Por Odair Rodrigues
Em artigo intitulado “Visita indesejável” publicado na Folha de São Paulo, 23/11/2009, o governador José Serra ataca a recente atuação diplomática do Brasil e a opção pela soberania no cenário internacional.
O tucano mostra-se afinado com a opinião da Ex-grande imprensa ao criticar politicamente o presidente persa – “o presidente Ahmadinejad, do Irã, acaba de ser reconduzido ao poder por eleições notoriamente fraudulentas. A fraude foi tão ostensiva que dura até hoje no país a onda de revolta desencadeada” – a mesma avaliação nunca foi emitida por Serra em relação aos dois suspeitos mandatos de Bush Jr, quando em visita ao solo brasileiro.
O discurso de Serra é inicialmente revestido pela defesa dos direitos humanos, mas serve como um apoio mal ajambrado para destilar intolerância e pregar uma política diplomática orientada pelos filmes da sessão da tarde, ou seja, devemos receber apenas quem Hollywood considera os mocinhos.
Não é a primeira vez que o governador critica o protagonismo da diplomacia brasileira; anteriormente reproduziu ataque semelhante às relações mantidas com a China.
Fora de sintonia
José Serra demonstra estar fora de sintonia com a nova realidade da política internacional. Os EUA perderam muia influência no cenário político externo devido a agressividade da era Bush, o que obriga os estadunidenses a mudar sua retórica e dialogar com a China, antes duramente criticada por eles. Barak Obama não escondeu a necessidade de estabelecer relações mais estreitas com o governo chinês devido a conjuntura econômica e pelo enfraquecimento da tática militar que sofre diárias derrotas no Afeganistão e no Iraque. Até com Irã há a tentativa de aproximação por parte de Obama. Só o ocupante do palácio dos Bandeirantes não sabe.
Diplomacia da dependência
Se FHC discorre sobre a Teoria da Dependência, Serra a aplica em sua concepção diplomática; no artigo há críticas ao procedimento do Itamaraty em Honduras e à correta atitude de resguardar a tecnologia nuclear nacional contra pirataria e espionagem internacional.
O hesitante virtual candidato demo-tucano já havia anteriormente manifestado seu apoio às análises dos editorias dos frias, marinhos, civita e mesquitas referentes ao golpe hondurenho. Sem acrescentar nada de novo, apoiou o ataque a democracia e o precedente aberto na América Latina para outro aventureiros. Quanto à tecnologia nuclear, repete apenas a preferência do governo de Fernando Henrique Cardoso por impor uma política de joelhos ao Brasil. Nem essa atitude é original em José Serra.
Despreparo
Serra ainda está atrelado a um passado histórico que remete ao Brasil colônia quando os mandatários do país deviam incontestável lealdade à matriz do império português.
O tucano sequer parece perceber novas matizes no mundo pós-crise internacional que permitem uma atuação mais intensa de Brasil, China e Índia onde antes dominavam os EUA e a Europa. Está preso uma realidade pretérita e falsamente estática. Isso demonstra seu despreparo à pretensão de assumir a presidência do país, uma vez que sua percepção do cenário internacional é restrita ao que lê nas páginas de jornais cada vez mais dogmáticos. Observando mais atentamente sua administração, até mesmo como governador José Serra mostra seu alheamento ao mundo e principalmente, aos interesses do povo brasileiro.
* É professor de língua e literatura no Estado do Paraná, web cronista, poeta, e militante da Unegro e do PCdoB. Autor do blog Ruminemos: http://ruminemos.blogspot.com
Fonte: Terror do Nordeste:
Comentários de Olhos do Sertão: a cabeça do demo-tucano Serra é uma cabeça colonizada e dependente do pensamento dos neocons americanos. Ele não tem pensamento próprio e nem sabe para onde o Brasil deveria ir. Vivemos outros tempos, novo Brasil que se coloca no cenário mundial sua política internacional afirmativa e soberana. Na verdade, parece que Serra também agora é o candidado de Washington
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