Amorim é foi um dos poucos ministros de Lula que captou o pensamento estratégico de Lula. E muito mais do perceber para onde Lula queria levar o Brasil na política externa, que tratou de colocar em prática as ideias de Lula.
Como afirma certa revista americana, difícil achar outro ministro das relações exteriores que tenha orquestrado com tanta eficácia uma transformação de tal magnitude do papel internacional de seu país. Afirma ainda a referida revista que o chanceler brasileiro que orquestrou uma transformação do papel mundial do Brasil quase sem precedentes históricos.
A importância da escolha de Celso Amorim
por Luis Nassif
Celso Amorim foi, de longe, a melhor escolha para Ministro da Defesa. Militares que eventualmente tenham manifestado contrariedade – nas matérias do Estadão – não têm a menor ideia sobre a importância desse movimento.
Celso Amorim foi, de longe, a melhor escolha para Ministro da Defesa. Militares que eventualmente tenham manifestado contrariedade – nas matérias do Estadão – não têm a menor ideia sobre a importância desse movimento.
Dado o avançado da hora que Amorim foi anunciado novo Ministro, é impossível que jornalistas – mesmo setoristas – tenham ouvido um número representativo de militares. Ouviram aqueles com quem tinham maior afinidade política.
A reestruturação da Defesa passou por uma primeira etapa, de conceituação do seu papel. O grande organizador foi Roberto Mangabeira Unger; e a implementação tocada por Nelson Jobim.
Faltava à Defesa consolidar sua perna externa. E uma dessas pernas centrais são os grandes acordos internacionais. No seu período de chanceler, a estratégia diplomática de Amorim se baseou, em muitos momentos relevantes, na visão estratégica de Defesa. A razão de ter apoiado o Irã foi a de preservar, para o Brasil, o direito de enriquecer urânio.
Hoje em dia, a transferência de tecnologia militar depende não apenas de compras da França, mas de acordos com China (para satélites), Argentina, países de fora da órbita da OCDE.
No período de Amorim-Guimarães a política externa do Itamarati sempre se pautou pelos conceitos de Nação, autodeterminação, não-alinhamento, todos muito caros aos militares. As relações acumuladas por Amorim com países das mais diversas extrações políticas serão preciosas para a consolidação de uma política integrada de Defesa.
Não tenho a menor dúvida de que e elite militar - aquela que pensa estrategicamente o papel da Defesa - viu com bons olhos essa indicação.
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