Polícia já tem vídeo do repórter e da camareira
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Foto: Reprodução
IMAGENS DE GUSTAVO RIBEIRO, DE VEJA, QUE TENTOU ENTRAR NO QUARTO DE ZÉ DIRCEU, ESTÃO EM PODER DO DELEGADO LAÉRCIO ROSSETTO; REPÓRTER SERÁ INTIMADO; GERENTE E CAMAREIRA RELATARAM INVASÃO DE DOMICÍLIO; PENA É DE UM A TRÊS MESES
Evam Sena_247 em Brasília
A Polícia Civil do DF vai ouvir o repórter da Veja Gustavo Ribeiro e o ex-ministro José Dirceu sobre a denúncia de violação de domicílio do quarto do petista no Hotel Naoum na semana passada. Sob comando do delegado-chefe da 5ª delegacia, Laércio Rossetto, a polícia já ouviu o chefe de segurança e a camareira do hotel envolvidos no caso.
A Polícia Civil do DF vai ouvir o repórter da Veja Gustavo Ribeiro e o ex-ministro José Dirceu sobre a denúncia de violação de domicílio do quarto do petista no Hotel Naoum na semana passada. Sob comando do delegado-chefe da 5ª delegacia, Laércio Rossetto, a polícia já ouviu o chefe de segurança e a camareira do hotel envolvidos no caso.
O convite ao repórter e a Dirceu será feito ainda esta semana, segundo Laércio. Assim como os funcionários do hotel, eles serão ouvidos na própria delegacia. O Hotel Naoum já entregou à polícia imagens do circuito interno de Gustavo Ribeiro no mesmo andar em que Dirceu esteve hospedado na semana passada.
“A gente precisa ouvir o jornalista. O comparecimento do Gustavo é uma oportunidade para ele se explicar. Sabemos que ele esteve lá, já vimos a imagem dele e a fatura. Não estamos acusando, estamos apurando”, disse Laércio ao Brasil 247. O repórter de Veja ficou hospedado em uma suíte no hotel ao lado da de Dirceu.
Segundo o boletim de ocorrência registrado na 5ª Delegacia de Polícia do DF na última quinta-feira, 25, Gustavo Ribeiro tentou convencer uma camareira do hotel a abrir o quarto ocupado por Dirceu, alegando ser o hóspede e ter perdido as chaves. A camareira não atendeu ao repórter e comunicou à segurança do hotel, fazendo com que o jornalista deixasse o hotel sem fazer o check-out.
No final de semana, a revista Veja publicou matéria, em que acusa Dirceu de manter um “gabinete” no hotel, onde recebe políticos, e de conspirar contra o governo da presidente Dilma Rousseff.
A reportagem traz fotos do corredor do hotel, em que Dirceu aparece, em momentos diferentes, ao lado de senadores e deputados; do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, e do ministro de Desenvolvimento Econômico, Fernando Pimentel. O hotel afirma que as imagens divulgadas não são de suas câmeras de segurança e acusa a revista de grampo ilegal.
Segundo Laércio, o Hotel Naoum entregou gravações do circuito interno do dia em que foi prestada a queixa. À polícia, o hotel afirmou que não há registro que comprove o diálogo entre o jornalista e a camareira e que ele teria ocorrido em um “ponto cego”. O delegado aguarda ainda as imagens feitas nos outros dias em que Dirceu esteve hospedado.
Mesmo de posse de algumas imagens, Laércio não confirmou se as fotos divulgadas pela Veja são diferentes das capturadas pelas câmeras do hotel. Segundo o delegado, a Polícia Civil vai investigar somente a tentativa de violação de domicílio, e não o suposto grampo da revista ou as conversas entre políticos e Dirceu. O pedido das imagens é para apurar se houve outras tentativas ou até mesmo uma invasão ainda não divulgada.
“A gente não está procurando saber por que as pessoas estiveram com Dirceu. Se for para investigar formação de quadrilha, como diz a matéria, não é no âmbito da Polícia Civil. O Ministério Público que teria que acionar a Polícia Federal. A violação de domicílio é um tipo de crime que, quando chega para a Polícia Civil, é nosso dever investigar”, declarou Laércio.
O delegado afirmou que é necessário que Dirceu confirme que esteve hospedado no quarto, uma vez que a reserva é feita no nome do escritório de advocacia Tessele & Madalena. Ao contrário do que afirmou a revista, o andar da suíte ocupada não é de acesso restrito a pessoas autorizadas. “Existe o acesso até por escada”, disse Laércio.
A investigação deverá ser concluída em menos de um mês. Segundo Laércio, até agora, não há necessidade da entrada da Polícia Federal no caso. “Num primeiro momento, não há nada que pode envolver bens e serviço de interesse da União. Se as pessoas que se encontraram com Dirceu, por ocuparem cargos públicos, acharem que sim, eles deveriam fazer a demanda à PF”, afirmou.
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