Extraído do blog de Luis Nassif
Por Joao Carlos RB
O Paul Krugman tem uma frase que volta e meia ele repete: "Os cossacos trabalham para o Csar"...
Lula escolheu Dilma, com o objetivo de fazer a máquina pública andar. A faxina que está ocorrendo na administração federal é para fazer a máquina andar. As alinaças com governadores da oposição também são para fazer a máquina andar. Está tudo ocorrendo conforme o plano de Lula...
Lula não pretende ser candidato à Presidência da República em 2014 e jamai pretendeu. Ele voltaria somente se Dilma tiver feito um governo fraco... que pelo andar da carruagem, não será fraco. O objetivo de Lula, caso seja candidato, é o Senado. Lé ele seria eleito facilmente Presidente da casa e poderia mudar o regimento para ficar nesse cargo por 8 anos. O PT teria o controle de dois poderes na República...
O objetivo de Lula é transformar o "lulismo" em petismo. A eleição municipal está vindo aí e o PT quer crescer. E Dilma e Lula apóiam, juntos, o mesmo candidato à candidato do PT para a cidade de São Paulo: o Ministro da Educação. Dilma já convenceu Mercadante a tirar o time da reta. Só falta Lula e Dilma convencerem a senadora. Ambos, Lula e Dilma, vão trabalhar pela eleição de candidatos do PT nos municípios. A estratégia está pronta...
A oposição não vai conseguir enfraquecer o Lula. Primeiro, porque "os cossacos trabalham para o Csar", foi Lula que escolheu Dilma e a apóia. Segundo, porque Dilma troca Ministro de Lula por outro Ministro de Lula, como comicamente foi lido numa manchete de O Globo (no caso, quem fez o papel de palhaço foi o próprio jornal e nem o percebeu).
A oposição no momento está perdendo o discurso. Já perdeu o programa, até o Bresser disse, ao sair do PSDB, que o único partido social democrata no Brasil é o PT.
Sem discurso, sem programa e sem projeto, os partidos de oposição não têm futuro. O PV já percebeu isso. O PSDB de Alckmin e FHC parece que também percebeu. O que é um claro sinal para o Aécio tirar o time de campo ou vai acabar "cristianizado".
Com relação ao "Partido da Imprensa Golpista" (PIG), a Lei que muda as tvs pagas demonstrou que a Globo, a Folha e a Abril não possuem tanto poder assim: as teles têm mais grana. O poder do PIG será comido pelas beiradas...
Quando surgir uma nova oposição, será de dentro do próprio governo. Mas isso vai demorar, é preciso, primeiro, que o processo de ascenção social se complete e se consolide. Quando o novo quadro social estiver completo é que será possível montar novos programas partidários e um novo discurso. Por enquanto, os projetos estão ultrapassados e o discurso velho. Vai precisar de pelo menos uns dez anos até as classes D e E ascenderem de vez, até a nova classe C ser hegemônica (porque terá mais de 50% da população) e a nova classe B está surgindo justo agora.
No entanto, duvido que a nova classe B vai querer ser oposição. A hegemonia estará com a classe C e contra isso não vai adiantar lutar. A formação política dessa nova classe C vai se dar nos sindicatos e nas associações, será de baixo para cima, daí a nova classe C será "esquerdista" e, portanto, é uma boa política para a nova classe B não tentar excluir a classe C do poder, pode haver uma revolução (uma maioria de mais de 50% vai querer mandar, seja por meios democráticos ou seja pela força). Além disso, a nova classe B tem origem urbana, diferente da classe B atual que tem origem rural. A nova classe B não vai defender uma moral conservadora, ela está nem aí para aborto, liberação das drogas, casamento de homossexuais: para essa nova classe B, essa já é a realidade dos centros urbanos e como essa é a única realidade que conhecem, tudo isso é considerado natural. E como essa nova classe B sabe que sua ascenção se deve à intervenção do Estado que ocorreu no governo Lula e que agora ocorre no governo Dilma, não vão defender um Estado mínimo. O mais provável é que a nova classe B tente uma política de coligação com a classe C.
No mais, os únicos políticos que possuem esse quadro de mudança social mais claro na mente são o Lula, a Dilma e o PT (são os únicos que falam dessas mudanças e parecem compreendê-las; estão entendendo essas mudanças melhor do que os políticos dos outros partidos e e PIG). Portanto, são os únicos que possuem uma estratégia condisente com essas mudanças e que podem não apenas navegá-las, mas tentar acelera-lás (e é o que estão tentando).
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