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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Psicopatia da Folha de São Paulo para desconstruir Lula de um lado, de outro para construir Serra.


Do Estadão

Lula reage a acusação de violência sexual

Em artigo, ex-petista diz que presidente teria tentado abusar de colega na prisão; outros presos contestam

O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – “Isso é coisa de psicopata, só a psicopatia pode explicar”, disse nesta sexta-feira, 27, o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ao comentar acusações feitas pelo cientista político e ex-militante petista César Benjamin contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, Benjamin afirmou que Lula tentou abusar sexualmente de um colega de cela, quando esteve preso no Dops, em 1980.

Carvalho também relatou que o presidente ficou “triste” ao ler o artigo. “Ele disse que é uma loucura”, afirmou o assessor. “Não entendi porque a Folha publicou aquilo. Se a imprensa for por esse caminho é muito ruim”, completou.

(…) A conversa, segundo Benjamin, teria ocorrido durante um almoço, com a participação de mais três pessoas: o publicitário Paulo de Tarso Santos, que coordenava campanha; um segundo publicitário, cujo nome o autor não recorda; e um americano, também não nomeado – que não entendia português.

Procurado para falar sobre o artigo, o publicitário Paulo de Tarso Santos respondeu com uma nota, na qual confirmou o almoço, em caráter informal, e nomeou o americano. Era o publicitário Erick Ekwall, indicado pelo empresário Oded Grajew para ajudar na campanha. Disse, no entanto, não lembrar da presença de Benjamin no almoço, assim como qualquer comentário sobre o tema citado. “Não compreendo qual a intenção do articulista em narrar os fatos como narrou (como disse, sequer me lembro de sua presença na mesa)”, escreveu.

Lula foi detido pela polícia política no dia 19 de abril de 1980 e libertado no dia 20 de maio. Nesses 31 dias chegou a dividir a cela com até 18 pessoas. Um de seus companheiros mais jovens, com 23 anos, era o atual presidente do PSTU, José Maria de Almeida – na época militante da Convergência Socialista. Ontem, após ler o artigo, ele comentou: “Tenho motivos para atacar o Lula. O seu governo é uma tragédia para a classe trabalhadora. Mas isso que está escrito não aconteceu. O Benjamim viajou na maionese.”

MEP era a sigla do Movimento de Emancipação do Proletariado, dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que optou pela luta armada contra a ditadura. Entre seus militantes encontrava-se o novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, que ontem classificou o artigo de “repugnante”.

Na opinião do ex-dirigente sindical Djalma Bom, que esteve ao lado de Lula na prisão, seria impossível uma tentativa de violência sexual ter passado despercebida. “O Benjamin enlouqueceu. Ou entendeu errado alguma conversa do Lula”.

O vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Enilson Simões de Moura, o Alemão, também estava na cela. Após classificar o comentário de Benjamin como “absurdo”, comentou: “O que eu lembro é que, brincando com uma bola de basquete, Lula acertou sem querer a cara do rapaz do MEP”. Não lembrou, no entanto, nome do rapaz.

Com reportagem de Roldão Arruda, leonêncio Nossa, Felipe Werneck e Marili Ribeiro

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