
e à garganta
inventários de falas algemadas,
ampulhetas inquisidoras,
florações de medos.
É cotidiano (praxe) o terror.
Cada gesto, olhar, instante,
sentimento
― zona de combate!
Por cobiça, a dentes, ama-se
ao dinheiro, a seus mitos
e derivados.
Entre anúncios, liquidações,
o rim traficado, o homem-bomba,
albatrozes negros de petróleo
e
o poema esquecido,
morrem Cecílias e Vinícius,
esfolados pela lógica do ganha-ganha.
(ao fundo, La Vie En Rose*,
em tons destroçados).
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